Companhia aérea acumula cerca de R$ 400 milhões em dívidas e tenta reestruturação
A Voepass Linhas Aéreas protocolou na noite desta terça-feira (22) um pedido de recuperação judicial, em meio a uma crise agravada pela suspensão de todas as suas operações em março, determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A decisão da agência teve como base a identificação de falhas operacionais e riscos à segurança dos voos.
Segundo a petição judicial, a empresa enfrenta dívidas que somam cerca de R$ 400 milhões, valor que ainda não inclui compromissos financeiros em moeda estrangeira. A Voepass esclareceu que os processos indenizatórios relacionados ao trágico acidente ocorrido em agosto de 2024, que vitimou 62 pessoas no interior de São Paulo, não estão incluídos no pedido de recuperação e serão conduzidos diretamente pela seguradora.
Nos últimos meses, a companhia aérea adotou uma série de medidas para contenção de gastos e reorganização interna. No dia 14 de abril, anunciou a demissão de parte de sua força de trabalho, incluindo tripulantes, funcionários de aeroportos e equipes administrativas. A empresa afirmou que a decisão visa viabilizar uma reestruturação total, com o objetivo de retomar suas atividades e manter sua atuação no setor de aviação regional.
O CEO da Voepass, José Luiz Felício Filho, destacou que a empresa tem papel essencial na conectividade regional do Brasil e gera centenas de empregos. Ele defende que a recuperação judicial é a única alternativa viável neste momento para garantir a continuidade da companhia. Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a Voepass enfrenta dificuldades financeiras, a empresa já havia passado por um processo semelhante entre 2012 e 2017.
A Voepass também informou que, desde a suspensão imposta pela Anac, tem colaborado com a agência reguladora, apresentando os documentos técnicos e operacionais necessários para comprovar sua capacidade de operar com segurança, e espera voltar ao mercado o quanto antes.