Colesterol: entenda a diferença entre o bom e o ruim

O colesterol é uma substância vital para o organismo, desempenhando funções essenciais como a formação das membranas celulares, a produção de hormônios e a síntese de vitaminas. No entanto, quando em níveis elevados, especialmente o colesterol LDL, pode se tornar um grande risco à saúde.

“Basicamente, podemos dividir o colesterol em dois tipos: o LDL, conhecido como ‘colesterol ruim’, e o HDL, que chamamos de ‘colesterol bom'”, explica a endocrinologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Tânia Toreto.

“O LDL é perigoso porque tende a se depositar nas artérias, causando ateromatose, uma doença que leva à obstrução arterial. Já o HDL tem uma função protetora, pois remove o excesso de colesterol ruim da circulação e o transporta para o fígado, onde é utilizado na formação dos sais biliares, que são fundamentais para a digestão”, detalha.

“O colesterol é essencial na formação das membranas celulares e na produção de hormônios e vitaminas. No entanto, seu excesso, especialmente do tipo LDL, pode levar a problemas graves, como doenças cardíacas”, afirma Tânia.

CONTROLE

Segundo a endocrinologista, o controle do colesterol envolve diversos fatores, incluindo hábitos alimentares e a prática regular de exercícios físicos. “Cuidados com a alimentação e atividades físicas são fundamentais para manter os níveis de colesterol sob controle. Contudo, é crucial a realização de exames periódicos, pois, em alguns casos, a prescrição de medicamentos pode ser necessária”, orienta.

Os níveis ideais de colesterol variam conforme a idade, os fatores de risco e a presença de comorbidades. Portanto, é indispensável que cada pessoa tenha um acompanhamento médico regular para avaliar suas necessidades específicas.

“Em resumo, enquanto o colesterol é essencial para várias funções do corpo, seu excesso, particularmente o LDL, pode representar um risco significativo à saúde. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios e realizar exames regulares são as melhores formas de garantir que o colesterol permaneça dentro dos níveis adequados”, conclui a endocrinologista.

Febre Oropouche: Brasil registra mais de 6 mil casos; confira 8 dúvidas frequentes sobre a doença

O número de casos confirmados de febre Oropouche tem aumentado no Brasil. Apenas em 2024, o país já registrou mais de 6.600 casos, com a maioria concentrada no Amazonas e em Rondônia. Contudo, notificações também foram reportadas em todas as outras regiões do país, segundo o Ministério da Saúde, o que acende um alerta.

Assim como a dengue, a doença é causada por um arbovírus e transmitida através da picada de mosquitos infectados. No entanto, o principal vetor nesse caso é o mosquito Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Outras espécies, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também são capazes de disseminar a doença.

Por ser um quadro que ainda não é amplamente conhecido pela população e com sintomas semelhantes aos da dengue e da Chikungunya, sua identificação ainda causa bastante confusão.

Abaixo, a infectologista Rebecca Saad, do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, responde às principais dúvidas sobre o tema.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA FEBRE OROPOUCHE?

A doença é aguda, ou seja, aparece de repente, com sintomas que incluem febre alta, dor de cabeça forte, dores musculares, nas articulações e nas costas. A doença pode ter sinais sugestivos de meningite, que, além desses indícios, também ocasiona fotofobia, sinais de irritação meníngea, náuseas e vômitos.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico envolve a detecção do material genético do vírus, através de um teste chamado PCR em tempo real. Também pode ser feito o isolamento do vírus em culturas celulares e a identificação de anticorpos específicos no sangue do paciente usando técnicas de laboratório, como o teste ELISA e a inibição da hemaglutinação.

COMO POSSO DIFERENCIAR DA DENGUE?

Os sintomas dessas duas infecções virais são muito semelhantes, portanto, a maneira mais eficaz de distingui-las é através do diagnóstico por exames laboratoriais.

QUAL O TEMPO ESTIMADO DA FEBRE OROPOUCHE NO ORGANISMO?

Os sintomas da doença, geralmente, se manifestam por cinco a sete dias, mas a recuperação total do paciente pode levar várias semanas. De modo geral, a maior parte dos pacientes se recupera em uma a duas semanas.

EXISTE TRATAMENTO?

