Pesquisadores da USP mapeiam sítios arqueológicos no Estado de São Paulo

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um mapa que localiza e detalha os sítios arqueológicos em todo o estado de São Paulo, incluindo o sítio em Ribeirão Preto, situado no distrito de Bonfim Paulista. A ferramenta oferece um panorama abrangente dos vestígios materiais associados aos povos indígenas em aproximadamente 2 mil sítios arqueológicos do estado.

Coordenado pelo professor Astolfo Gomes de Mello Araujo, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, o projeto revela a diversidade de povos que habitavam São Paulo. Araujo explica que o estado foi um ponto de confluência para diferentes grupos humanos, atraídos pela mistura de biomas da região. Esses grupos vieram de várias regiões, como o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, resultando em uma rica diversidade cultural.

O mapa não só mostra a localização dos sítios, mas também destaca a afinidade entre grupos indígenas. Por exemplo, materiais de tradição Tupiguarani e Aratu estão próximos no norte do estado, enquanto no sul, os sítios Tupiguarani estão distantes dos Itararé-Taquara. Essa distribuição levanta questões sobre as relações entre essas tradições, como a possibilidade de convivência pacífica no norte em contraste com uma possível hostilidade no sul.

Araujo destaca que o mapa facilita a visualização dos dados, permitindo que os alunos formulem novas perguntas e hipóteses. Em vez de trabalhar com planilhas, a representação visual oferece uma compreensão mais completa. Além da localização, o mapa fornece informações sobre o tipo de material encontrado, a tradição indígena e a datação dos sítios, junto com referências para estudos adicionais.

O projeto utilizou mais de 2 mil entradas de dados de teses de doutorado e artigos recentes. O próximo passo é aplicar a mesma metodologia no estado do Paraná. Este mapeamento faz parte de um grande projeto de pesquisa multidisciplinar financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Araujo também aponta que o mapa revela áreas onde faltam dados arqueológicos, destacando dois grandes vazios que somam 13% da área do estado. A ausência de dados nessas áreas, como o Vale do Tietê e o Vale do Rio Peixe, é atribuída à falta de estudos arqueológicos. Além disso, para 166 sítios, não há informações sobre a filiação cultural, indicando a necessidade de novos estudos para definir suas tradições culturais.

Terra sofreu a maior tempestade solar desde 2017

No último domingo (24), a Terra experimentou uma significativa tempestade geomagnética, marcando uma das mais intensas desde 2017. Embora não tenha sido tão poderosa quanto o notório Evento de Carrington de 1859, o fenômeno despertou preocupações sobre seus efeitos potenciais na sociedade moderna.

O Evento de Carrington, ocorrido em setembro de 1859, foi descrito como uma das maiores tempestades geomagnéticas já registradas na história da civilização humana. Estudos recentes, baseados em dados coletados na época e analisados minuciosamente, revelaram que a tempestade foi ainda mais rara e intensa do que se pensava anteriormente.

Pesquisadores alertam que se um evento semelhante ocorresse nos dias de hoje, os danos elétricos seriam ainda mais devastadores, potencialmente afetando gravemente as comunicações e infraestruturas elétricas. Com o ciclo solar atual atingindo o seu pico, há preocupações crescentes de que novas tempestades solares possam surpreender ainda mais a sociedade, destacando a importância de preparação e vigilância diante desses fenômenos naturais imprevisíveis.