Justiça espanhola condena torcedores por racismo contra Vinícius Júnior

Em uma decisão inédita na história do futebol espanhol, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão por ataques racistas contra o jogador Vinícius Junior, ocorridos em maio de 2023 no estádio Mestalla. Além da pena de prisão, os indivíduos foram proibidos de frequentar qualquer estádio de futebol por dois anos e receberam multas.

Javier Tebas, presidente da LaLiga, celebrou a decisão judicial, enfatizando seu impacto na luta contra o racismo no futebol. “Esta sentença é uma vitória significativa contra o racismo na Espanha. Ela não apenas repara os danos sofridos por Vinícius Junior, mas também envia uma mensagem clara: aqueles que insultarem em estádios serão identificados, denunciados e enfrentarão consequências criminais”, afirmou Tebas.

Retorno ao Mestalla

Em março deste ano, Vinícius Junior voltou ao estádio Mestalla para enfrentar novamente o Valencia em um confronto com o Real Madrid, que terminou empatado em 2 a 2, com dois gols do brasileiro. Durante a partida, Vinícius foi alvo de provocações por parte da torcida adversária em pelo menos três ocasiões, conforme relatado pela LaLiga.

Logo aos oito minutos, os torcedores entoaram cânticos ofensivos como “Vinícius, que tonto você é” e “Vinícius, que ruim você é”. Mais tarde, a torcida repetiu as ofensas, incluindo cânticos de “Tonto, tonto” e variações dos insultos iniciais aos 23 minutos do primeiro tempo e aos cinco do segundo tempo.

A condenação dos torcedores do Valencia marca um passo importante no combate ao racismo nos estádios, refletindo um compromisso crescente das autoridades esportivas e judiciais em garantir um ambiente mais respeitoso e seguro para todos os jogadores.

NBB lança Tratado Antirracista para combater preconceito no basquete

Em um marco histórico para o esporte brasileiro, a Liga Nacional de Basquete (LNB) anunciou o lançamento do Tratado Antirracista e Pela Diversidade, uma iniciativa pioneira que visa combater o racismo e o preconceito nos jogos de basquete do país. O acordo, assinado pelos 19 clubes que participam do campeonato nacional, estabelece diretrizes e protocolos para lidar com casos de discriminação racial, violência contra a mulher, LGBTfobia, xenofobia e capacitismo durante as partidas da liga.

O evento de lançamento, realizado na sede da LNB em São Paulo, contou com a presença de jogadores do NBB e influenciadores negros, que participaram de um debate para apresentar os detalhes do tratado. O documento não apenas visa prevenir incidentes de discriminação, mas também estabelece procedimentos claros para lidar com situações de preconceito durante os jogos, com ênfase na promoção de um ambiente seguro e inclusivo para todos os envolvidos. O presidente da LNB, Rodrigo Franco Montoro, enfatizou a importância da iniciativa, destacando a necessidade de uma ação afirmativa para enfrentar o racismo no basquete brasileiro.

O Tratado Antirracista surge em resposta a casos recentes de racismo que mancharam a NBB, como o incidente envolvendo o jogador argentino Nicolás Copello, do Minas, e Matheus Santos, do Cerrado Basquete. Com multas e suspensões aplicadas a jogadores envolvidos em casos de discriminação, a liga busca promover uma mudança de cultura e reforçar seu compromisso com a diversidade e a inclusão em todas as esferas do basquete nacional.

Jornal espanhol chama Igor Paixão de ‘descendente de escravos’

Antes do confronto entre Atlético de Madrid e Feyenoord, pela quinta rodada da fase de grupos da Champions League, o jornal espanhol “As” causou polêmica ao apresentar o atacante brasileiro Igor Paixão como “descendente de escravos”. A matéria, que inicialmente contava a história do jovem jogador, gerou intensas críticas nas redes sociais devido ao teor racista do título.

