Dólar atinge R$ 5,90, com “tarifaço” e mercados temem guerra comercial

O dólar atinge novos patamares e os mercados globais enfrentam uma queda acentuada devido às tensões comerciais entre EUA e outros países

O dólar continua em forte alta nesta segunda-feira (7), registrando um aumento significativo em meio ao clima de pânico nos mercados financeiros. A moeda americana atingiu a marca de R$ 5,9309, refletindo o crescente receio de uma guerra comercial global, especialmente após o anúncio do “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por volta das 13h, a cotação operava próxima aos R$ 5,92, com investidores preocupados com os impactos econômicos dessa escalada de tensões.

Esses temores começaram na quarta-feira (2), quando Trump revelou seu plano de tarifas recíprocas, aplicando taxas de 10% a 50% sobre as importações de mais de 180 países. Na sexta-feira (4), a situação se agravou, com a China anunciando uma retaliação ao aumentar suas tarifas sobre produtos americanos em 34%. Esse movimento elevou as tensões comerciais, e agora o mercado aguarda possíveis ações da União Europeia em resposta ao “tarifaço” dos Estados Unidos, o que tem levado muitos a temerem um conflito comercial global.

Além das preocupações com a guerra comercial, a alta das tarifas pode desencadear um aumento generalizado da inflação nos países envolvidos. O impacto disso seria o aumento dos preços de bens e serviços, reduzindo o consumo interno e a atividade econômica, com a possibilidade de uma desaceleração global ou até mesmo uma recessão. O mercado financeiro já reflete esse pessimismo, com as bolsas de valores globais em queda. Na Ásia, os índices sofreram quedas expressivas, com Hong Kong despencando 13,22% e o índice CSI 1000 da China caindo 11,39%. Na Europa, as bolsas também apresentam perdas significativas.

O mercado brasileiro não ficou imune aos efeitos desse clima de incerteza. O Ibovespa, principal índice da B3, abriu em queda e segue recuando, refletindo o pessimismo internacional. O dólar, por sua vez, manteve sua trajetória de alta, o que também afeta diretamente a economia brasileira, principalmente devido ao aumento dos custos de importação e aos efeitos da instabilidade externa. Até agora, o dólar acumula uma alta de 2,27% no mês, e o Ibovespa apresenta uma queda de 2,31% no mesmo período.

A escalada das tarifas foi uma das promessas de Trump durante sua campanha presidencial, e desde então, ele tem implementado uma série de taxas sobre países como México e Canadá, além de impostos sobre produtos específicos, como aço, alumínio e automóveis. Agora, a medida afeta de maneira mais ampla a economia global, com temores de uma crise maior, à medida que mais países podem se envolver em um ciclo de retaliações. A China, por exemplo, já anunciou a imposição de restrições à exportação de terras raras para os EUA, o que pode impactar ainda mais a produção de tecnologias como chips e outros componentes essenciais para o setor digital.

“Tarifaço” de Trump causa queda do dólar e das bolsas dos EUA, Europa e Ásia, brasileira sobe

Dólar e bolsas internacionais enfrentam forte desvalorização nesta quinta-feira (3)

Nesta quinta-feira (3), os mercados financeiros globais experimentam uma queda acentuada, com destaque para o dólar e as bolsas de valores, que registram perdas em diversos países. No Brasil, às 11h35, o dólar recuava 1,76%, cotado a R$ 5,5985, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, apresentava um crescimento de 0,55%, contrariando a tendência global. O principal fator por trás desse movimento foi o anúncio das novas tarifas recíprocas impostas pelos Estados Unidos sobre uma série de países, afetando diretamente o cenário financeiro mundial.

De acordo com especialistas, as novas tarifas dos EUA, que afetam vários produtos importados, geraram preocupação no mercado internacional, principalmente porque essas taxas elevadas tendem a aumentar o custo de insumos essenciais, prejudicando a produção e levando a uma possível desaceleração econômica nos Estados Unidos. No entanto, as tarifas para o Brasil foram de 10%, abaixo de outros países, o que pode abrir oportunidades para exportadores brasileiros, que podem ganhar espaço com novos parceiros comerciais.

Globalmente, os mercados de ações enfrentaram uma queda generalizada. Nos Estados Unidos, as principais bolsas de valores apresentaram perdas expressivas, com o Dow Jones recuando 3,73% e o Nasdaq 100 caindo 4,92%. Na Europa, a situação não foi diferente: o índice Euro Stoxx 50, que reúne as 50 maiores empresas do continente, caiu 3,60%. As perdas foram ainda mais pronunciadas em bolsas de países como Alemanha, França e Itália.

