“Café fake” pode enganar consumidores: governo investiga fraudes e irregularidades

Governo apreendeu produtos suspeitos de serem “café fake”, compostos por cascas e aromatizantes. A investigação está em andamento para confirmar se há fraude.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a apreensão de produtos suspeitos de serem “cafés falsos”, popularmente conhecidos como “cafake”. A apreensão ocorreu após o recebimento de denúncias sobre fraudes no mercado de café, com embalagens que poderiam confundir os consumidores, levando-os a acreditar que estavam adquirindo café de verdade, quando, na realidade, estavam comprando um “pó sabor café”. Além dos produtos prontos para consumo, a matéria-prima utilizada para a fabricação do produto também foi apreendida para investigação.

O governo, por meio do Mapa, ainda realiza análises detalhadas para determinar se os produtos apreendidos configuram, de fato, uma fraude. Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), informou que as irregularidades encontradas nos estabelecimentos fiscalizados incluem o uso de ingredientes como cascas de café, grãos danificados e aromatizantes. Apesar da embalagem declarar o uso de polpa de café como ingrediente, essa substância não foi encontrada nos produtos apreendidos.

Em uma investigação mais aprofundada, a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) revelou que esses produtos também são encontrados em estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Apesar de a embalagem desses itens indicarem ser “pó sabor café”, as empresas responsáveis argumentam que não há engano ao consumidor, já que essa informação estaria claramente visível na embalagem. A vigilância sanitária também teria dado autorização para a comercialização desses produtos, mas o Mapa segue com a análise da questão.

Com o preço do café subindo constantemente, os “pós sabor café” se tornaram populares no mercado, sendo vendidos a preços mais acessíveis do que o café tradicional. Esses produtos, frequentemente embalados de forma a imitar marcas renomadas de café, induzem os consumidores ao erro, pois destacam em letras menores que se trata de um produto com sabor de café, mas não café real. A diferença de preço entre um pacote de café comum e o “cafake” também é significativa, com o produto saborizado custando cerca de R$13,99 por 500g.

Em muitos casos, esses produtos não são transparentes quanto à quantidade de café presente em sua composição, o que preocupa tanto especialistas quanto consumidores. Além disso, eles frequentemente contêm aditivos como aromatizantes, tornando-os ultraprocessados e bem distantes do produto original consumido pelos brasileiros. A legislação brasileira permite pequenas impurezas naturais no café, mas proíbe totalmente ingredientes como corantes, açúcar e outros elementos estranhos, como milho ou trigo. Portanto, a fraude no mercado de cafés falsificados levanta sérias questões sobre a transparência nas práticas de rotulagem e os riscos à saúde do consumidor.

Mapa divulga lista de 7 cafés impróprios para consumo

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu nesta terça-feira (26) um alerta sobre sete marcas e lotes de café torrado que foram considerados impróprios para o consumo. A medida foi tomada após a identificação de matérias estranhas e impurezas em níveis superiores ao permitido pela Portaria 570/2022, que define os padrões de classificação do café torrado.

De acordo com o Mapa, as “matérias estranhas” incluem elementos não relacionados ao café, como grãos de outras plantas, pedras, areia e outros detritos. Já as “impurezas” referem-se a partes do próprio cafeeiro, como cascas e paus. Esses fatores comprometeram a qualidade dos produtos, resultando em sua desclassificação.

Após análise dos laudos laboratoriais, o Mapa notificou as empresas responsáveis e irá coordenar o recolhimento dos lotes afetados, garantindo que os produtos não cheguem aos consumidores. A lista completa das marcas e lotes desclassificados foi divulgada pelo Ministério.

Foto: Reprodução/Mapa

Ministério suspende 12 marcas de azeite por oferecerem risco à saúde

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou um alerta de risco para o uso de 12 marcas de azeite de oliva que, segundo a pasta, não atendem aos padrões de qualidade, sendo, portanto, consideradas impróprias para o consumo.

As 12 marcas foram desclassificadas por fraude, após os testes realizados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária detectarem a presença de outros óleos vegetais, não identificados, na composição do produto.

Segundo o Mapa, a contaminação dos azeites comercializados pelas 12 marcas compromete a qualidade dos produtos e oferece risco à saúde dos consumidores, dada a falta de informações sobre a procedência dos óleos detectados.  

