Desmatamento imparável; terras privadas têm 62% do Cerrado nativo 

De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), 62% do Cerrado nativo no Brasil estão em propriedades privadas, levantando preocupações entre ambientalistas devido ao fato de o Código Florestal permitir que até 80% do Cerrado seja desmatado nessas terras. Dados do MapBiomas revelam que 85% do desmatamento ocorrido no Cerrado entre 1985 e 2022 ocorreu em terras privadas, e, atualmente, estima-se que o bioma tenha apenas 48% da sua vegetação nativa original. 

O avanço do agronegócio em estados como Tocantins, Bahia, Maranhão e Piauí indicam que o desmatamento no Cerrado deve continuar elevado, com aumentos significativos nas áreas de pecuária e agricultura. Com apenas 12% do Cerrado nativo em unidades de conservação e terras indígenas, há preocupações de que os proprietários privados possam comprometer a maior parte do bioma restante.

A diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do MapBiomas Cerrado, Ane Alencar, destacou que é preocupante que a vegetação nativa do bioma esteja tão concentrada em terras privadas devido ao baixo nível de proteção legal do Cerrado.  

“Entretanto, o mercado tem sido cada vez mais cobrado por uma produção livre de desmatamento e com menor impacto ambiental. Essa cobrança pode ser aliada importante para reduzir a pressão sobre os remanescentes (de Cerrado Nativo) dentro de imóveis rurais”, ponderou.  

Para a especialista, o papel do Poder Público é o de fiscalizar o cumprimento das regras, além de melhorar os procedimentos para autorização do desmatamento, seja federal, estadual ou municipal, “aumentando a transparência e governança sobre essas autorizações e evitando que pessoas acabem desmatando de qualquer jeito”

O diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Salmona, ressaltou a importância de mudanças na legislação para proteger o Cerrado não apenas em termos ambientais, mas também para a economia e a qualidade de vida no Brasil, dado que o bioma é a fonte de oito das principais bacias hidrográficas do país. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recentemente defendeu o conceito de “desmatamento zero” no Cerrado, especialmente diante da taxa de desmatamento cinco vezes mais rápida do que a Amazônia, de acordo com um estudo da Universidade de Brasília (UnB).

Informações: Graça Adjuto/Agência Brasil

Ensino superior focado no agronegócio será lançado em Ribeirão Preto

Em solenidade realizada no Dabi Business Park, no bairro Lagoinha, na zona Leste, a prefeitura de Ribeirão Preto esteve representada na quarta-feira, dia 13 de setembro, no lançamento no município da Harven Agribusiness School, uma instituição de ensino superior com foco no agronegócio que funcionará a partir de 2024.

Além da presença do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, o evento reuniu personalidades do agronegócio como o empresário Maurílio Biagi; Chaim Zaher, presidente do grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro); Marcos Fava Neves, curador da instituição de ensino; e do CEO da Harven, Roberto Fava Scare.

 “Estamos extremamente felizes, pois a Harven vai movimentar a economia da nossa cidade de Ribeirão Preto. Vamos trazer para cá pessoas do mundo inteiro interessadas em pensar em soluções inovadoras para as mais diversas questões que envolvem o agronegócio. Nosso objetivo é formar lideranças globais e fortalecer o agro no Brasil”, destaca Fava.

Ao fazer o uso da palavra, o prefeito cumprimentou os diversos profissionais presentes no lançamento da instituição pelo Dia Internacional do Agrônomo, celebrado em 13 de setembro. “Não só como prefeito, mas como engenheiro agrônomo tive a grata alegria de ter a notícia dessa ideia de constituir a Harven Agribusiness School em nosso município. Quero parabenizar esse início de atividades de admissão, seleção dos alunos e escolha dos docentes. Para Ribeirão Preto isso é fabuloso.”

Ainda, o chefe do Executivo destacou a importância de ter ações virtuosas a favor da cidade: “são cursos de gabaritos de altíssimo nível internacional para projetar ainda mais a nossa cidade; fortalecer a produção e a produtividade do agronegócio nacional”, finalizou Nogueira.

