Em 2024, o número de bilionários no mundo atingiu um novo recorde: 2.781 pessoas acumulam um patrimônio total de US$ 14,2 trilhões, valor que representa 6,5 vezes o PIB do Brasil em 2023 (US$ 2,17 trilhões). Esse seleto grupo compõe apenas 0,0000003% da população mundial. Apesar de propostas para taxá-los não serem novidade, uma nova sugestão ganha força. Na última reunião do G20, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs uma taxa de 2% sobre as fortunas dos bilionários, que atualmente pagam em média apenas 0,5%, menos do que muitos cidadãos comuns.
Pedro Henrique Forquesato, professor da Faculdade de Administração, Economia, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, comentou sobre a viabilidade da proposta, que pode enfrentar resistência. Ele explica que a medida depende do apoio de grandes economias, como Estados Unidos, China e União Europeia. Forquesato destaca que a atual “corrida para o fundo do poço” — onde países competem para reduzir impostos e atrair riqueza — pode ser amenizada com uma taxação global mínima, diminuindo a fuga de fortunas. Segundo Haddad, a arrecadação estimada de US$ 250 bilhões anuais seria direcionada a ações contra a fome e transição para uma economia sustentável. Embora a medida possa não trazer mudanças estruturais imediatas, Forquesato acredita que ajudaria a conter a crescente desigualdade de riqueza, comparando o cenário atual ao período pré-Primeira Guerra Mundial.