Aiatolá Ali Khamenei promete retaliação firme e rejeita pressão dos EUA no contexto do confronto com Israel
O líder máximo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta quarta-feira (18) que qualquer ação militar direta dos Estados Unidos contra o país resultará em “consequências graves e irreversíveis” para os americanos. Ele também advertiu que o Irã responderá com firmeza caso venha a sofrer bombardeios. Em sua fala pela televisão estatal, Khamenei enfatizou: “O Irã jamais se submeterá”, rejeitando as ameaças recentes feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que exigiu uma “rendição total” do país no conflito envolvendo Israel.
Além disso, o aiatolá fez novas advertências contra Israel, afirmando que o país “cometeu um grande erro ao atacar o Irã e será punido por isso”. Ele ainda acrescentou que “as pessoas não esquecerão” o sangue das vítimas derramado nos bombardeios israelenses, segundo a agência semi-oficial Mehr. Essas declarações ocorrem em meio à escalada do conflito, que já dura seis dias, com mais de 240 mortos e milhares de feridos registrados oficialmente.
Na resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que não descarta a possibilidade de matar o aiatolá Khamenei. Em entrevista à rede americana ABC News, ele declarou: “Isso não vai escalar o conflito, vai acabar com o conflito”. Donald Trump, por sua vez, afirmou nas redes sociais saber exatamente onde o líder iraniano está escondido e disse que não ordenaria sua morte “por enquanto”, mas advertiu que sua paciência estava se esgotando: “Sabemos exatamente onde o chamado ‘líder supremo’ está se escondendo… Não vamos eliminá-lo (matar!), pelo menos por enquanto… Nossa paciência está se esgotando.”
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, também alertou que qualquer intervenção militar dos Estados Unidos poderia desencadear uma “guerra total” no Oriente Médio, classificando essa possibilidade como “extremamente imprudente e irresponsável”. Apesar do clima tenso, Baghaei afirmou que o Irã ainda está aberto a negociações para uma solução pacífica.
Até o momento, os Estados Unidos adotaram uma postura defensiva, auxiliando Israel na interceptação de mísseis e reforçando sua presença militar na região com o envio de mais aeronaves de combate. Especialistas alertam que um ataque direto norte-americano ao Irã, com armamentos capazes de destruir centros estratégicos como bunkers de enriquecimento de urânio, teria impactos globais profundos, aumentando consideravelmente a escalada do conflito.