O evento da Harven também recebeu um convidado especial, AidanConnolly, presidente do IFA-MA (InternationalFoodand Agribusiness Ma-nagement Association). Na ocasião, ele fez uma palestra sobre os desafios e as tendências da agricultura moderna.

Foto: Alberto Gonzaga

A nova instituição de ensino superior

Projeto iniciado pela consultoria Markestrat em parceria com o Grupo SEB, a Harven tem o objetivo de formar agrolíderes capazes de atuar nos mais variados campos do setor. A faculdade vai trabalhar com uma visão integrada e global acerca do agronegócio, com metodologias que desenvolvam nos estudantes a capacidade de tomada de decisões. Para isso, vai oferecer três cursos de graduação com foco total no agronegócio: Direito, Administração de Empresas e Engenharia de Produção. A instituição contará com coordenadores e professores com vasta experiência no setor e vai realizar parcerias com grandes empresas e fazendas, onde os alunos poderão colocar em prática toda a teoria que aprenderem em sala de aula.

A Harven também vai oferecer programa de pós-graduação.  A metodologia moderna, o ensino aplicado e a cultura global de negócios vão posicionar os estudantes da faculdade na dianteira do agronegócio brasileiro e mundial. Somados todos os cursos da Harven, a expectativa é atingir 3.500 alunos nos cinco primeiros anos da instituição. 

Exportações do agro em SP crescem 5,4% e atingem US$ 15 bi em julho de 2023

O agronegócio no Estado de São Paulo registrou, nos sete primeiros meses de 2023, um aumento de 5,4% nas exportações em comparação a igual período do ano anterior, alcançando US$ 15,15 bilhões. Já as importações subiram 2,7%, o equivalente a US$ 3 bilhões. Com isso, o saldo da balança comercial paulista do setor foi positivo em US$ 12,15 bilhões, 6% superior a 2022.

A participação das exportações do agronegócio no total do Estado é de 38,6%, enquanto o desempenho das importações setoriais é de 7,1%. Para todos os setores da economia do comércio exterior paulista, as exportações totais somaram US$ 39,27 bilhões (20,2% de participação do total nacional), e as importações, US$ 42,23 bilhões (30%), no acumulado de janeiro a julho de 2023.

Em relação ao mesmo período de 2022, houve aumento nas exportações de 1,9% e queda nas importações (7,3%). Esses números foram revelados pelos pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo, entre os meses de janeiro a julho de 2023, representaram 15,6% em relação ao agronegócio brasileiro, alta de 0,2 p.p. ante ao mesmo período de 2022; já as importações tiveram aumento (0,5 p.p.), passando de 30,4% para 30,9%.

A participação de São Paulo no agronegócio nacional nos sete meses de 2023 se destacou nos seguintes grupos de produtos, cujos a valores ultrapassam 50% do total nacional: sucos (83,4%), produtos alimentícios diversos (74,6%), plantas vivas e produtos de floricultura (66,4%), demais produtos de origem vegetal (64,3%) e complexo sucroalcooleiro (63,5%).

Exportações

O grupo sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (32%) nas exportações do agro paulista, subindo 24,6% em valores e 4,5% em volumes negociados. Já o complexo soja vem em segundo lugar, com crescimento nos embarques (7,6%) e queda em valores (-3,9%), comparados ao mesmo período de 2022. A China (68,1%) é o principal destino, seguida de Tailândia (5,8%), Irã (5%) e Indonésia e Argentina (3,6%, cada um); os demais importadores somam 13,9%.

Importações

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a julho de 2023 foram: papel (US$ 227,91 milhões), salmões (US$ 225,37 milhões) e trigo (US$ 203,48 milhões). Os dez principais produtos representam 44,5% (US$ 1,34 bilhão) do total importado (US$ 3 bilhões).

Fenasucro & Agrocana 2023 encerra com otimismo dos expositores em relação à geração de negócios

Palco das transformações e inovações do setor de bioenergia, a Fenasucro & Agrocana encerrou sua 29ª edição nesta sexta-feira (18), em Sertãozinho/SP. Segundo a organização do evento, o balanço final deve ser divulgado até a próxima segunda-feira, dia 21, após a conclusão da análise dos resultados.

