Em um único dia de agosto, uma área equivalente a 460 mil campos de futebol foi devastada por incêndios em São Paulo, segundo a Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste). O evento, ocorrido em 23 de agosto, foi marcado pela combinação crítica de baixa umidade, ventos fortes e altas temperaturas, resultando em um dos piores meses de incêndios da história do estado.
Esse dia específico se destacou, pois quase metade das vegetações e plantações afetadas em agosto foi queimada, totalizando cerca de 328,2 mil hectares. A situação provocou o fechamento de rodovias, quedas de energia, pânico entre moradores e até a suspensão de eventos esportivos. O acúmulo de fumaça resultou em um aumento na demanda por atendimentos médicos devido a problemas respiratórios.
De acordo com Olivaldi Azevedo, consultor ambiental da GMG Ambiental, esse fenômeno foi intensificado pelas condições meteorológicas extremas. Ele se refere a essa combinação como “triplo 30”, onde a umidade relativa do ar está abaixo de 30%, as temperaturas superam os 30 graus e os ventos ultrapassam os 30 km/h. No dia 23, a umidade caiu para apenas 10%, as temperaturas atingiram médias de 35ºC e os ventos chegaram a 40 km/h.
O mês de agosto registrou 658,6 mil hectares queimados, a maior área desde 2012. A Canaoeste reportou mais de 11,6 mil focos de incêndio detectados por satélites, o que representa um aumento significativo em comparação ao ano anterior e um recorde para o período. Os municípios mais afetados foram Pitangueiras, Sertãozinho e Altinópolis, com canaviais sendo as áreas mais atingidas.
O agravamento da situação em agosto serve como um alerta para a necessidade de preparação e gestão de riscos por parte das autoridades e empresas. Azevedo enfatiza que agosto tende a ser um mês propenso a esses eventos climáticos extremos e que é crucial estar atento a essa realidade:
“Os meses de agosto são mais propícios a esse tipo de fenômeno meteorológico, então o que precisa acontecer é ficar mais atento daqui em diante. Se essa vai ser a tônica, se isso vai acontecer daqui pra frente todos os agostos, a gente não sabe ainda, mas a gente precisa ficar atento.”
Fonte: g1