O Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube tomou uma decisão significativa nessa segunda-feira (16) ao rejeitar as contas do ex-presidente Osvaldo Festucci. Isso ocorreu seguindo a recomendação do Conselho Fiscal, que realizou uma minuciosa avaliação da contabilidade, das atas de reuniões, do balanço patrimonial e das demonstrações do resultado referentes ao período em que Festucci ocupou o cargo máximo do Executivo, de abril de 2019 a novembro de 2021.
Entre os principais motivos que levaram à rejeição das contas destacam-se o não pagamento de uma dívida de R$ 700 mil durante sua gestão, mesmo havendo saldo suficiente, o que contribuiu para o aumento da dívida do clube. Além disso, a transformação do clube-empresa de Sociedade Anônima (SA) para Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ocorreu sem a devida aprovação dos órgãos pertinentes, desrespeitando o Estatuto Social do Botafogo FC e infringindo os requisitos estabelecidos na Lei da SAF. Isso levou o clube a acionar a Justiça na busca pelo cancelamento da SAF.
O Conselho de Ética enfatizou que tais ações foram tomadas sem qualquer consulta aos órgãos do Botafogo Futebol Clube e poderiam causar danos irreparáveis, afetando até mesmo o patrimônio da instituição centenária. Por fim, o parecer recomendou que o Conselho Deliberativo avalie ações judiciais contra o ex-presidente Osvaldo Festucci em busca de reparação dos prejuízos, uma medida que foi aprovada pelos conselheiros presentes na reunião.
Outro ponto relevante abordado no parecer do Conselho de Ética foi a questão da posse dos conselheiros independentes no Conselho de Administração da Botafogo SA. Festucci havia condicionado a posse da indicação do sócio minoritário à posse da indicação do Botafogo Futebol Clube na mesma ocasião, mas essa promessa não foi cumprida, prejudicando a instituição centenária na gestão do clube-empresa. O Botafogo FC ficou sem a maioria dos votos que lhe caberia de direito nas decisões do Conselho Administrativo da BFSA, deixando o sócio minoritário como o mandatário máximo.