Com visitantes compradores do Brasil e de mais 47 países – que encontram no evento produtos, tecnologias e tendências do setor, pautados na transição energética global com foco na sustentabilidade, biocombustíveis e energias limpas -, os últimos momentos antes do encerramento foram marcados por um clima de otimismo entre os expositores.

Para o diretor geral da SEW-EURODRIVE BRASIL para América Latina, Alexandre dos Reis, a Fenasucro & Agrocana é o maior e melhor evento de negócios do setor de açúcar e álcool.

“Novamente tivemos nossas expectativas superadas, tanto em termos de negócio, como em termos de visibilidade e divulgação. Um público muito qualificado e representativo do setor nos visitou nestes quatro dias, demonstrando alto interesse nas várias tecnologias que nós apresentamos. Parabenizo a organização por mais uma edição bem-sucedida, certo de que a próxima edição será ainda maior e melhor. A SEW-EURODRIVE BRASIL certamente estará aqui novamente”, adiantou.

Raul Capparelli, gerente comercial da Baldan, disse que a participação na feira foi muito relevante. “O ponto forte é seu público alta e tecnicamente qualificado. Estamos otimistas em relação aos negócios diante das conversas que tivemos, do público que nos visitou e de potenciais clientes”, afirmou.

E teve também quem fez a sua estreia na feira este ano. O presidente da APS Soluções, Luís Dearo, contou que a empresa está no mercado há mais de 20 anos. Mas, para participar de um evento corporativo pela primeira vez escolheu a Fenasucro & Agrocana. “Precisávamos de uma plataforma robusta, de boa penetração, significativa e nada melhor do que a maior feira de bioenergia do mundo. Nossa expectativa era de gerar negócios e tivemos um resultado muito significativo”, destacou.

Incentivo às pequenas e médias empresas

Em uma parceria com o Sebrae, Fatec, SENAI, FAESP, IFSP, FUNDAM e Prefeitura Municipal, 12 pequenas e médias empresas do APL (Arranjo Produtivo Local) Metalmecânico de Sertãozinho, que em sua nova fase passa a ser gerido pelo CEISE Br, participaram, pela primeira vez, do evento.

“As empresas fizeram uma média de 30 a 40 contatos. Alguns clientes, inclusive, pediram proposta comercial. Nessa modalidade que desenhamos, conseguimos viabilizar esse acesso à feira com um excelente custo-benefício”, ressaltou Paulo Arruda, gerente regional do Sebrae Ribeirão Preto.

O objetivo, segundo ele, é aumentar o estande e triplicar o número de empresas na edição do ano que vem. “O processo foi tão legal que vamos repetir. E esperamos que muitas dessas empresas, no futuro, possam estar com seus estandes próprios”, reforçou.

Rodada de negócios

O Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution, uma parceria entre o Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, realizou uma série de rodadas de negócios internacionais simultaneamente à Fenasucro & Agrocana.

A iniciativa reuniu mais de 62 empresas brasileiras, que compartilharam suas inovações para 24 compradores de cerca de 15 diferentes países em, aproximadamente, 650 reuniões. “Terminados uma agenda intensa de rodada de negócios. Ainda estamos compondo os resultados para divulgarmos um balanço mais efetivo, mas, sem dúvida, saímos com um saldo superpositivo”, pontuou o diretor-executivo do Apla, Flavio Castellar.

Liderança feminina

Para encerrar a programação de conteúdo da 29ª edição da Fenasucro & Agrocana, o LIDE Ribeirão Preto promoveu o encontro “Reforma, Governança e Mulheres no Agro: Lideranças em Transformação”. A mesa foi comandada pela empresária Claudia Tonielo, diretora de RH do Grupo Viralcool, e apresentada por Marcelo Salomão, vice-presidente do LIDE Ribeirão Preto. Fizeram parte do debate a CEO do Grupo Junqueira Rodas, Sarita Junqueira Rodas; o deputado federal Baleia Rossi; o senador Marcos Pontes; e o empresário Maurílio Biagi Filho, CEO da Maubisa e chairman do LIDE Ribeirão Preto.

Durante o encontro, Sarita defendeu que a agenda ESG é uma pauta feminina. “É um assunto que precisa de uma sensibilidade para compreender esse valor agregado que ainda não é financeiro. Precisamos entender a sustentabilidade e o ESG como uma obrigação de organização, governança, igualdade de gêneros, sustentabilidade financeira, entre outros”, argumentou.

