O dólar atinge novos patamares e os mercados globais enfrentam uma queda acentuada devido às tensões comerciais entre EUA e outros países
O dólar continua em forte alta nesta segunda-feira (7), registrando um aumento significativo em meio ao clima de pânico nos mercados financeiros. A moeda americana atingiu a marca de R$ 5,9309, refletindo o crescente receio de uma guerra comercial global, especialmente após o anúncio do “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por volta das 13h, a cotação operava próxima aos R$ 5,92, com investidores preocupados com os impactos econômicos dessa escalada de tensões.
Esses temores começaram na quarta-feira (2), quando Trump revelou seu plano de tarifas recíprocas, aplicando taxas de 10% a 50% sobre as importações de mais de 180 países. Na sexta-feira (4), a situação se agravou, com a China anunciando uma retaliação ao aumentar suas tarifas sobre produtos americanos em 34%. Esse movimento elevou as tensões comerciais, e agora o mercado aguarda possíveis ações da União Europeia em resposta ao “tarifaço” dos Estados Unidos, o que tem levado muitos a temerem um conflito comercial global.
Além das preocupações com a guerra comercial, a alta das tarifas pode desencadear um aumento generalizado da inflação nos países envolvidos. O impacto disso seria o aumento dos preços de bens e serviços, reduzindo o consumo interno e a atividade econômica, com a possibilidade de uma desaceleração global ou até mesmo uma recessão. O mercado financeiro já reflete esse pessimismo, com as bolsas de valores globais em queda. Na Ásia, os índices sofreram quedas expressivas, com Hong Kong despencando 13,22% e o índice CSI 1000 da China caindo 11,39%. Na Europa, as bolsas também apresentam perdas significativas.
O mercado brasileiro não ficou imune aos efeitos desse clima de incerteza. O Ibovespa, principal índice da B3, abriu em queda e segue recuando, refletindo o pessimismo internacional. O dólar, por sua vez, manteve sua trajetória de alta, o que também afeta diretamente a economia brasileira, principalmente devido ao aumento dos custos de importação e aos efeitos da instabilidade externa. Até agora, o dólar acumula uma alta de 2,27% no mês, e o Ibovespa apresenta uma queda de 2,31% no mesmo período.
A escalada das tarifas foi uma das promessas de Trump durante sua campanha presidencial, e desde então, ele tem implementado uma série de taxas sobre países como México e Canadá, além de impostos sobre produtos específicos, como aço, alumínio e automóveis. Agora, a medida afeta de maneira mais ampla a economia global, com temores de uma crise maior, à medida que mais países podem se envolver em um ciclo de retaliações. A China, por exemplo, já anunciou a imposição de restrições à exportação de terras raras para os EUA, o que pode impactar ainda mais a produção de tecnologias como chips e outros componentes essenciais para o setor digital.