Homem enfrentava sérios problemas cardíacos e estava hospitalizado aguardando a disponibilidade de um transplante.
Um australiano fez história ao viver mais de 100 dias com um coração artificial feito de titânio, um feito inédito que pode representar um novo capítulo no tratamento de doenças cardíacas. Segundo os médicos, ele é o primeiro paciente a sobreviver tanto tempo utilizando o dispositivo, uma alternativa para quem aguarda um transplante de coração.
Em 2024, devido ao agravamento de problemas cardíacos graves, o paciente, que optou por não revelar sua identidade, foi autorizado a receber o BiVACOR, um coração artificial de titânio. O dispositivo, criado para substituir um coração humano, ajudou a manter sua vida até que um órgão compatível fosse encontrado para o transplante.
O BiVACOR, que pesa 650 gramas, foi implantado no australiano, tornando-o a sexta pessoa no mundo a receber o dispositivo e a primeira a viver com ele por mais de um mês. Ele foi projetado para funcionar como uma bomba contínua, utilizando um rotor magnético para impulsionar o sangue pelo corpo do paciente, imitando a função do coração humano. Após 100 dias, o australiano passou por um transplante bem-sucedido com um coração compatível.
O sucesso do procedimento não só traz esperança para quem aguarda um transplante, mas também levanta possibilidades para que o BiVACOR seja utilizado por mais tempo, sem a necessidade de um transplante subsequente. Pesquisadores continuam a estudar como aprimorar a tecnologia para que o dispositivo possa ser uma solução independente para pacientes com insuficiência cardíaca.
O feito é considerado uma revolução na medicina australiana, de acordo com a professora Sharon Pickering, vice-reitora da Universidade Monash, onde os estudos sobre o BiVACOR são realizados. Ela destacou que esse avanço é um reflexo do trabalho conjunto entre universidades, hospitais e a indústria, com o objetivo de salvar e melhorar vidas.
Como funciona;
O dispositivo funciona com uma bateria externa recarregável, que precisa ser trocada a cada quatro horas. No futuro, os pesquisadores esperam que os pacientes possam carregar o dispositivo sem a necessidade de baterias externas, utilizando tecnologia sem fio semelhante aos carregadores de celular.