Já o deputado federal Baleia Rossi trouxe um debate sobre a reforma tributária brasileira e enfatizou que a aprovação da proposta vai destravar a economia do país. “Estudos demonstram que a gente tem a capacidade de fazer com que a nossa economia cresça pelo menos 20% nos próximos 15 anos. Isso pode significar a criação de cerca de 12 milhões de novos empregos”, afirmou o parlamentar.

Agricultura de SP abre inscrições para o programa de Bolsas de Iniciação Científica

Despertar vocação científica e incentivar novos talentos entre estudantes de graduação estimular uma maior articulação entre graduação e pós-graduação em instituições de pesquisa científica agropecuária. Com este foco a APTA Regional, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, divulga, por meio de edital público, a abertura de inscrições do Processo Seletivo para a seleção de candidatos ao Programa de Bolsas de Curta Duração de Iniciação Científica da APTA Regional, conforme prevista em Lei Estadual e regulamentada em Portaria APTA de 2023. O prazo de inscrições é até dia 21 de agosto.

Podem se inscrever no Processo Seletivo os estudantes que estejam frequentando os cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia, Economia, Biologia, Agroecologia e Engenharia Ambiental.

Serão concedidas 25 bolsas de curta duração de Iniciação Científica da APTA Regional, vinculadas a 25 Projetos de Pesquisa.

A duração das Bolsas será de três meses, ininterruptos e não prorrogáveis, com carga horária de 30 horas semanais, dentro do horário oficial de funcionamento institucional [das 07 às 18 horas].

As 12 unidades de pesquisas da Apta Regional que receberão os alunos são de Andradina, Assis, Bauru, Colina, Itapetininga, Marília, Pariquera-Açú, Pindamonhangaba, Pindorama, Piracicaba, Presidente Prudente, Tietê.

O Programa de Iniciação Científica busca contribuir para a formação e inserção de estudantes em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação; estimular pesquisadores produtivos a envolverem alunos de graduação nas atividades científica, tecnológica e produtiva; proporcionar ao bolsista [orientado por Pesquisador Científico qualificado] a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, além estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa; e ampliar o acesso e a integração do estudante à cultura científica.

Segundo o diretor geral, Daniel Gomes, outro fator muito importante, é que os projetos de pesquisa aos quais os alunos serão atrelados, fazem parte de demandas e contextos socioeconômicos agrícolas regionais, “fortalecendo assim cadeias produtivas, as demandas regionais de mão de obra especializada e induzindo também a interação com a pesquisa científica em regiões onde essa possibilidade é mais escassa”.

Informações publicadas no Diário Oficial, podem ser acessadas no link http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v6/index.asp?c=33633&e=20230802&p=1

Apta Regional

A APTA Regional, Instituição de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – ICTESP que tem a missão de alavancar o desenvolvimento tecnológico do agronegócio, atuando em parcerias público-privadas, é uma das sete instituições de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).

São 18 Unidades Regionais de Pesquisa e Desenvolvimento no estado de São Paulo. Com visão multidisciplinar nas áreas de agronomia, zootecnia, pesca continental, sanidade vegetal e animal, e agregação de valor em produtos de origem animal e vegetal.

As tecnologias geradas ao longo de anos, nas unidades de pesquisa (várias centenárias), possibilitam à Instituição seguir como alicerce para a agricultura paulista, sendo referência em diversos setores da agropecuária.

Além de agregar valor socioeconômico com ações interinstitucionais em função das demandas regionais do setor, as tecnologias geram oportunidades de negócios, trabalho e renda ao produtor rural e atendem demandas de consumo da população, que busca por uma cadeia produtiva mais sustentável e pela saudabilidade dos alimentos.

Exportações do agronegócio são recorde com US$ 14,4 bilhões em julho

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio alcançaram, em julho deste ano, o valor recorde de US$ 14,43 bilhões, crescimento de 1,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o aumento do volume exportado foi responsável pelo incremento do desempenho da balança comercial, puxados, principalmente, pelo complexo soja, carnes de frango e suína, celulose e algodão. No geral, os preços médios de exportação dos produtos recuaram.

