Corte de 84% na verba da política nacional de Cultura gera críticas no setor

A Lei Orçamentária aprovada na última quinta-feira (20) pelo Congresso reduziu em 84% a verba destinada à política nacional de Cultura, com recursos para a Lei Aldir Blanc caindo de R$ 3 bilhões para R$ 478 milhões em 2025

O Congresso aprovou na quinta-feira (20) a Lei Orçamentária para 2025, que trouxe um corte drástico de 84% no orçamento destinado à política nacional de Cultura. Os recursos para a Lei Aldir Blanc, que originalmente estavam previstos para atingir R$ 3 bilhões, agora serão de apenas R$ 478 milhões no próximo ano.

A redução afeta diretamente pequenas produções culturais, grupos artísticos e artistas de todo o país. Segundo o Ministério da Cultura, os recursos da Lei Aldir Blanc são fundamentais para apoiar iniciativas culturais em 97% dos municípios brasileiros. Esse financiamento tem sido um pilar para muitos trabalhadores da cultura em diversas regiões do país.

A medida provocou forte reação de entidades do setor cultural. O Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura manifestou grande preocupação com o corte, classificando-o como “estarrecedor” e um retrocesso no apoio à cultura como instrumento de desenvolvimento. Luisa Cela, secretária-geral do fórum, destacou que a decisão pegou o setor de surpresa e enfraquece um programa que garante acesso à cultura e dignidade aos profissionais da área.

Membros do fórum, que representa os gestores estaduais, devem se reunir em Brasília na próxima semana com parlamentares e autoridades do governo para discutir o impacto do corte e buscar alternativas. Em resposta à situação, o Ministério da Cultura e a Casa Civil publicaram uma nota afirmando que continuarão a investir na Política Nacional de Cultura.

Em entrevista à Globonews, o secretário executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, explicou que a pasta irá avaliar a execução dos recursos até julho. Tavares garantiu que, caso seja necessário, o governo buscará complementar os valores para garantir a aplicação plena da Lei Aldir Blanc, mantendo seu papel crucial no apoio à cultura no país.

Déficit zero, R$ 50 Bilhões em emendas e falta de recursos para o Pé-de-Meia: O orçamento de 2025

Congresso vota hoje as principais diretrizes para o destino dos recursos públicos, com ênfase em ajustes fiscais e sociais

Após meses de adiamento, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional deve votar nesta quinta-feira (20) o projeto de Orçamento para 2025. O texto, que deveria ter sido aprovado ainda em 2024, sofreu atrasos devido a uma disputa jurídica sobre as regras de transparência para as emendas parlamentares. Se aprovado pela CMO, o orçamento será levado à sessão conjunta do Congresso, onde a votação final pode ocorrer na sexta-feira (21).

O relatório do senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator do Orçamento, mantém a meta fiscal de déficit zero nas contas públicas para 2025, com uma projeção de superávit de R$ 15 bilhões, maior que os R$ 3,7 bilhões inicialmente previstos pelo governo. A proposta também contempla ajustes nas emendas parlamentares, com R$ 50,3 bilhões destinados a essas emendas, dos quais R$ 39 bilhões são impositivos. No entanto, o Orçamento também prevê um corte significativo em algumas áreas, como o programa Bolsa Família, que sofrerá redução de R$ 7,7 bilhões.

Entre os desafios destacados no relatório está a falta de recursos para o programa Pé-de-Meia, com apenas R$ 1 bilhão alocado, muito abaixo dos R$ 13 bilhões necessários. Embora o governo tenha a intenção de buscar recursos adicionais por meio de projetos de crédito suplementar, a situação gerou críticas, especialmente após uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para que o programa fosse incluído no Orçamento. Por outro lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o programa não corre risco de ser descontinuado.

O relatório também apresenta a previsão de reajustes salariais para servidores públicos, com um orçamento de R$ 27,9 bilhões para garantir o cumprimento dos aumentos retroativos de 2024 e 2025. Além disso, a proposta prevê novos concursos públicos, com o orçamento permitindo a realização de uma nova edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). O impacto dessas medidas será acompanhado de perto, dado o cenário fiscal desafiador e as metas de austeridade fiscal.