Igor Paixão, de 23 anos, tem origens quilombolas, pertencendo a um grupo étnico-racial formado por descendentes de escravos fugitivos durante o período da escravidão. Após a repercussão negativa e manifestações de torcedores espanhóis e brasileiros, o jornal “As” prontamente excluiu a publicação nas redes sociais e revisou o conteúdo da matéria.

O incidente reacende debates sobre racismo na Espanha, que já enfrentou recentemente críticas devido a ataques ao jogador Vinícius Júnior, do Real Madrid. Enquanto isso, Igor Paixão, que está em sua segunda temporada no Feyenoord, da Holanda, continua a trilhar sua carreira no futebol internacional, após se destacar nas categorias de base do Coritiba e ser vendido por 8 milhões de euros durante sua passagem pelo clube paranaense.

Jornal volta a chamar Vinicius Junior de Pinóquio após Prêmio Sócrates

O jornal “Superdeporte” de Valência retomou as críticas a Vinicius Junior, atacante do Real Madrid, chamando-o de “Pinóquio” na capa desta quarta-feira, 1, após o jogador receber o Prêmio Sócrates na cerimônia da Bola de Ouro. O destaque principal do veículo foi o fato de que o brasileiro exibiu imagens da partida contra o Valencia, ocorrida em maio, onde o atleta foi vítima de racismo, durante seu discurso no evento.

Em outubro, o “Superdeporte” já havia rotulado Vinicius como “Pinóquio” por depor sobre os insultos racistas enfrentados na partida contra o Valencia. O jornal contestou as alegações do jogador, alegando que ele teria mentido sobre os insultos que sofreu. A utilização da imagem do jogo durante a premiação da Bola de Ouro levantou críticas por parte do Valencia, que, por meio de nota, condenou a associação da situação isolada de racismo com o clube. O Real Madrid, no entanto, manifestou apoio ao jogador após a premiação.

Durante seu discurso no evento, Vinicius reforçou a luta contra o racismo, expressando a tristeza de ter que abordar esse assunto ao invés de falar sobre futebol e outros jogadores presentes na premiação. O jogador reafirmou seu compromisso e disposição para combater o racismo, ressaltando o Instituto Vini Jr., seu projeto social, que visa empregar o futebol como ferramenta para inovar no ensino de crianças e jovens, focando em práticas pedagógicas antirracistas em parceria com escolas públicas. “Eu estou preparado para isso. Para sempre poder falar quando for necessário. É muito triste eu ter que falar sobre racismo, gosto de falar sobre futebol, sobre os grandes jogadores que estão aqui. Quero pedir para vocês que não parem de lutar. Que as crianças que possam vir, não sofram com isso”, disse.

Prefeitura promove formação antirracista para profissionais da educação municipal

A Secretaria da Educação realizou, na última terça-feira, dia 12 de setembro, um encontro formativo com a temática Educação Antirracista e Relações Étnico Raciais aos gestores, coordenadores e professores articuladores dos segmentos de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Ribeirão Preto.

A formação, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), contou com a presença da Profa. Dra. Kátia de Souza Amorim e a discente Profa. Aline Cristina Gimenes Monti. Também participaram do encontro o Chefe da Divisão do Centro em Educação para as relações étnico-raciais, Rafael dos Anjos e a Profa. Neide Fantini.

“A formação antirracista para professores é um processo educativo que tem como objetivo desconstruir o racismo e promover a equidade racial no ambiente escolar. É uma forma de capacitação que visa sensibilizar os professores sobre as questões raciais e fornecer ferramentas para que possam lidar com essas questões em sala de aula”, pontuou a diretora do Departamento de Educação Básica, Mariza Stela Furlan Ennes.

Formações – Mais uma rodada formativa com os professores dos 5º anos também aconteceu na última terça, dia 12. O primeiro encontro realizado no mês passado teve o foco na Matemática e para este segundo momento, a formação aconteceu em Língua Portuguesa. O encontro contou com a participação do formador de Língua Portuguesa, Dionísio Pimenta, e a chefe da Divisão do Centro Educacional Paulo Freire, Natália Jordão.