A participação das exportações do agronegócio no total da balança comercial de julho foi de quase 50%.

China, Argentina, Argélia e México são alguns dos países em que as exportações do agro tiveram aumento absoluto das exportações acima de US$ 100 milhões.

Soja em Grãos

O complexo soja é o principal setor exportador do agronegócio brasileiro, representando 42,2% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio (US$ 6,09 bilhões).

O valor embarcado de soja em grãos foi recorde para os meses de julho, com US$ 4,77 bilhões. O volume embarcado expandiu 29,2%, chegando próximo a 9,7 milhões de toneladas.

A safra brasileira de soja em grãos está estimada, de acordo com o levantamento da Conab, em 154,6 milhões de toneladas na temporada 2022/2023 e explica o expressivo valor embarcado.

Já as vendas externas de farelo de soja subiram 12,4%, suplantando a cifra de um bilhão de dólares (US$ 1,08 bilhão), valor recorde para os meses de julho. O volume embarcado também foi recorde no período, atingindo 2,2 milhões de toneladas (+12,6%).

As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que o Brasil deve se tornar o maior fornecedor mundial de farelo de soja em 2023, ultrapassando a Argentina.

Três mercados foram responsáveis pela aquisição de 73,4% do farelo de soja: União Europeia (US$ 458,83 milhões; +53,4%), Indonésia (US$ 178,88 milhões; +41,6%) e Tailândia (US$ 151,47 milhões; +3,6%).

Carne suína

As exportações de carnes foram de US$ 1,99 bilhão (-15,7%), com expansão de 3,8% no volume embarcado e queda de 18,8% no preço médio de exportação das carnes.

Entretanto, a carne suína foi a única com expansão de volume (+7,5%) e preço (+3,7%), com US$ 245,55 milhões em vendas externas (+11,5%). O maior importador de carne suína brasileira é a China, com participação de 37,8%. As Filipinas, com registro de ocorrência de Peste Suína Africana (PSA) nas regiões produtoras, foi o segundo maior importador de carne suína in natura, com US$ 27,02 milhões adquiridos (+39,0%). Três mercados importaram mais de US$ 15 milhões: Vietnã (US$ 16,41 milhões; +71,9%); Chile (US$ 15,66 milhões; +107,5%); e Hong Kong (US$ 15,48 milhões; +15,3%).

Carne de frango

As vendas externas de carne de frango foram de US$ 845,59 milhões (-3,1%). Houve incremento do volume exportado em 7,8%. A China é a principal importadora da carne de frango in natura brasileira, com aquisições de US$ 124,44 milhões (+16,9%).

Outros importadores foram: Emirados Árabes Unidos (US$ 98,58 milhões; +10,2%); Japão (US$ 87,83 milhões; +4,6%); Arábia Saudita (US$ 78,19 milhões; -22,9%); União Europeia (US$ 37,07 milhões; -8,8%); e Coreia do Sul (US$ 33,08 milhões; -23,1%).

Celulose

A celulose foi o principal produto exportado pelo setor, com exportações recordes de US$ 816,54 milhões para o mês (+20,2%). O volume exportado também foi recorde, com 1,79 milhão de toneladas (+6,0%). As exportações de produtos florestais foram de US$ 1,34 bilhão (-4,3%), em julho deste ano.

A China é o principal país importador de celulose brasileira, com US$ 499,91 milhões (+82,8%). Esta cifra representou 61,2% do valor total exportado pelo Brasil do produto.

Outros mercados importadores de celulose: União Europeia (US$ 98,40 milhões; -49,6% e participação de 12,1%) e Estados Unidos (US$ 88,65 milhões; +22,2% e participação de 10,9%).

Recorde no acumulado do ano (janeiro a julho)

De acordo com os analistas da SCRI, de janeiro a julho deste ano, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 97,12 bilhões, alta de 3,9%. O crescimento nas vendas de soja em grão para o mercado chinês (+US$ 2,91 bilhões) e argentino (+US$ 1,62 bilhão) foi o que mais influenciou no resultado.

O agronegócio representou metade das exportações totais do Brasil nos sete primeiros meses do ano (50%).