No continente asiático, a repercussão também foi negativa, com mercados de várias nações registrando quedas. Hong Kong viu uma diminuição de 1,52% em seu índice Hang Seng, enquanto o Japão enfrentou uma queda de 2,73% no Nikkei 225. A China, segunda maior economia do mundo, foi especialmente impactada, com tarifas de 34% sobre seus produtos, enquanto outros países asiáticos, como o Vietnã e Bangladesh, sofreram tarifas ainda mais altas.

Esses movimentos refletem a preocupação global com os efeitos colaterais do pacote de tarifas recíprocas anunciado por Donald Trump, que tem como objetivo reduzir a dependência dos EUA de produtos estrangeiros. As tarifas, que variam de 10% a mais de 40% dependendo do país, têm causado tensões econômicas, especialmente na Ásia e Europa, que são regiões fortemente impactadas.

Com a imposição de tarifas tão elevadas, especialistas alertam para um possível aumento da inflação nos Estados Unidos, o que poderia prejudicar o consumo e até mesmo levar a uma recessão. No entanto, o Brasil, apesar de afetado, foi um dos países menos impactados, com taxas menores, o que pode ser interpretado como uma oportunidade para alguns setores do país. A situação continua em evolução e o impacto completo ainda está sendo avaliado pelos analistas de mercado.

Exportações de ovos brasileiros aos EUA aumentam em meio à escassez de oferta local

Alta nas importações reflete escassez de ovos nos Estados Unidos devido à gripe aviária

As importações de ovos do Brasil pelos Estados Unidos aumentaram significativamente em fevereiro de 2025, com um crescimento de 93% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esse aumento ocorre em meio a um surto de gripe aviária nos EUA, que tem afetado severamente a oferta de ovos no país, resultando em dificuldades de abastecimento e preços elevados para os consumidores.

O Brasil, que até janeiro de 2025 exportava ovos apenas para ração animal, agora tem a autorização para enviar ovos para processamento em alimentos destinados ao consumo humano, como misturas para bolos ou sorvetes. No entanto, a venda de ovos in natura nos supermercados americanos ainda não é permitida. Além disso, as autoridades americanas estão considerando flexibilizar as regulamentações para permitir a comercialização de ovos postos para a indústria de frangos de corte, ou seja, ovos fecundados, para consumo humano. No entanto, alguns especialistas em segurança alimentar alertaram sobre o risco de contaminação por bactérias nocivas, como a salmonela.

Desafios e flexibilização das regras nos EUA

Em janeiro de 2025, o governo Trump permitiu a importação de ovos brasileiros para uso em produtos alimentícios, após a liberação para ração animal. A ABPA confirmou que o Brasil atende aos requisitos exigidos pelos EUA para a exportação de ovos para processamento. Contudo, o país enfrenta restrições devido à presença da doença de Newcastle, que frequentemente mata aves, o que impede a exportação de ovos in natura ou ovos líquidos pasteurizados para consumo direto.

Além disso, a escassez de ovos nos Estados Unidos levou alguns estados, como Nevada e Arizona, a suspenderem as políticas de bem-estar animal que exigem ovos de galinhas livres de gaiolas. A medida visa aliviar a falta de oferta e combater o aumento dos preços dos ovos, que, em fevereiro, subiram 53,6% no atacado. A escassez também levou a uma alta de 15% no preço dos ovos no Brasil, segundo o IPCA.

O impacto do vírus da gripe aviária e a destruição de ovos nos EUA

A escassez de ovos nos EUA é um reflexo da crise provocada pelo vírus da gripe aviária, que dizimou quase 170 milhões de aves desde o início de 2022, afetando principalmente galinhas, perus e outras aves. Para lidar com a escassez, os EUA estão promovendo importações de países como o Brasil, além de buscar alternativas como a importação de ovos de outras nações, incluindo Turquia e Coreia do Sul, que tradicionalmente enviam poucas quantidades para o mercado americano.

A Wayne-Sanderson Farms, uma das principais produtoras de carne de frango dos EUA, revelou que destrói cerca de 500 mil ovos por semana que não atendem às especificações necessárias para o mercado. O conselho da indústria defende que esses ovos são pasteurizados e, portanto, seguros para consumo, embora especialistas alertem para o risco de contaminação caso a refrigeração inadequada torne a pasteurização menos eficaz.

Plano do governo dos EUA e projeções futuras

O governo dos EUA anunciou um plano de US$ 1 bilhão para reduzir os preços dos ovos, incluindo medidas para ajudar os agricultores a conter a disseminação do vírus da gripe aviária e investir em pesquisas sobre vacinas para aves. Embora as importações de ovos brasileiros tenham aumentado, a situação de escassez e o alto preço do produto continuam a pressionar a inflação de alimentos nos EUA, afetando principalmente os consumidores e aumentando os custos dos restaurantes.