O Orçamento de 2025 também detalha os principais gastos por ministério, com destaque para o Ministério da Saúde, que receberá R$ 246 bilhões, e o Ministério da Educação, com R$ 197 bilhões. O Bolsa Família, por sua vez, terá R$ 159 bilhões alocados, uma redução significativa em relação ao valor proposto pelo Executivo. Esses ajustes são necessários para garantir o equilíbrio fiscal do governo e a execução de outros programas sociais, como o Auxílio Gás, que contará com R$ 3 bilhões em 2025.

Com um total de R$ 5,7 trilhões previstos para o Orçamento de 2025, sendo R$ 1,5 trilhão destinados ao refinanciamento da dívida pública, o governo terá que conciliar suas prioridades fiscais com as demandas sociais, especialmente em um cenário de arrecadação variável e de crescente pressão sobre as finanças públicas.

Haddad defende alta da Selic e afirma que BC não pode dar “Cavalo de Pau”

Ministro da Fazenda destaca que aumento dos juros estava previsto e reforça a necessidade de continuidade nas políticas econômicas do Banco Central

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, procurou suavizar a reação ao aumento da taxa Selic, anunciado nesta quarta-feira (19) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A decisão elevou a taxa de juros para 14,25%, igualando o nível máximo registrado em 2016, durante a crise do governo Dilma Rousseff. O principal objetivo desse ajuste é conter a inflação e “esfriar” a economia, como parte da política monetária do Banco Central.

Desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023, o governo tem pressionado por uma redução dos juros para impulsionar o crescimento econômico. No entanto, desde janeiro deste ano, o Banco Central passou a ser comandado por Gabriel Galípolo, economista escolhido pelo próprio governo. A mudança gerou expectativas de uma abordagem mais alinhada com a agenda econômica de Lula, mas a elevação da Selic foi uma resposta do Copom às pressões inflacionárias.

Haddad afirmou que o aumento dos juros já estava “contratado” desde a reunião do Copom no final de 2022. Na ocasião, sob a presidência do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o Comitê havia sinalizado a necessidade de três aumentos significativos da Selic. O ministro ressaltou que, após a troca de comando no Banco Central, não seria adequado realizar mudanças abruptas na política monetária, uma vez que o novo presidente e diretores precisariam lidar com uma “herança” de decisões anteriores.

O ministro também enfatizou que tanto o governo quanto o Banco Central têm metas a cumprir, com o Executivo focado no cumprimento das metas fiscais e o Banco Central no controle da inflação. “Os técnicos do BC são qualificados e buscam o melhor para o país, assim como o Executivo tem suas responsabilidades”, afirmou Haddad. Ele reconheceu a complexidade das metas, mas reforçou a importância de cada área trabalhar de forma coordenada para alcançar os resultados desejados.

Essa posição de Haddad se alinha com a postura do presidente Lula, que também minimizou o impacto do aumento da Selic em janeiro deste ano. Na ocasião, Lula afirmou que a alta dos juros já estava prevista devido à gestão anterior do Banco Central e que Galípolo seguiu a orientação que julgou necessária. As declarações tanto de Haddad quanto de Lula indicam uma postura de respeito pela independência do Banco Central, mas também a insistência em um caminho mais favorável ao crescimento econômico.

Com a taxa Selic em 14,25%, muitos analistas indicam que a inflação pode levar os juros a alcançar 15% ao ano em 2025, o que coloca pressão sobre o governo para equilibrar suas políticas fiscais com os desafios de uma economia ainda em recuperação. A expectativa é que o Banco Central continue tomando medidas para controlar a inflação enquanto o governo busca soluções para estimular o crescimento.

Novo Shopping recebe evento “Leva Tudo Interlar” com descontos imperdíveis em móveis e decoração

De 19 a 23 de março, o Novo Shopping oferece preços especiais e condições facilitadas para quem deseja renovar a mobília da casa

O Novo Shopping está prestes a promover uma ação imperdível para quem deseja renovar a mobília de casa. Entre os dias 19 e 23 de março, o evento “Leva Tudo Interlar” volta com uma grande seleção de móveis e itens de decoração, oferecendo descontos irresistíveis. Durante o evento, os corredores do shopping serão transformados em um showroom, com ampla visibilidade para todos os clientes.

Durante esses cinco dias, os visitantes terão acesso a preços especiais e condições de pagamento facilitadas, tornando possível renovar a decoração da casa sem comprometer o orçamento. As ofertas são as melhores da região, criando uma oportunidade única para quem deseja modernizar o ambiente.