Ministério da Agricultura e Pecuária

Conab: produção de grãos deve crescer 17,4% na safra 2022/2023


A estimativa para a produção de grãos na safra 2022/23 é de 320,1 milhões de toneladas. O montante, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa incremento de 17,4% e volume de 47,4 milhões de toneladas a mais que o total colhido no ciclo passado.

Em nota, a Conab destacou que o resultado é reflexo da combinação de ganhos de área e de produtividade das lavouras. “Enquanto a área apresenta alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086”. 

Milho 

A colheita do milho segunda safra, segundo a companhia, segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra ultrapassa 100 milhões de toneladas, maior produção já registrada na série histórica.  

Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. “Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada”. 

Algodão 

A Conab prevê uma produção de 7,4 milhões para o algodão em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando atingia 49,3%. 

Feijão 

Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas, segundo o levantamento, vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estágios de floração, enchimento de grãos e maturação. 

Soja e arroz 

Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, os destaques citados pelo balanço são Mato Grosso, maior produtor do grão no país, com 45,6 milhões de toneladas, e Bahia, estado com a maior produtividade – 4.020 quilos por hectare. 

Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de área 8,5% inferior. 

Trigo 

Entre os produtos de inverno, o trigo registra crescimento na área plantada de 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido na safra anterior. 

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Reunião interministerial discute estratégias para integrar ações entre agricultura e indústria

Vincular o desenvolvimento industrial com a produção agropecuária foi o tema da reunião entre representantes da Casa Civil e dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MCDIC) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), na sede do Mapa, nesta segunda-feira (7), para discutir as estratégias do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), reestruturado recentemente.

Com foco no desenvolvimento das cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar e nutricional, a ideia do CNDI é unir esforços para que o agricultor brasileiro, independente da sua capacidade produtiva, tenha acesso a maquinário, novas tecnologias, conectividade e a sistemas de logística que permitam agregar valor a seu produto e ampliar os espaços de comercialização obtendo, com isso, mais renda.

Para a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Mapa, Renata Miranda, esse novo modelo de desenvolvimento da agricultura, que prioriza a sustentabilidade ambiental, precisa fomentar a agregação de valor aos produtos. “Faz-se necessária uma apropriação da biodiversidade brasileira para que possamos transformá-la, a partir da agroindustrialização e de recursos inovadores, em atividade rentável para o agricultor. É fundamental, quando se discute desenvolvimento territorial e de cadeias produtivas, que seja considerada a perspectiva das pessoas que estão nesses territórios, bem como suas necessidades”, completou.

Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Felipe Augusto Machado destaca que a reunião teve papel relevante para acabar com a falsa dicotomia que existe entre agricultura e indústria. “Esses dois setores são bastante importantes para o desenvolvimento econômico, e é fundamental que as políticas públicas dos dois lados sejam integradas”.

Ministério da Agricultura e Pecuária

Apla e Apex Brasil promovem rodadas de negócios com compradores internacionais durante a Fenasucro & Agrocana

O Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution parceria entre o Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), realiza as rodadas de negócios internacionais de 15 a 18 de agosto em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

O encontro de negócios faz parte da programação simultânea à 29ª edição da Fenasucro & Agrocana (Feira Internacional da Bioenergia), considerado o maior encontro mundial exclusivamente focado na cadeia da indústria de bioenergia.

O evento reunirá 60 empresas nacionais para que possam mostrar suas inovações em tecnologia de equipamentos, máquinas e soluções desenvolvidas para a produção da cana-de-açúcar e derivados como açúcar, biocombustíveis, bioeletricidade e outros bioprodutos. Durante as rodadas de negócios, as empresas do Brasil terão oportunidade de ofertar seus produtos e serviços em reuniões individuais para compradores de engenhos, usinas e grupos açucareiros vindos da Argentina, Colômbia, Cuba, El Salvador, Guatemala, Honduras, Índia e Peru.

O diretor-executivo do Apla, Flavio Castellari, acredita que esta será uma das missões mais importantes da programação anual do Projeto Brazil Sugarcane. “Vamos promover quatro dias de negócios entre o Brasil e diversos países, e a intenção é oferecer toda a gama de soluções brasileiras para produção de bioprodutos derivados da cana. O Brasil é a principal referência no setor sucroenergético global e, por meio dessas missões, contribuímos com o desenvolvimento sustentável do setor em nível mundial.”

