A morte do cachorro Joca, um golden retriever de cinco anos, durante um voo da Gol, na segunda-feira passada, 22, trouxe à tona novamente a preocupação sobre a segurança e bem-estar dos animais domésticos durante o transporte aéreo no Brasil. O incidente levanta questões sobre a regulamentação e proteção desses animais durante as viagens.
O projeto de lei 148/2022, apresentado pela deputada federal Rosana Valle (PL-SP) desde 2022, está parado na Câmara dos Deputados aguardando apreciação das comissões permanentes. A proposta visa regulamentar, humanizar e proteger os pets em voos domésticos e internacionais, garantindo o direito de transportar até dois animais ao lado do proprietário, tutor ou responsável, com limitação de dez animais domésticos por aeronave.
“Acredito que já passou da hora de as empresas aéreas permitirem que nossos animais viagem ao nosso lado, independentemente do tamanho. Eles são parte de nossa família. Não são cargas”, destaca a deputada Rosana. O projeto propõe que os pets apresentem atestado médico-veterinário e carteira de vacinação em dia para embarcar na aeronave, com a companhia aérea cobrando no máximo 50% do valor de uma passagem regular para que o animal doméstico ocupe assento no avião.
Além disso, a proposta prevê multas entre R$ 75 mil e R$ 200 mil para a companhia aérea em caso de óbito ou fuga do animal durante o transporte, com valor dobrado em casos de reincidência. A deputada também destaca a preocupação com os pets braquiocefálicos, que têm mais dificuldade para respirar e enfrentam condições inadequadas durante o transporte.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não possui regulamentação específica para o transporte de animais, exceto para cães-guia. Portanto, cada companhia aérea adota sua própria política para o serviço, o que evidencia a necessidade de uma legislação abrangente para garantir a segurança e o bem-estar dos animais durante as viagens aéreas.