Este evento é ideal para quem busca decorar, renovar ou suprir qualquer necessidade específica de mobiliário. Não perca as promoções e as condições especiais do “Leva Tudo Interlar.”

Márcio Almeida, gerente de marketing do Novo Shopping, destaca a relevância do evento: “Este é um momento muito aguardado pelos nossos clientes. O Leva Tudo Interlar traz condições especiais para quem deseja trocar seus móveis ou atualizar a decoração da casa, proporcionando um toque diferenciado no ambiente. Convidamos todos a visitarem-nos nos próximos dias!”

Serviço:
Evento: Leva Tudo Interlar
Datas: 19 a 23 de março

Governo envia projeto de isenção de IR para rendas de até R$ 5 Mil

Nova lei pode entrar em vigor já em 2026, caso seja aprovada. Além disso, haverá um aumento na tributação para pessoas com renda mensal superior a R$ 50 mil

Título: Governo Envia ao Congresso Projeto de Isenção do Imposto de Renda para Rendas de Até R$ 5 Mil

Subtítulo: Se aprovado, o projeto promete beneficiar milhões de brasileiros, reduzindo impostos para a classe média e aumentando a tributação sobre os super-ricos a partir de 2026.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou nesta terça-feira (18) ao Congresso Nacional um projeto de lei que propõe isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês e descontos parciais para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais. As mudanças, se aprovadas, começarão a valer em 2026, proporcionando alívio fiscal para grande parte da população.

Além das mudanças para 2026, o governo também prevê um aumento imediato na faixa de isenção do IR, que atualmente está em R$ 2.824. A proposta é que esse limite suba para R$ 3.036, o equivalente a dois salários mínimos, ainda neste ano. Essa medida também precisa da aprovação do Congresso para ser implementada.

Com a nova proposta, cerca de 10 milhões de pessoas poderiam deixar de pagar o Imposto de Renda a partir de 2026. Para quem recebe até R$ 5 mil, a isenção seria total, e para rendas mais altas, entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, haveria uma redução gradual nos valores a pagar. Por exemplo, quem ganha R$ 5,5 mil teria um desconto de 75%, pagando R$ 203,13 ao invés de R$ 436,79. Já quem ganha R$ 7 mil não teria direito a nenhum desconto e pagaria o valor integral do imposto, de aproximadamente R$ 849,29.

Para os brasileiros com rendimentos superiores a R$ 7 mil, a proposta mantém a tabela atual do Imposto de Renda. No entanto, a novidade está na tributação de grandes rendimentos, com o governo propondo taxas progressivas para quem recebe mais de R$ 50 mil mensais. A alíquota poderá variar até 10%, para quem ganha R$ 1,2 milhão ou mais por ano.

A proposta de aumentar a carga tributária para os mais ricos tem gerado controvérsias no Congresso. A ideia é compensar a perda de arrecadação com a isenção das faixas mais baixas de rendimento, estimada em R$ 27 bilhões em 2026. A alíquota progressiva sobre grandes rendimentos pode gerar resistência entre parlamentares, mas o governo espera que a medida traga maior justiça fiscal, beneficiando especialmente a classe média.

A proposta é vista pelo governo como uma forma de aumentar a popularidade de Lula, especialmente entre a classe média, após a queda de popularidade do presidente. O projeto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, e, se tudo ocorrer conforme o planejado, as novas regras estarão em vigor em 2026

Prazo para entrega da declaração do imposto de renda 2025 começa hoje

Contribuintes devem se atentar às mudanças no processo de declaração e prazos para evitar multas e garantir restituições mais rápidas.

O período para a entrega da Declaração do Imposto de Renda 2025 começa em 17 de março e vai até o dia 30 de maio. Caso o contribuinte perca esse prazo, uma multa será aplicada, com valores variando de R$ 165,74 até 20% do imposto devido. Assim, é importante se atentar ao calendário para evitar custos adicionais.

Este ano, a Receita Federal implementou mudanças significativas no processo de declaração. Uma das principais alterações é a priorização dos contribuintes que optarem pela declaração pré-preenchida e pela devolução via PIX. Anteriormente, a preferência era concedida apenas para aqueles que escolhiam uma dessas duas opções. Outra modificação importante é que o aplicativo “Meu Imposto de Renda”, que estava disponível até 2024, foi descontinuado. Agora, os usuários precisarão baixar o novo aplicativo da Receita Federal para fazer a declaração pelo celular.