Na verdade, o tratamento para a febre Oropouche é voltado para o alívio dos sintomas e prevenção de complicações, já que não existe uma terapia antiviral específica aprovada para combater o vírus. Em casos mais graves ou com complicações, pode ser necessário internar o paciente para um acompanhamento mais rigoroso.

A abordagem terapêutica deve ser cautelosa para evitar o uso de medicamentos que possam piorar a condição do paciente. Por exemplo, em situações em que há também suspeita de dengue, os fármacos salicilatos devem ser evitados devido ao risco de sangramento e síndrome de Reye, doença rara e grave que afeta todos os órgãos do corpo, sendo mais prejudicial ao cérebro e ao fígado.

POR QUE OS NÚMEROS DE CASOS ESTÃO AUMENTANDO NO BRASIL?

Há vários fatores, mas alguns deles são a capacidade de os mosquitos transmissores de se adaptarem a diferentes habitats, as mudanças no meio ambiente, o desmatamento e a movimentação das pessoas. Esses elementos contribuem para que o vírus se espalhe geograficamente.

JÁ EXISTE UMA VACINA CONTRA A FEBRE?

Atualmente, não há uma vacina disponível. A falta de imunidade específica em populações que nunca foram expostas ao vírus e a ausência de vacinas ou tratamentos antivirais específicos também aumentam o risco de surtos e epidemias. Isso representa um desafio para os esforços de controle e prevenção da doença.

COMO PODEMOS PREVENIR A FEBRE OROPOUCHE?

Para prevenir a transmissão desse vírus, é necessário um esforço conjunto. Isso envolve o controle dos mosquitos transmissores e a adoção de medidas de proteção individual.

Primeiramente, é crucial eliminar locais onde os mosquitos possam se reproduzir, lembrando que eles são atraídos por água parada. Além disso, o uso de inseticidas e larvicidas pode ser bastante eficaz. A instalação de barreiras físicas, como telas e mosquiteiros em casa, também é uma estratégia útil. Por fim, não podemos esquecer do uso de repelentes no dia a dia e de roupas que minimizem a exposição da pele.

Tabagismo é principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão

Dedicado à conscientização sobre o câncer de pulmão, o mês de agosto traz também um alerta importante quanto ao uso do cigarro, apontado como a causa de morte mais evitável no mundo. Além de estar associado a doenças como acidente vascular encefálico (AVE), infarto, enfisema e bronquite, o hábito é considerado o principal fator de risco para a neoplasia de pulmão. 

Um levantamento nacional promovido pela Fundação do Câncer mostra que a maior parte dos pacientes com este tipo de tumor são ou já foram fumantes, sendo 86% dos casos em homens e 72% em mulheres.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar, anualmente, mais de 32 mil novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão até 2025. Já em Ribeirão Preto, de acordo com os dados da Secretaria Municipal da Saúde, em 2023, foram realizados mais de 2.800 atendimentos relacionados à doença na cidade. 

SINTOMAS E PREVENÇÃO

Os principais sintomas de alerta relacionados ao câncer de pulmão são ligados ao aparelho respiratório, como tosse persistente – podendo ou não ser com sangue –, dor no peito, rouquidão, falta de ar, cansaço, pneumonia recorrente, perda de peso e de apetite.

Segundo Carlos Fruet, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, parar de fumar é a forma mais eficaz de se prevenir contra o câncer de pulmão. “Manter uma rotina alimentar saudável, praticar atividade física constante e evitar a exposição a agentes químicos também podem contribuir com a prevenção da doença”, conclui. 

O oncologista alerta ainda, para a recomendação do rastreio do tumor através da realização da Tomografia de Tórax para pessoas acima de 55 anos, que fumam ou fumaram o equivalente a 1 maço de cigarro ao dia por 30 anos ou mais.

CIGARRO ELETRÔNICO

Usado como um substituto do cigarro tradicional, o dispositivo eletrônico, também conhecido como vape, tem atraído principalmente os jovens. Embora a venda do produto seja proibida no Brasil desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comercialização ocorre de maneira ilegal e em larga escala. 

Uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, constatou que um a cada cinco jovens brasileiros consomem cigarros eletrônicos. O levantamento revela que o dispositivo é mais popular entre pessoas de 18 a 24 anos.

