Tudo começou com um único pincel e cinco modestos tubos de tinta usados. Foi assim que Jaime Domingos Cruz, conhecido carinhosamente como Macalé, encontrou sua paixão pela pintura, dando início a uma carreira artística que já perdura por mais de quatro décadas. Hoje, aos 83 anos, Macalé celebra sua jornada artística com uma exposição de seus quadros em sua casa na Vila Monte Alegre, em Ribeirão Preto, reunindo amigos e admiradores de sua arte que ultrapassou fronteiras, com obras vendidas na Itália, Cuba e Japão.

“Esta exposição celebra não apenas a vida de um artista, mas também a personificação da resistência traduzida em arte. Sem dúvida, Macalé é um dos nomes mais proeminentes na cultura e nas artes plásticas de nossa cidade”, enfatizou Gislaine de Oliveira, Secretária Adjunta da Secretaria da Cultura e Turismo de Ribeirão Preto, que prestigiou o evento.

A trajetória de Jaime Domingos Cruz começou em Orlândia, no ano de 1940, em uma família de origens humildes. Seu pai trabalhava com máquinas de beneficiamento de arroz, enquanto sua mãe cuidava dos cinco filhos e trabalhava como lavadeira. Aos oito anos, a família mudou-se para Ribeirão Preto, onde Macalé iria trilhar um caminho surpreendente nas artes.

Sem jamais frequentar uma escola de arte, Macalé começou a expor sua arte em torno da fonte luminosa na Praça XV, na cidade de Ribeirão Preto, reunindo artistas populares para comercializar suas criações. Desde a década de 70, ele tem participado de inúmeras exposições individuais e coletivas em diversas cidades brasileiras, deixando sua marca na cena artística nacional.

Além de seu trabalho como artista plástico, Macalé também é reconhecido como restaurador e decorador, desempenhando um papel fundamental na recuperação de peças do Museu Histórico de Ribeirão Preto.