O cultivo da cana-de-açúcar é uma atividade de grande importância econômica em mais de 100 países ao redor do mundo. No entanto, é no Brasil que esse setor se destaca, sendo o maior produtor global, com uma movimentação financeira que ultrapassa os R$ 100 bilhões anualmente.
Para garantir uma produtividade satisfatória nesse cultivo, é crucial enfrentar desafios como o bicudo da cana (Sphenophorus levis), uma das pragas mais prejudiciais ao canavial. Estima-se que essa praga possa reduzir a produção em até 25 toneladas de cana por hectare por safra, ou seja, a cada 1% de toco atacado, os danos chegam a 1,6 toneladas de cana por hectare.
Maurício Oliveira, gerente de marketing regional da FMC, ressalta que os prejuízos causados pelo bicudo vão além da quantidade de cana perdida. Essa praga diminui a população de plantas e a longevidade do canavial, afetando diretamente a receita do produtor. Em áreas com alta infestação, o número de colheitas pode ser reduzido pela metade.
A disseminação do bicudo ocorre principalmente por meio das cargas de cana destinadas às mudas, colhedoras mal higienizadas e implementos agrícolas sujos. Essa praga já ultrapassou as fronteiras de São Paulo, principal região produtora do país, e pode ser encontrada também em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Uma característica preocupante do bicudo é sua ocorrência ao longo de todo o ano, com picos de atividade durante períodos específicos. Por isso, é essencial que os agricultores adotem um manejo adequado para interromper o ciclo da praga em diferentes épocas do ano.