De acordo com o oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, o vape contém substâncias tóxicas – assim como os cigarros tradicionais – e também a nicotina, que geram dependência e são prejudiciais à saúde. “No vapor liberado pelo dispositivo, é possível encontrar elementos como chumbo, propilenoglicol, glicerol, acetona, sódio, alumínio, ferro, entre outros”, detalha. 

Carlos Fruet chama a atenção para os sabores e os aromas do dispositivo, que acabam mascarando e tornando os riscos invisíveis aos usuários. “A preocupação maior é com os jovens, já que o hábito se tornou modismo entre eles. Os danos não podem ser totalmente medidos, mas estamos caminhando para um retrocesso no combate ao tabagismo”, conclui.

Estudos apontam vitamina que pode reduzir o risco de câncer de intestino

Pesquisas recentes indicam que a vitamina B9, também conhecida como folato, pode desempenhar um papel importante na prevenção do câncer de intestino. Um estudo publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition revela que o consumo adequado de folato está associado a uma menor probabilidade de desenvolver câncer colorretal.

A análise, que incluiu dados de mais de 70 mil pessoas, destaca a importância do folato para a saúde intestinal. Segundo os pesquisadores, cada 260 microgramas adicionais de folato consumidos diariamente podem reduzir o risco de câncer em 7%, evidenciando o impacto positivo desse nutriente.

FONTES ALIMENTARES RICAS EM FOLATO:

  • Vegetais de folhas verdes, como espinafre, couve e brócolis;
  • Sementes de girassol;
  • Grãos integrais;
  • Leguminosas.

Além das fontes naturais, o ácido fólico, uma forma suplementar do folato, também está disponível para apoiar a prevenção.

Essas descobertas reforçam a importância de incluir folato na dieta como uma estratégia promissora para reduzir o risco de câncer de intestino, sublinhando a conexão vital entre nutrição adequada e saúde a longo prazo.

Colesterol alto pode revelar sinais nos pés

Os pés podem oferecer pistas valiosas sobre a saúde geral, incluindo níveis elevados de colesterol. Reconhecer esses sinais precocemente pode ser crucial para uma intervenção rápida e eficaz. O colesterol alto é um problema de saúde que pode levar a sérios problemas cardiovasculares, e observar sinais nos pés pode ajudar na detecção precoce.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), aproximadamente 40% da população adulta no Brasil e cerca de 20% das crianças e adolescentes sofrem de colesterol alto.

O QUE É O COLESTEROL?

O colesterol é uma substância gordurosa necessária para várias funções do corpo. No entanto, em excesso, ele pode se acumular nas paredes das artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica. Portanto, manter os níveis de colesterol sob controle é essencial para a saúde do coração e do sistema circulatório.

SINAIS DE COLESTEROL ALTO NOS PÉS

  1. Xantomas nos Tendões: Xantomas são depósitos de colesterol que se manifestam como nódulos amarelados sob a pele, especialmente ao redor dos tornozelos. Esses nódulos visíveis podem indicar colesterol elevado.
  2. Alterações na Cor da Pele: Mudanças na coloração dos pés, como manchas amareladas ou alaranjadas, podem ser sinais de níveis altos de colesterol. Qualquer alteração na cor da pele deve ser comunicada ao médico.
  3. Dor nas Pernas ao Caminhar: A presença de placas de colesterol nas artérias pode reduzir o fluxo sanguíneo para as pernas, causando dor ao caminhar, conhecida como claudicação intermitente. Isso é frequentemente associado ao colesterol alto e à doença arterial periférica.
  4. Úlceras que Demoram a Cicatrizar: Úlceras nos pés que não cicatrizam rapidamente podem ser indicativas de má circulação sanguínea, frequentemente ligada a altos níveis de colesterol. Esse problema deve ser tratado com urgência, especialmente em pessoas com outros fatores de risco, como diabetes.
  5. Pulsações Fracas nos Pés: Pulsações diminuídas podem sinalizar um fluxo sanguíneo comprometido devido ao acúmulo de placas de colesterol nas artérias. Esse é um sinal de alerta importante.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

