Alta de 16% na energia elétrica faz IPCA disparar em fevereiro

O aumento foi impulsionado pela recuperação dos preços, após o desconto concedido em janeiro devido ao Bônus de Itaipu.

Os preços da energia elétrica residencial sofreram um aumento de 16,80% em fevereiro, conforme revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). Esse aumento foi um dos principais fatores que impactaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a principal referência para a inflação no Brasil, resultando em um impacto significativo no grupo de Habitação, que contribuiu com 0,65 ponto percentual para o índice geral.

Esse aumento nos preços das contas de luz decorre da normalização das tarifas após o desconto concedido em janeiro, proveniente do Bônus de Itaipu. Em janeiro, a inserção desse bônus resultou em uma queda de 14,21% nos preços da energia elétrica, favorecendo milhões de brasileiros com um desconto médio de R$ 16,66, podendo chegar até R$ 49, dependendo do consumo. Esse benefício foi uma compensação referente ao saldo positivo da hidrelétrica de Itaipu em 2023, que foi distribuído para os consumidores.

Além da energia elétrica, o setor de água e esgoto também apresentou uma leve alta de 0,14%, impactando ainda mais o grupo de Habitação. O aumento foi impulsionado por reajustes nas tarifas de algumas cidades, como Campo Grande e Belo Horizonte. Com esses avanços, o IPCA de fevereiro registrou um aumento de 1,31%, o maior para um mês de fevereiro desde 2003, e o maior desde março de 2022, quando a inflação foi de 1,62%.

O avanço do IPCA foi notável, mas, ao excluir o impacto do grupo de Habitação, o aumento seria de 0,78%. Isso reflete a aceleração da inflação em comparação com o mês anterior, quando o índice subiu apenas 0,16%. No acumulado do ano, o IPCA já apresenta uma alta de 1,47%, enquanto a inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,06%, o que está acima da meta do Banco Central de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância estabelecido entre 1,50% e 4,50%.

O grupo de Educação registrou o maior aumento percentual no mês, com uma alta de 4,70%, devido principalmente aos reajustes das mensalidades escolares, especialmente no ensino fundamental, médio e pré-escola. No setor de Alimentação, os preços subiram 0,70%, impactados principalmente pelo aumento nos preços do ovo (15,39%) e do café moído (10,77%), enquanto os combustíveis também tiveram alta, com a gasolina subindo 2,78%.

A inflação dos preços monitorados, como energia elétrica, combustíveis e serviços públicos, disparou 3,16% em fevereiro, após uma queda de 1,52% no mês anterior. Já a inflação de serviços, que responde pela oferta e demanda de itens como restaurantes, escolas e serviços domésticos, teve um aumento mais modesto de 0,82%, mas acumula um avanço de 5,32% nos últimos 12 meses. Isso reflete um mercado de trabalho aquecido e uma demanda elevada por serviços, o que pode levar o Banco Central a adotar novas altas nos juros para tentar controlar a inflação.

Alimentos ficam mais caros, mas energia alivia inflação

Embora os preços dos alimentos tenham subido novamente, a redução nas tarifas de energia elétrica ajudou a aliviar a inflação para as famílias de baixa renda em novembro, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou os dados nesta segunda-feira (16). Por outro lado, o aumento no custo das passagens aéreas pressionou a inflação para as famílias de renda mais alta.

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelou que a inflação para as famílias de renda muito baixa desacelerou, passando de um aumento de 0,75% em outubro para 0,26% em novembro. Já para as famílias com maior poder aquisitivo, a inflação acelerou, com um aumento de 0,27% em outubro para 0,64% no mês seguinte.

“No caso das famílias de renda muito baixa, mesmo diante de uma alta mais forte dos alimentos no domicílio, a taxa de inflação recuou de 0,75%, em outubro, para 0,26%, em novembro, refletindo, sobretudo, a queda das tarifas de energia elétrica”, destacou o Ipea.

Para as famílias de renda mais alta, a inflação de novembro foi impulsionada principalmente pelos transportes, com o reajuste de 22,7% nas passagens aéreas, conforme explicou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica do Ipea.

