Entre junho de 2022 e julho de 2023, a Macrometrópole Paulista enfrentou 273 alertas de desmatamento, dos quais 118 ocorreram dentro de áreas de mananciais, de acordo com dados revelados durante um evento na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, realizado na última quinta-feira (28). Este evento marcou o lançamento de um hub digital de segurança hídrica.
Os resultados são provenientes do projeto “Monitoramento e geração de alertas de desmatamento nos mananciais da Macrometrópole Paulista”, uma colaboração entre o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), e com apoio do Map Biomas, financiado por uma emenda parlamentar de R$250 mil da deputada estadual Marina Helou.
A área analisada engloba 174 municípios e mais de 30 milhões de habitantes, correspondendo a 75% da população paulista. Nos sete sistemas de abastecimento de água que compõem essa região, a supressão total de vegetação ultrapassou 140 hectares.
“Os mananciais são absolutamente desconsiderados. São aterrados, assoreados e poluídos. A mudança do regime hídrico e a necessidade de regenerar os serviços da natureza estão nos levando a tratar a questão hídrica de forma mais radical. Esse projeto é apenas o pontapé inicial e cria a possibilidade de monitorar as ocorrências nos mananciais que são vitais para o abastecimento hídrico do estado”, explicou Ricardo Young, presidente do IDS.
O projeto envolveu o desenvolvimento de tecnologia de identificação automatizada de alertas de desmatamento, treinamento da equipe da Semil na utilização dessa tecnologia e transferência da ferramenta para uso contínuo pelo órgão após a conclusão do projeto. Além disso, foram iniciados experimentos para aplicar essa metodologia em outras partes do estado.
A deputada Marina Helou enfatizou a importância da segurança hídrica e a necessidade de cuidar das águas, destacando que “um planeta vivo é um planeta com água.” Este projeto visa promover a proteção dos mananciais vitais para o abastecimento hídrico do estado e monitorar as mudanças que afetam essas áreas sensíveis.