  1. Adote uma Dieta Saudável: Consuma alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, grãos integrais e legumes. Troque gorduras saturadas por gorduras insaturadas, presentes em alimentos como abacate, nozes e azeite de oliva. Reduza alimentos processados e ricos em gorduras trans.
  2. Pratique Atividade Física Regularmente: Exercícios aeróbicos, como caminhar, correr, nadar ou andar de bicicleta, ajudam a aumentar o colesterol bom (HDL) e a diminuir o colesterol ruim (LDL). É recomendado fazer pelo menos 30 minutos de atividade física moderada na maioria dos dias.
  3. Pare de Fumar: O tabagismo eleva o colesterol ruim e danifica as artérias, facilitando o acúmulo de placas. Abandonar o cigarro é uma das melhores maneiras de melhorar a saúde cardiovascular.
  4. Mantenha um Peso Saudável e Gerencie o Estresse: O excesso de peso pode elevar os níveis de colesterol. Controle o estresse com técnicas como meditação, yoga ou atividades relaxantes, pois o estresse pode levar a comportamentos prejudiciais à saúde.

Monitorar a saúde dos pés e adotar essas medidas preventivas pode ajudar a manter o colesterol sob controle e a promover uma saúde cardiovascular melhor.

Temperos comuns encontrados na cozinha podem reduzir o risco de Alzheimer; entenda

Estudos apontam que alguns temperos encontrados na cozinha podem melhorar a saúde cerebral e reduzir o risco de Alzheimer. Suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias desempenham um papel crucial na proteção contra o estresse oxidativo e a inflamação, fatores chave no desenvolvimento dessa doença neurodegenerativa.

GENGIBRE

Além de suas propriedades digestivas, o gengibre contém compostos como gingerol e zingerone, que ajudam a proteger o cérebro contra danos causados pelo estresse oxidativo e inflamação, ambos associados ao Alzheimer.

CÚRCUMA

A cúrcuma, conhecida por seu componente ativo curcumina, é reconhecida por suas propriedades neuroprotetoras. A curcumina atua como um antioxidante poderoso, neutralizando radicais livres e protegendo as células cerebrais. Populações que consomem cúrcuma regularmente apresentam menores incidências de doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer.

CANELA

Rica em antioxidantes, a canela ajuda a inibir o acúmulo de proteínas no cérebro associadas a doenças como Alzheimer e Parkinson. Além disso, apoia a aprendizagem e a formação da memória, promovendo a criação de novas conexões neurais.

PIMENTA PRETA

A pimenta preta contém piperina, um composto com elevado poder antioxidante. Esses antioxidantes ajudam a proteger as células cerebrais contra danos e melhoram a função cognitiva e a memória, ativando vias químicas no cérebro.

COMO OCORRE O ALZHEIMER?

O Alzheimer é uma doença progressiva que afeta o cérebro, geralmente em idosos, resultante de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Causa alterações cerebrais ao longo do tempo, incluindo o acúmulo de placas de proteína beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares, que interferem na comunicação celular e causam danos aos neurônios.

SINTOMAS DO ALZHEIMER

Os sintomas incluem perda de memória recente, dificuldade em realizar tarefas conhecidas, problemas na resolução de problemas, mudanças de humor, afastamento social, dificuldades de comunicação, confusão sobre locais, pessoas e eventos, e alterações visuais. É essencial buscar avaliação médica ao identificar esses sinais, pois familiares e amigos geralmente os notam antes da própria pessoa afetada.

Adotar hábitos alimentares saudáveis, incluindo o uso regular desses temperos, pode ser uma medida preventiva eficaz contra o Alzheimer, ajudando a manter a saúde cerebral ao longo da vida.

Julho Amarelo: conheça as formas de prevenção às hepatites virais

Estima-se que apenas uma em cada 20 pessoas com hepatite viral sabe que está doente. A ausência de manifestações clínicas iniciais dificulta o diagnóstico precoce, levando à detecção muitas vezes quando a infecção já está em fase avançada, o que pode resultar em complicações adicionais. Por isso, a campanha Julho Amarelo tem o objetivo de alertar a população sobre a prevenção e o diagnóstico das hepatites virais.

As hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes vírus. Alguns tipos podem se tornar crônicos, levando a danos progressivos no fígado ao longo do tempo, o que aumenta o risco de cirrose e câncer hepático. As hepatites também podem causar uma série de complicações graves, incluindo insuficiência hepática aguda, que é potencialmente fatal.