As doze marcas desclassificadas por fraudar seus produtos são a Grego Santorini; La Ventosa; Alonso; Quintas D’Oliveira; Olivas Del Tango; Vila Real; Quinta de Aveiro; Vincenzo; Don Alejandro; Almazara; Escarpas das Oliveiras e Garcia Torres. 

Parte das empresas responsáveis por essas marcas no Brasil estão com CNPJ suspensos ou baixados pela Receita Federal, o que, segundo o Mapa, reforça a suspeita de fraude.

A comercialização desses produtos configura uma infração grave e os estabelecimentos que continuarem a vendê-los poderão ser responsabilizados. 

Veja abaixo a lista com marcas e lotes:

Por: Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil

Exportações do agronegócio são recorde com US$ 14,4 bilhões em julho

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio alcançaram, em julho deste ano, o valor recorde de US$ 14,43 bilhões, crescimento de 1,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o aumento do volume exportado foi responsável pelo incremento do desempenho da balança comercial, puxados, principalmente, pelo complexo soja, carnes de frango e suína, celulose e algodão. No geral, os preços médios de exportação dos produtos recuaram.

A participação das exportações do agronegócio no total da balança comercial de julho foi de quase 50%.

China, Argentina, Argélia e México são alguns dos países em que as exportações do agro tiveram aumento absoluto das exportações acima de US$ 100 milhões.

Soja em Grãos

O complexo soja é o principal setor exportador do agronegócio brasileiro, representando 42,2% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio (US$ 6,09 bilhões).

O valor embarcado de soja em grãos foi recorde para os meses de julho, com US$ 4,77 bilhões. O volume embarcado expandiu 29,2%, chegando próximo a 9,7 milhões de toneladas.

A safra brasileira de soja em grãos está estimada, de acordo com o levantamento da Conab, em 154,6 milhões de toneladas na temporada 2022/2023 e explica o expressivo valor embarcado.

Já as vendas externas de farelo de soja subiram 12,4%, suplantando a cifra de um bilhão de dólares (US$ 1,08 bilhão), valor recorde para os meses de julho. O volume embarcado também foi recorde no período, atingindo 2,2 milhões de toneladas (+12,6%).

As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que o Brasil deve se tornar o maior fornecedor mundial de farelo de soja em 2023, ultrapassando a Argentina.

Três mercados foram responsáveis pela aquisição de 73,4% do farelo de soja: União Europeia (US$ 458,83 milhões; +53,4%), Indonésia (US$ 178,88 milhões; +41,6%) e Tailândia (US$ 151,47 milhões; +3,6%).

Carne suína

As exportações de carnes foram de US$ 1,99 bilhão (-15,7%), com expansão de 3,8% no volume embarcado e queda de 18,8% no preço médio de exportação das carnes.

Entretanto, a carne suína foi a única com expansão de volume (+7,5%) e preço (+3,7%), com US$ 245,55 milhões em vendas externas (+11,5%). O maior importador de carne suína brasileira é a China, com participação de 37,8%. As Filipinas, com registro de ocorrência de Peste Suína Africana (PSA) nas regiões produtoras, foi o segundo maior importador de carne suína in natura, com US$ 27,02 milhões adquiridos (+39,0%). Três mercados importaram mais de US$ 15 milhões: Vietnã (US$ 16,41 milhões; +71,9%); Chile (US$ 15,66 milhões; +107,5%); e Hong Kong (US$ 15,48 milhões; +15,3%).

Carne de frango

As vendas externas de carne de frango foram de US$ 845,59 milhões (-3,1%). Houve incremento do volume exportado em 7,8%. A China é a principal importadora da carne de frango in natura brasileira, com aquisições de US$ 124,44 milhões (+16,9%).

Outros importadores foram: Emirados Árabes Unidos (US$ 98,58 milhões; +10,2%); Japão (US$ 87,83 milhões; +4,6%); Arábia Saudita (US$ 78,19 milhões; -22,9%); União Europeia (US$ 37,07 milhões; -8,8%); e Coreia do Sul (US$ 33,08 milhões; -23,1%).

Celulose

A celulose foi o principal produto exportado pelo setor, com exportações recordes de US$ 816,54 milhões para o mês (+20,2%). O volume exportado também foi recorde, com 1,79 milhão de toneladas (+6,0%). As exportações de produtos florestais foram de US$ 1,34 bilhão (-4,3%), em julho deste ano.

A China é o principal país importador de celulose brasileira, com US$ 499,91 milhões (+82,8%). Esta cifra representou 61,2% do valor total exportado pelo Brasil do produto.