Além disso, a Receita Federal prioriza o envio das restituições conforme a ordem de envio das declarações. Ou seja, quem enviar a declaração primeiro tende a receber a restituição mais rápido. Contudo, se houver erros ou omissões no preenchimento, o contribuinte será colocado no final da fila, independentemente da data de envio.

É importante destacar que, mesmo com as mudanças, a Receita mantém a preferência para determinados grupos. Pessoas com mais de 80 anos, idosos entre 60 e 79 anos, deficientes, docentes, e aqueles que escolherem a declaração pré-preenchida com PIX terão prioridade na devolução da restituição. Essa organização visa beneficiar quem mais necessita de recursos de forma ágil.

Para quem precisa declarar, a obrigação se aplica a quem obteve rendimentos superiores a R$ 33.888,00 em 2024, além de casos específicos, como ganhos de capital ou operações em bolsas de valores, entre outros. A declaração também é obrigatória para quem teve receita superior a R$ 169.440,00 com atividade rural ou possuía bens acima de R$ 800 mil em 2024.

Em relação à tabela de Imposto de Renda de 2025, ainda não houve alterações significativas, mas o governo já estuda mudanças para 2026, como ampliar a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais. Caso a tabela permaneça a mesma, as alíquotas seguem a progressão estabelecida, começando em 0% para rendimentos até R$ 2.259,20, com uma alíquota máxima de 27,5% para rendimentos acima de R$ 4.664,68.

Por fim, para realizar a declaração, é essencial reunir todos os documentos necessários, como informes de rendimentos, extratos bancários, recibos de despesas médicas, educacionais e outras deduções permitidas. Certifique-se de ter todos os dados sobre bens, dívidas e rendimentos, principalmente se envolverem operações no exterior ou ganhos de capital.

Páscoa 2025 terá menos chocolate e ovos mais caros dos últimos anos

Valor da amêndoa subiu 190% em dois anos na Bolsa de Nova York, enquanto o setor enfrentou seu terceiro ano consecutivo de déficit na produção global em 2024.

A Páscoa de 2025 pode ser marcada por uma realidade com menos chocolate e ovos mais caros, devido à alta nos preços do cacau, que atingiram um pico histórico no final de 2024. O preço da tonelada de cacau na Bolsa de Nova York chegou a US$ 11.040, o que representa um aumento de 163% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse cenário preocupante é reflexo dos problemas climáticos nas principais regiões produtoras do mundo, localizadas na África, que representam cerca de 70% da oferta global da amêndoa.

A principal responsável por esse aumento é a queda na produção em países como a Costa do Marfim, que sozinha responde por 45% do cacau mundial. O clima severo, como a estiagem e as chuvas fora de época, além de pragas e doenças, tem afetado diretamente as lavouras. Esse problema é agravado pela falta de renovação das plantações, já que muitas árvores de cacau estão envelhecidas e menos produtivas. Essas condições impactam diretamente os preços, já que o cacau é uma commodity e seu valor é determinado no mercado internacional.

Para o mercado brasileiro, que é o sexto maior produtor mundial de cacau, a situação também não é favorável. O país sofre com uma produção insuficiente para atender à demanda interna, o que leva à necessidade de importação do produto. O impacto é especialmente sentido na indústria de chocolate, com o aumento do preço das amêndoas e a diminuição da produção interna, que já havia enfrentado dificuldades devido a doenças e pragas, como a podridão parda, que afetou lavouras na Bahia.

Com a alta no preço do cacau, muitos produtores de chocolates buscaram alternativas no ano passado para minimizar o impacto sobre os consumidores, como reduzir o tamanho das embalagens e diversificar os produtos oferecidos. No entanto, com o estoque de cacau comprado no final de 2024, quando os preços estavam no auge, será mais difícil evitar repassar esses custos aos consumidores na Páscoa deste ano. Além disso, a produção de ovos de chocolate será menor, com uma previsão de 45 milhões de unidades fabricadas, uma queda de 22,4% em relação a 2024.