O indicador do Ipea divide as variações de preços medida pelo IPCA em seis faixas de renda, que vão desde uma renda familiar de até R$ 2.105,99 mensais (faixa de renda muito baixa) até acima de R$ 21.059,92 mensais (faixa de renda alta). No acumulado de 12 meses, a inflação foi de 5,05% para as famílias de renda muito baixa e de 4,50% para as de renda mais alta.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo Ipea para calcular a inflação por faixa de renda, desacelerou de 0,56% em outubro para 0,39% em novembro, com a taxa acumulada de 12 meses ficando em 4,87% em novembro.

Conta de energia não terá cobrança extra em dezembro

A bandeira tarifária para o mês de dezembro será verde, sem cobrança extra na conta de luz. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a mudança foi possível graças à “expressiva melhora das condições de geração de energia” no país. 

“Nas últimas semanas, o período chuvoso mais intenso favoreceu a geração de energia hidrelétrica, com custo de geração inferior ao de fontes termelétricas – acionada mais frequentemente quando os níveis dos reservatórios estão baixos”, explica a Aneel. 

Neste ano, a falta de chuva fez com que a Aneel acionasse a bandeira tarifária vermelha patamar 1 em setembro e a  vermelha patamar 2 em outubro. Em novembro, foi acionada a bandeira tarifária amarela, com cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.  

Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.

As cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração, sendo a bandeira vermelha a que tem custo maior, e a verde, sem custo extra.

Agência Brasil

Moradores de Ribeirão Preto pagarão menos na conta de luz a partir de novembro

A partir de novembro, os consumidores de Ribeirão Preto poderão ver uma redução na conta de luz, com a bandeira tarifária mudando de vermelha para amarela. Essa alteração foi anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última sexta-feira (25), após dois meses no nível vermelho.

O custo adicional por cada 100 kWh consumidos diminuirá de R$ 7,87 para R$ 1,88, trazendo alívio financeiro para os consumidores. Essa mudança é resultado da melhora nas condições de geração de energia no Brasil, especialmente devido ao aumento das chuvas.

ENTENDA AS BANDEIRAS TARIFÁRIAS:

  • Bandeira verde: sem custo extra (condições de geração de energia favoráveis).
  • Bandeira amarela: R$ 18,85 por MWh ou R$ 1,88 a cada 100 kWh (condições menos favoráveis).
  • Bandeira vermelha patamar 1: R$ 44,63 por MWh ou R$ 4,46 a cada 100 kWh (condições desfavoráveis).
  • Bandeira vermelha patamar 2: R$ 78,77 por MWh ou R$ 7,87 a cada 100 kWh (condições muito desfavoráveis).

Horário de verão não será retomado neste ano, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16) que o horário de verão não será retomado em 2024. A decisão vem após a última reunião com o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), onde foi concluído que não há necessidade de implementar a medida neste período.

Silveira explicou que o governo avaliará a possibilidade de voltar com o horário de verão em 2025.

“Nós temos a segurança energética assegurada, há o início de um processo de restabelecimento ainda muito modesto da nossa condição hídrica. Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025”, afirmou.

Apesar da recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em setembro, o governo acredita que a melhoria nas chuvas e nos reservatórios das hidrelétricas não justifica a adoção do horário de verão em 2024. Caso a medida fosse implementada este ano, haveria pouco tempo para setores essenciais, como a aviação, se adaptarem.

Tradicionalmente, o horário de verão é aplicado entre outubro/novembro e fevereiro/março. A possibilidade de retomada em 2025 foi discutida após o ONS apresentar novos estudos sobre o atendimento aos consumidores durante períodos de seca.

Em setembro, o ONS estimou que a implementação do horário de verão em 2024 poderia resultar em uma economia de R$ 400 milhões. Se a medida for adotada a partir de 2026, essa economia poderá subir para R$ 1,8 bilhão anualmente.

Apagão: falta de energia afeta 900 mil pessoas na Grande São Paulo

Após um forte temporal, um longo apagão afetou a vida de cerca de 900 mil pessoas na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), conforme informações da concessionária Enel.