CONHEÇA OS DIFERENTES TIPOS DE HEPATITE

Hepatite A

Transmitida principalmente através do consumo de água ou de alimentos contaminados, a hepatite A é geralmente uma doença aguda e autolimitada, durando algumas semanas e com menor risco ao paciente. A vacinação, incluída no calendário vacinal do governo federal, é uma medida eficaz de prevenção.

Hepatite B

Pode ser transmitida através do contato com sangue contaminado, uso compartilhado de agulhas, relação sexual desprotegida ou de mãe para filho durante o parto. Apresenta poucos ou nenhum sintoma inicial, dificultando o diagnóstico precoce. A vacinação também é uma forma de prevenção.

Hepatite C

Transmissível através do contato com sangue contaminado, a hepatite C não apresenta sintomas iniciais e é de difícil diagnóstico. Não há vacina disponível para esse tipo de hepatite. “Sempre se torna uma doença crônica, permanecendo no organismo enquanto não for tratada”, explica o hepatologista do Hospital Evangélico de Sorocaba.

Hepatite D

Mais comum no norte do Brasil e em outros países, a infecção pelo vírus D depende da presença do vírus da hepatite B. Ou seja, a pessoa só pode ser infectada pelo vírus D se já tiver contraído o vírus B. A hepatite D pode se tornar crônica se não tratada.

Hepatite E

Transmitida principalmente através da água contaminada, a hepatite E é comum em áreas com más condições de saneamento. Geralmente é uma doença aguda, podendo ser mais grave em mulheres grávidas.

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

Os sintomas das hepatites virais variam de acordo com o tipo de vírus, idade do paciente e condição de saúde.

“Os pacientes podem apresentar sintomas leves como fadiga, febre, perda de apetite, náusea, vômitos e icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), além de quadros mais graves com dores abdominais, fraqueza intensa e até coma”, exemplifica Dr. Hidalgo.

Qualquer sintoma que lembre uma infecção pelo vírus deve ser investigado por meio de avaliação médica detalhada e coleta de sangue para pesquisa do vírus. Após isso, em caso positivo, o médico poderá orientar sobre o tratamento indicado para cada tipo específico de hepatite.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO

As medidas de prevenção variam conforme o tipo de hepatite. Para as hepatites A e E, cuja transmissão ocorre pelo consumo de água ou alimentos contaminados, recomenda-se a prática de hábitos saudáveis. “Higiene das mãos e alimentos, uso de água limpa e evitar o compartilhamento de copos e garrafas são medidas que podem reduzir o risco de contaminação”, orienta o médico.

Para as hepatites B, C e D, transmitidas pelo contato com sangue contaminado, é indicado evitar o uso compartilhado de agulhas e seringas, utilizar preservativos nas relações sexuais e ter cuidado com o compartilhamento de materiais em barbearias (lâminas e barbeadores) e salões de beleza (alicates e cortadores de unha), por exemplo.

Tragédias climáticas: 94% das cidades brasileiras pecam na prevenção

Um levantamento divulgado nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) expõe uma preocupante realidade: 94% dos municípios brasileiros não possuem estratégias suficientes para prevenir tragédias climáticas. A pesquisa avaliou a implementação de 25 medidas específicas, incluindo planos diretores, leis de uso e ocupação do solo, e planos municipais de redução de riscos, entre outros.

O estudo utilizou dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2020, coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas informações foram complementadas pela análise do ICS, que criou um mapa ilustrando a situação dos municípios: em vermelho, as cidades com menos de 20% das estratégias implementadas; em laranja, aquelas com 20% a 49%; em amarelo, de 50% a 79%; e em verde, as que têm mais de 80%.

Situação no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul foi destacado pela pesquisa devido ao impacto devastador das chuvas desde o mês passado, que causaram a morte de mais de 160 pessoas e deixaram mais de 600 mil desabrigadas. No estado, 304 dos 497 municípios têm menos de 20% das estratégias de prevenção implementadas. Porto Alegre, a capital, possui 44% das medidas, enquanto Itatiba do Sul é a única cidade com mais de 80%.

Percepção da População

Em parceria com o instituto Ipec, o ICS também avaliou a percepção dos brasileiros sobre problemas ambientais e ações climáticas. Foram entrevistadas 2 mil pessoas em 130 municípios entre 2 e 9 de maio de 2024. A pesquisa revelou que 79% acreditam que as prefeituras podem ajudar no combate às mudanças climáticas. As principais ações sugeridas incluem o aumento e conservação de áreas verdes (41%), controle do desmatamento e ocupação de mananciais (36%), e a redução do uso de combustíveis fósseis (26%).