O impacto desse aumento no preço do cacau é visível nos produtos de chocolate que já subiram de preço ao longo do ano passado. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço do chocolate em barra e bombons subiu 16,53%, enquanto o chocolate em pó e achocolatados tiveram um aumento de 12,49%. A indústria de chocolate tem tentado driblar esses custos, oferecendo opções de produtos com diferentes tamanhos e combinações, como chocolates com frutas e amendoins, para atrair os consumidores.

Apesar do cenário de alta nos preços e da menor produção de ovos, as expectativas para o mercado em 2025 ainda são incertas. Especialistas esperam que a produção de cacau melhore na safra mundial, especialmente na África, o que pode levar a uma redução nos preços. No entanto, o clima e as condições nas lavouras continuam sendo fatores-chave que determinarão a trajetória dos preços nos próximos anos. O mercado brasileiro, por sua vez, busca alternativas para aumentar a produção, mas ainda levará anos até que o setor se recupere plenamente.

Alta de 16% na energia elétrica faz IPCA disparar em fevereiro

O aumento foi impulsionado pela recuperação dos preços, após o desconto concedido em janeiro devido ao Bônus de Itaipu.

Os preços da energia elétrica residencial sofreram um aumento de 16,80% em fevereiro, conforme revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). Esse aumento foi um dos principais fatores que impactaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a principal referência para a inflação no Brasil, resultando em um impacto significativo no grupo de Habitação, que contribuiu com 0,65 ponto percentual para o índice geral.

Esse aumento nos preços das contas de luz decorre da normalização das tarifas após o desconto concedido em janeiro, proveniente do Bônus de Itaipu. Em janeiro, a inserção desse bônus resultou em uma queda de 14,21% nos preços da energia elétrica, favorecendo milhões de brasileiros com um desconto médio de R$ 16,66, podendo chegar até R$ 49, dependendo do consumo. Esse benefício foi uma compensação referente ao saldo positivo da hidrelétrica de Itaipu em 2023, que foi distribuído para os consumidores.

Além da energia elétrica, o setor de água e esgoto também apresentou uma leve alta de 0,14%, impactando ainda mais o grupo de Habitação. O aumento foi impulsionado por reajustes nas tarifas de algumas cidades, como Campo Grande e Belo Horizonte. Com esses avanços, o IPCA de fevereiro registrou um aumento de 1,31%, o maior para um mês de fevereiro desde 2003, e o maior desde março de 2022, quando a inflação foi de 1,62%.

O avanço do IPCA foi notável, mas, ao excluir o impacto do grupo de Habitação, o aumento seria de 0,78%. Isso reflete a aceleração da inflação em comparação com o mês anterior, quando o índice subiu apenas 0,16%. No acumulado do ano, o IPCA já apresenta uma alta de 1,47%, enquanto a inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,06%, o que está acima da meta do Banco Central de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância estabelecido entre 1,50% e 4,50%.

O grupo de Educação registrou o maior aumento percentual no mês, com uma alta de 4,70%, devido principalmente aos reajustes das mensalidades escolares, especialmente no ensino fundamental, médio e pré-escola. No setor de Alimentação, os preços subiram 0,70%, impactados principalmente pelo aumento nos preços do ovo (15,39%) e do café moído (10,77%), enquanto os combustíveis também tiveram alta, com a gasolina subindo 2,78%.

A inflação dos preços monitorados, como energia elétrica, combustíveis e serviços públicos, disparou 3,16% em fevereiro, após uma queda de 1,52% no mês anterior. Já a inflação de serviços, que responde pela oferta e demanda de itens como restaurantes, escolas e serviços domésticos, teve um aumento mais modesto de 0,82%, mas acumula um avanço de 5,32% nos últimos 12 meses. Isso reflete um mercado de trabalho aquecido e uma demanda elevada por serviços, o que pode levar o Banco Central a adotar novas altas nos juros para tentar controlar a inflação.