O Procon-SP anunciou que notificará a empresa para esclarecer a demora na restauração do fornecimento de energia e está monitorando relatos de problemas em cidades do interior, com foco especial no fornecimento a hospitais e residências que utilizam equipamentos de suporte à vida.

No interior do estado, segundo o governo, 2.668 clientes estão sem energia na área da CPFL Paulista; 594 na CPFL Piratininga; e 99 na CPFL Santa Cruz, totalizando 0,05% do atendimento do grupo. A Elektro também reporta 6 mil clientes sem energia, mas 91% dos casos já foram resolvidos.

O Procon-SP reiterará solicitações anteriores sobre como a Enel está lidando com o atendimento ao consumidor e o aumento repentino da demanda, além de informações sobre como as chuvas afetaram os equipamentos da empresa e as medidas para restabelecer o serviço dentro dos prazos regulamentares.

A Enel informou que cerca de 1,6 mil técnicos estão atuando no campo, incluindo reforços de outras concessionárias do grupo no Rio de Janeiro e no Ceará. Além da capital, as cidades mais afetadas incluem São Bernardo do Campo, com 60,4 mil unidades sem luz; Cotia, com 59 mil; e Taboão da Serra, com 55,5 mil. Aproximadamente 11% da base de clientes da empresa permanece sem energia, com previsões de restabelecimento se estendendo até quarta-feira (16).

IMPACTOS NA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

A falta de energia também está prejudicando a distribuição de água na região. A Sabesp, responsável pela distribuição de água e coleta de esgoto na RMSP, informou que o serviço está comprometido em áreas de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo, Cotia e Cajamar, e recomenda uso controlado da água nas regiões afetadas.

A Prefeitura de São Paulo mobilizou 4 mil trabalhadores para zeladoria e apoio ao tráfego, entre outras ações de recuperação nas áreas impactadas.

As chuvas da última sexta-feira (11) resultaram em mais de 500 ocorrências registradas pela Defesa Civil estadual, com quedas de árvores sendo os principais relatos. No total, sete pessoas perderam a vida no estado, com tragédias registradas em Bauru, Cotia, Diadema e na Capital. Em Taboão da Serra, cerca de 30 pessoas estão desalojadas e recebendo assistência da Defesa Civil e das equipes municipais, que declararam situação de emergência.

Fontes: Agência Brasil

Volta do horário verão é possibilidade, mas depende de aval de Lula

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (02), que o retorno do horário de verão em novembro pode ser viável, caso o cenário hidrológico do Brasil não melhore nos próximos dias. A decisão, no entanto, ainda depende da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Silveira informou que já teve reuniões com representantes de companhias aéreas, como o CEO da Azul, John Rodgerson, que destacou que a reintrodução do horário de verão exigiria um prazo mínimo de 45 dias para reprogramar os voos.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, também expressou preocupação sobre os possíveis impactos do horário de verão nas eleições municipais, especialmente no período de votação e na divulgação dos resultados.

Se reimplementado, o horário de verão afetaria estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, entre outros. A eficácia da medida seria maior nas regiões mais distantes da Linha do Equador, devido à diferença na luminosidade.

Uma pesquisa realizada pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que 54,9% da população é favorável ao retorno do horário de verão, com 41,8% totalmente a favor.

O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931 e foi utilizado até 2019, quando foi revogado pelo governo anterior, que questionou sua eficácia na economia de energia. A prática, que ocorre em cerca de 70 países, é vista como uma ferramenta útil para a economia e eficiência energética.

Prepare seu bolso! Conta de energia elétrica fica mais cara a partir de hoje

A conta de energia elétrica fica mais cara a partir desta terça-feira (1º), com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, o estágio tarifário mais alto do sistema da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a medida, o preço para cada 100 quilowatts-hora consumidos passa de R$ 4,463 para R$ 7,877.

A decisão foi anunciada na última sexta-feira (27) em nota da Aneel, em consequência do risco hidrológico, com reservatórios baixos, e a elevação do preço da energia no mercado, impactada pelo custo do que foi produzido e não contratado.

O sistema de bandeiras tarifárias é composto pelas cores verde, amarelo e vermelho, em patamares 1 e 2. A cor verde patamar 1 significa tarifa sem custo extra.