Principais Problemas Ambientais

Os entrevistados identificaram o calor e o aumento da temperatura (30%), poluição do ar (29%), poluição de rios e mares (25%), e enchentes (24%) como os principais problemas. Nas capitais, enchentes e poluição do ar foram os mais citados, ambos com 37% das menções. Nas periferias metropolitanas, as enchentes também foram destacadas como a maior preocupação (37%).

Variações Regionais

A pesquisa destacou variações regionais nos principais problemas ambientais. No Sul e Sudeste, a poluição do ar foi mais mencionada, enquanto no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, o calor e o aumento da temperatura foram as maiores preocupações. Nessas regiões, a coleta e tratamento de esgoto, desmatamento e falta de coleta de lixo também foram citados acima da média nacional.

*Com informações de Agência Brasil

Entenda o que causa a hérnia de disco e como evitá-la

A hérnia de disco é uma condição cada vez mais frequente entre os brasileiros. A alteração na coluna vertebral é considerada a principal causa de afastamento do trabalho no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, mais de 51 mil pessoas tiveram que se afastar das suas atividades laborais para se submeter a tratamentos em 2023.

O ortopedista da Hapvida NotreDame Intermédica, Plínio Linhares, explica que o problema de saúde pode provocar sintomas graves, como dor crônica, perda de força nas pernas e dificuldade de controle dos esfíncteres.

“Os principais fatores de risco que estão relacionados ao surgimento da hérnia de disco são obesidade, sedentarismo e hereditariedade. Vale lembrar que o tamanho da hérnia não necessariamente está relacionado à intensidade da dor. Hérnias grandes podem doer pouco e hérnias mínimas são capazes de gerar dores intensas”, elucida.

Tratamento

De acordo com o especialista, o tratamento para a lesão geralmente é realizado com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios, fisioterapia, correção postural e alongamentos.

“Na maior parte das vezes, a hérnia de disco não pede intervenção cirúrgica. Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, os estudos mais atuais mostram que, quanto maior a hérnia, maior a chance de ela regredir sozinha. O ponto mais importante é ter a consciência de que ela é parte de um processo de instabilidade vertebral. Por isso, o tratamento não termina quando a dor se resolve”, afirma.

Prevenção

Plínio Linhares explica, ainda, que a maneira mais efetiva de prevenção à hérnia de disco é a prática de exercícios físicos regulares, dando atenção especial ao fortalecimento da musculatura do tronco. Também é preciso ter atenção à ergonomia no trabalho, já que, em muitos casos, as atividades laborais contribuem diretamente para o aparecimento do problema.

Confira outras dicas:

• Use calçados adequados e confortáveis no dia a dia;

• Evite ficar muito tempo sentado e faça pausas regulares para alongar o corpo;

• Mantenha uma alimentação equilibrada para evitar o sobrepeso;

• Cuide da postura.

Cloro é eficaz no combate à dengue, aponta estudo

Com mais de dois milhões de casos de dengue registrados e diversas capitais em estado de emergência, a busca por soluções para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti tornou-se urgente. Uma pesquisa conduzida pelo professor Valter Arthur, do Laboratório de Radiobiologia e Ambiente do Cena-USP, encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), testou a eficácia do cloro no combate às larvas do mosquito.

A pesquisa, que reavaliou a efetividade do cloro após estudos anteriores realizados em 2008 e 2012, buscou determinar a concentração adequada do produto para eliminar as larvas. Após testes realizados em laboratório, concluiu-se que a aplicação de 10 miligramas de cloro por litro de água parada é capaz de prevenir a proliferação das larvas, oferecendo uma alternativa viável no combate à doença.

Além do cloro, outros métodos de combate ao mosquito estão sendo desenvolvidos no Cena-USP, incluindo abordagens biológicas que visam reduzir a população do Aedes aegypti sem prejudicar o meio ambiente. No entanto, o professor Arthur destaca a importância de investimentos contínuos e abrangentes para a implementação efetiva desses métodos em todo o país.

*Com informações de Jornal da USP