Outros mercados importadores de celulose: União Europeia (US$ 98,40 milhões; -49,6% e participação de 12,1%) e Estados Unidos (US$ 88,65 milhões; +22,2% e participação de 10,9%).

Recorde no acumulado do ano (janeiro a julho)

De acordo com os analistas da SCRI, de janeiro a julho deste ano, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 97,12 bilhões, alta de 3,9%. O crescimento nas vendas de soja em grão para o mercado chinês (+US$ 2,91 bilhões) e argentino (+US$ 1,62 bilhão) foi o que mais influenciou no resultado.

O agronegócio representou metade das exportações totais do Brasil nos sete primeiros meses do ano (50%).

Ministério da Agricultura e Pecuária

Reunião interministerial discute estratégias para integrar ações entre agricultura e indústria

Vincular o desenvolvimento industrial com a produção agropecuária foi o tema da reunião entre representantes da Casa Civil e dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MCDIC) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), na sede do Mapa, nesta segunda-feira (7), para discutir as estratégias do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), reestruturado recentemente.

Com foco no desenvolvimento das cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar e nutricional, a ideia do CNDI é unir esforços para que o agricultor brasileiro, independente da sua capacidade produtiva, tenha acesso a maquinário, novas tecnologias, conectividade e a sistemas de logística que permitam agregar valor a seu produto e ampliar os espaços de comercialização obtendo, com isso, mais renda.

Para a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Mapa, Renata Miranda, esse novo modelo de desenvolvimento da agricultura, que prioriza a sustentabilidade ambiental, precisa fomentar a agregação de valor aos produtos. “Faz-se necessária uma apropriação da biodiversidade brasileira para que possamos transformá-la, a partir da agroindustrialização e de recursos inovadores, em atividade rentável para o agricultor. É fundamental, quando se discute desenvolvimento territorial e de cadeias produtivas, que seja considerada a perspectiva das pessoas que estão nesses territórios, bem como suas necessidades”, completou.

Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Felipe Augusto Machado destaca que a reunião teve papel relevante para acabar com a falsa dicotomia que existe entre agricultura e indústria. “Esses dois setores são bastante importantes para o desenvolvimento econômico, e é fundamental que as políticas públicas dos dois lados sejam integradas”.

Ministério da Agricultura e Pecuária

Arábia Saudita abre mercado para caprinos brasileiros

A ampliação das relações comerciais de produtos da agropecuária brasileira é uma das missões da comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na Ásia. Nesta segunda-feira (31), após cumprir agenda na Arábia Saudita, o ministro Carlos Fávaro anunciou a abertura de mais um mercado.

O ministro informou que foi liberada a habilitação para exportação de caprinos brasileiros para  o país, logo após  reunião com o Ministério de Meio Ambiente, Águas e Agricultura (MEWA).

Com a medida do governo saudita, estabelecimentos interessados em comercializar a produção de caprinos para a Arábia Saudita devem buscar a habilitação junto ao Mapa.

O Brasil registra com esta abertura 25 novos mercados, desde o inicio do ano, de produtos da agropecuária brasileira. De acordo com os dados do IBGE (2019), o Brasil é o 21º produtor de caprinos com um rebanho de aproximadamente 11,3 milhões, concentrado, majoritariamente, na região Nordeste do país.

Ministério da Agricultura e Pecuária

Ministro Fávaro conquista parceria Saudita para recuperação de pastagens brasileiras

Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (Salic) confirmou o interesse em participar do maior programa de produção sustentável de alimentos do mundo, apresentado pelo ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro.

Ele se reuniu com o CEO em exercício da Salic, Mohammed bin Mansour Al-Mousa, neste domingo (30), em Riad, na Arábia Saudita.

Além de integrar o grupo de trabalho governamental acordado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério de Meio Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita (MEWA) para estruturação da parceria no programa de recuperação de pastagens, a companhia irá criar e coordenar um segundo grupo para dar continuidade às tratativas no âmbito privado, identificando empresas sauditas interessadas na proposta.

O projeto desenvolvido pelo Mapa prevê a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens, o que pode, praticamente, dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento, contribuindo para a segurança alimentar do planeta e o controle das mudanças climáticas, com a redução da emissão de carbono.

Outras parcerias podem ser firmadas no comércio de grãos e insumos agrícolas, inseridas na recuperação de pastagens de baixa produtividade.