Altas nos preços dos ovos chegam a 15% em fevereiro

Custo do milho, altas temperaturas e demanda aquecida durante a Quaresma impulsionaram alta de preços

O preço dos ovos subiu 15% em fevereiro em comparação com janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (12) pelo IBGE. No acumulado de janeiro e fevereiro, a alta foi de 16,4%, e em 12 meses, o aumento chegou a 10,4%. Especialistas apontam que o principal fator por trás dessa elevação são os custos de produção, especialmente o milho, além do clima extremo e da demanda sazonal durante a Quaresma, que aquece as vendas de ovos.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explicou que o aumento no preço dos ovos é esperado durante a Quaresma, período em que os católicos geralmente substituem a carne vermelha por proteínas brancas, como ovos. No entanto, a alta de preços foi mais precoce do que o habitual. Tabatha Lacerda, diretora do Instituto Ovos Brasil (IOB), afirmou que o impacto da Quaresma costuma ocorrer mais tarde, o que surpreendeu o mercado. Segundo ela, o aumento nos custos de produção, como o milho, que subiu 30% desde julho de 2024, contribuiu para essa elevação mais antecipada.

Além do aumento do milho, o custo das embalagens também teve um impacto significativo. A ABPA informou que os preços das embalagens subiram mais de 100% nos últimos oito meses, o que agravou ainda mais a alta nos preços dos ovos. O clima extremo, com temperaturas elevadas, também teve efeito direto sobre a produtividade das aves, reduzindo a oferta e pressionando os preços.

A alta do preço dos ovos em fevereiro resultou em uma queda nas vendas no atacado, especialmente no Espírito Santo, onde a redução nas negociações gerou pressão para que fossem oferecidos descontos. Contudo, especialistas acreditam que, com a proximidade da Quaresma, a demanda por ovos voltará a crescer, ajudando a estabilizar os preços. A ABPA, por sua vez, espera que o preço dos ovos se normalize até o fim desse período.

Embora se espere uma desaceleração na alta de preços após a Quaresma, analistas como Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, alertam que isso não é garantido. Ele afirma que a forte demanda por ovos também está relacionada ao aumento nos preços das carnes bovina, suína e de frango. Caso os preços dessas proteínas continuem elevados após a Quaresma, a inflação nos ovos pode persistir, mesmo que com intensidade menor.

Além disso, Tabatha Lacerda observou que, ao longo dos últimos anos, os consumidores passaram a incorporar o ovo como uma proteína básica em sua alimentação. De acordo com ela, o consumo de ovos aumentou significativamente, com uma previsão de consumo per capita de 272 ovos por pessoa em 2025, comparado a 242 ovos em 2023. Esse comportamento também está influenciando a demanda contínua, especialmente quando os preços das carnes mais tradicionais sobem.

Imposto de Renda 2025: Novas regras serão divulgadas nesta semana; declaração começa dia 17

A Receita Federal divulga nesta semana as regras do Imposto de Renda 2025. As declarações podem ser enviadas entre 17 de março e 30 de maio.

A Secretaria da Receita Federal irá divulgar, nesta semana, as novas regras para o Imposto de Renda 2025, referente ao ano-base de 2024. A expectativa é que as informações sejam anunciadas na quarta-feira (12). O prazo para a entrega das declarações será de 17 de março a 30 de maio de 2025, período semelhante ao do ano passado.

Os contribuintes que desejam receber a restituição de forma mais rápida devem começar a organizar os documentos necessários. Em 2024, a Receita Federal recebeu mais de 42 milhões de declarações dentro do prazo. Quem não enviar a declaração até a data final estará sujeito a multa mínima de R$ 165,74.

Quem fizer a entrega no início do período de declaração, sem erros, tende a receber a restituição nos primeiros lotes. Têm prioridade os idosos acima de 80 anos, os com deficiência ou doenças graves, e os contribuintes que utilizarem a declaração pré-preenchida ou optarem por receber via PIX.

Embora as regras do Imposto de Renda para 2025 ainda não tenham sido totalmente divulgadas, espera-se uma alteração no piso de obrigatoriedade para quem declarar. Para o ano-base 2024, será necessário declarar quem recebeu mais de R$ 33.704,00, um valor maior do que o piso do ano anterior, que era R$ 30.639,90.

O contribuinte que deseja evitar cair na “malha fina” deve ficar atento aos documentos e informações. No ano passado, cerca de 1,4 milhão de declarações caíram na malha fina, com erros mais comuns relacionados a deduções, omissão de rendimentos e diferenças no Imposto Retido na Fonte.

Além disso, a Confirp Contabilidade preparou uma lista de documentos essenciais para quem vai fazer a declaração, incluindo informes de rendimentos, despesas médicas, pagamentos de pensão alimentícia e documentos relacionados à compra e venda de bens. Organizar esses papéis antecipadamente pode facilitar o processo e evitar contratempos.