Durante a programação, além das rodadas de negócios, o grupo de compradores internacionais visitará a Fenasucro & Agrocana para conhecer as inovações apresentadas pelos expositores da feira e visitarão a Usina Viralcool e o IAC – Instituto Agronômico Campinas.

Sobre o Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution

Desde 2007, o Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution – uma parceria entre o Apla e a ApexBrasil – agrega empresas e instituições públicas e privadas ligadas ao setor sucroenergético, cobrindo a cadeia agroindustrial da cana-de-açúcar desde o desenvolvimento de tecnologias industriais e agrícolas, fabricação de máquinas e equipamentos, ampliação de variedades de cana e prestação de serviços diversos, até a participação efetiva no desenvolvimento e estruturação de mercados.

Diversas ações são realizadas pelo Brazil Sugarcane, com destaque para o Projeto de Promoção Comercial de Exportações dos Equipamentos, Produtos e Serviços das Empresas do Setor Sucroenergético que, em parceria com a ApexBrasil, realiza rodadas de negócios em diversos países e participações em feiras, conferências e encontros com especialistas do setor, como por exemplo, o Ethanol Talks e a Datagro Conferences. No Projeto Comprador e Imagem, o Apla e a ApexBrasil organizam receptivo de interessados no mercado sucroenergético nacional, fomentando e ampliando o comércio exterior.

Sobre a Fenasucro & Agrocana

Fenasucro & Agrocana (Feira Internacional da Bioenergia) realizará sua 29ª edição entre os dias 15 e 18 de agosto de 2023, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP). O evento, realizado pelo CEISE Br e promovido e organizado pela RX Brasil, é o único evento do mundo exclusivamente voltado à toda cadeia de produção bioenergética. Reúne, anualmente, milhares de profissionais de usinas, indústrias de alimentos e bebidas, papel e celulose, transporte e logística e distribuidoras e comercializadoras de energia do Brasil e de mais 42 países do mundo.

Sobre a RX

RX constrói negócios para indivíduos, comunidades e organizações. Usamos o poder dos eventos presenciais, combinando dados e produtos digitais para conectar pessoas oferecendo experiências e oportunidades de negócios por meio de mais de 400 eventos realizados em 22 países e 43 diferentes setores da economia.

É apaixonada por causar impactos positivos na sociedade e está comprometida em criar um ambiente de trabalho inclusivo para todos. A RX faz parte da RELX, um provedor global de análises baseadas em informações e ferramentas de decisão para profissionais e clientes corporativos.

Sobre o CEISE Br

O Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br) é a entidade de classe representativa das indústrias e prestadores de serviço, dedicados ao fornecimento de equipamentos, produtos e serviços para o setor sucroenergético nacional e internacional.

Fundada em 1980, a entidade abrange todo o território brasileiro e possui sede na cidade de Sertãozinho/SP, principal polo de desenvolvimento de tecnologias industriais para o setor. Há 43 anos o CEISE Br defende o setor e realiza a maior feira de bioenergia do mundo, a Fenasucro & Agrocana.

Arábia Saudita abre mercado para caprinos brasileiros

A ampliação das relações comerciais de produtos da agropecuária brasileira é uma das missões da comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na Ásia. Nesta segunda-feira (31), após cumprir agenda na Arábia Saudita, o ministro Carlos Fávaro anunciou a abertura de mais um mercado.

O ministro informou que foi liberada a habilitação para exportação de caprinos brasileiros para  o país, logo após  reunião com o Ministério de Meio Ambiente, Águas e Agricultura (MEWA).

Com a medida do governo saudita, estabelecimentos interessados em comercializar a produção de caprinos para a Arábia Saudita devem buscar a habilitação junto ao Mapa.

O Brasil registra com esta abertura 25 novos mercados, desde o inicio do ano, de produtos da agropecuária brasileira. De acordo com os dados do IBGE (2019), o Brasil é o 21º produtor de caprinos com um rebanho de aproximadamente 11,3 milhões, concentrado, majoritariamente, na região Nordeste do país.

Ministério da Agricultura e Pecuária