A bandeira vermelha patamar 1 estava em vigor desde setembro, após um período em que a bandeira verde patamar 1, a mais barata do sistema, prevaleceu por vários meses do ano.

De acordo com a agência, o sistema de bandeiras tarifárias é uma forma de tornar a cobrança complementar mais transparente aos consumidores de energia elétrica conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Criado em 2015, ele indica os custos da geração de energia no Brasil e possibilita adaptações no consumo para redução no valor da conta de luz.

Por: Fabíola Sinimbú – Repórter da Agência Brasil

A tarifa da luz vai subir! Veja dicas para economizar na conta

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o aumento da tarifa de energia elétrica a partir do mês de setembro. Passa a valer a bandeira patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Para uma família média, o impacto mensal pode ser substancial. Considerando o consumo total de uma residência, o aumento na conta de luz pode chegar a dezenas de reais por mês, dependendo dos hábitos de consumo da família.

“Para minimizar o impacto no orçamento familiar, é essencial adotar medidas de eficiência energética e conscientização do consumo. A economia doméstica também é fundamental para e contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico brasileiro”, afirma Ahmed El Khatib, professor e coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).

DICAS PARA ECONOMIZAR NA CONTA DE LUZ

O professor da FECAP reuniu algumas orientações importantes para ajudar os consumidores a economizarem na conta.

ELETRODOMÉSTICOS

• Utilizar a capacidade máxima das máquinas de lavar e secar;

• Ficar atento à quantidade de sabão nas máquinas de lavar, evitando repetir a operação de enxágue;

• Desligar ou retirar da tomada os eletrodomésticos quando não estiverem em uso;

• Evitar deixar aparelhos em stand-by, pois continuam consumindo energia.

ILUMINAÇÃO

• Substituir lâmpadas incandescentes por opções mais eficientes, como LED;

• Aproveitar a iluminação natural sempre que possível;

• Apagar as luzes ao sair de um ambiente.

AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO

• Utilizar ar-condicionado apenas quando necessário e ajustar a temperatura para 23°C;

• Manter portas e janelas fechadas quando o ar-condicionado estiver ligado;

• Evitar o uso excessivo de chuveiros elétricos e optar por banhos mais curtos.

CONSCIENTIZAÇÃO E HÁBITOS

• Orientar todos os membros da família sobre a importância de economizar energia;

• Monitorar regularmente o consumo de energia e ajustar hábitos conforme necessário;

• Compartilhar dicas de economia de energia com amigos e familiares.

Demanda energética de setembro bate recorde no Brasil devido ao calor

O mercado das distribuidoras de energia elétrica no Brasil está enfrentando uma demanda surpreendente nas duas primeiras semanas de setembro, com um pico de 41.442 megawatts médios, representando um notável aumento de 4,2% em comparação com o mesmo período no ano anterior, revelam dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Este crescimento expressivo, o segundo maior do ano para o setor, é amplamente atribuído à onda de calor que assola o país, levando ao aumento significativo do uso de dispositivos de refrigeração, como ventiladores e aparelhos de ar-condicionado. O estado do Acre liderou o ranking, registrando uma taxa de aumento de 19,7%, seguido de perto pelo Rio de Janeiro, com 16,8%, e o Amazonas, com 14,6%.

As altas temperaturas também tiveram um impacto notável na produção de energia solar, com fazendas solares entregando impressionantes 2.657 MW médios à rede, um aumento impressionante de 42,5% em relação ao ano anterior. Os maiores produtores foram Minas Gerais, com 1.108 MW médios, seguido pela Bahia, com 522 MW médios, e o Piauí, com 277 MW médios.

Esse aumento na demanda de energia elétrica e a notável produção de energia solar destacam a importância da adaptação e do investimento em fontes de energia alternativas para atender às necessidades crescentes de eletricidade, especialmente em períodos de condições climáticas extremas como a onda de calor que o Brasil está enfrentando. A eficiência energética e a diversificação das fontes de energia são fundamentais para garantir o fornecimento de energia confiável para residências e empresas em todo o país.