A pressão sobre os preços dos ovos pode continuar, à medida que os EUA buscam alternativas para equilibrar a oferta e demanda, e enquanto as autoridades brasileiras continuam a explorar formas de aumentar suas exportações para atender à crescente demanda internacional.

Putin apoia cessar-fogo de 30 dias, mas exige detalhes antes de aceitar proposta

Putin concorda com a proposta de trégua, mas busca mais garantias antes de um acordo definitivo com a Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, manifestou nesta quinta-feira (13) seu apoio à ideia de um cessar-fogo de 30 dias na guerra contra a Ucrânia, embora tenha destacado a necessidade de discutir detalhes com os Estados Unidos, autor da proposta. A Ucrânia já havia aceitado a proposta dos americanos, que visa interromper os combates temporariamente. Em entrevista no Kremlin, após um encontro com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, Putin afirmou que a interrupção das hostilidades deve ser parte de um acordo que promova uma paz duradoura e que elimine as causas da crise atual.

Putin reconheceu que a proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos é válida, mas levantou questões importantes sobre a execução do acordo, como a necessidade de definir o controle da linha de frente e as razões para o período de 30 dias. Ele expressou preocupações sobre a mobilização de tropas ucranianas durante esse intervalo e sobre o fornecimento de armas para a Ucrânia, o que poderia prejudicar os objetivos do cessar-fogo. O presidente russo também questionou quem teria a responsabilidade de monitorar o cessar-fogo, dado o tamanho da linha de batalha, que se estende por 2.000 quilômetros.

Ao mesmo tempo, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, também se pronunciou sobre o tema, indicando que está em conversações com autoridades ucranianas sobre a possibilidade de conceder territórios à Rússia como parte de um acordo. Trump sugeriu que, caso a Rússia não aceite a proposta de cessar-fogo, isso seria “muito decepcionante para o mundo”, destacando a importância de um acordo que leve a uma paz duradoura. Trump também mencionou questões complexas, como a posse de grandes usinas de energia, que precisariam ser resolvidas durante as negociações.

Embora o governo russo tenha sinalizado interesse nas negociações, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia e o principal assessor de política externa de Putin, Yuri Ushakov, expressaram ceticismo quanto à eficácia de um cessar-fogo temporário. Ushakov argumentou que tal acordo só daria tempo para que o exército ucraniano se reorganizasse e continuasse a luta, sem garantir a paz duradoura desejada pela Rússia. Além disso, o governo russo afirmou que um cessar-fogo de 30 dias sem garantias concretas e compromissos firmes seria inaceitável.

Enquanto isso, Putin segue pressionando por uma posição mais forte nas negociações de paz, visando recuperar o máximo possível de territórios nas regiões fronteiriças com a Ucrânia, especialmente em Kursk. A Ucrânia já havia surpreendido o mundo ao conquistar partes do território russo em agosto de 2024, e as forças ucranianas estão quase cercadas em Kursk, conforme informações de mapas de código aberto. A Rússia busca uma posição estratégica mais favorável antes de assinar qualquer acordo de paz.

Em relação à proposta de cessar-fogo, que foi discutida entre autoridades americanas e ucranianas, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky expressou apoio, vendo a trégua de 30 dias como uma oportunidade para avançar nas negociações de um acordo de paz mais robusto. Ele sugeriu que o cessar-fogo poderia incluir a troca de prisioneiros e a devolução de crianças ucranianas sequestradas pela Rússia. No entanto, a Rússia continua firme em suas exigências, incluindo a não aceitação de qualquer presença militar da OTAN na Ucrânia, uma condição essencial para a continuidade das negociações de paz.

Trump e Zelensky discutem em tensa reunião na Casa Branca sobre a guerra na Ucrânia

Durante uma reunião transmitida ao vivo e acompanhada pela imprensa, Trump pressionou Zelensky a aceitar um pacto para pôr fim ao conflito na Ucrânia. No entanto, o acordo entre os EUA e a Ucrânia não foi formalizado.

Em um raro confronto entre dois líderes mundiais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se envolveram em uma discussão acalorada durante um encontro na Casa Branca nesta sexta-feira (28). A tensão entre eles aumentou quando Trump acusou Zelensky de colocar em risco a paz mundial, afirmando que o presidente da Ucrânia estava apostando na possibilidade de uma “Terceira Guerra Mundial”.

O embate verbal resultou na não assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e a Ucrânia. Zelensky deixou a Casa Branca sem conceder a entrevista habitual após o encontro e cancelou todas as suas aparições públicas em Washington, dando a entender que a discussão comprometeu o andamento da visita. O episódio, transmitido ao vivo, gerou grande repercussão internacional.

Trump pressionou Zelensky durante a reunião a aceitar um acordo de paz para pôr fim ao conflito iniciado em 2022 com a invasão russa da Ucrânia. A posição dos EUA, sob o governo Biden, sempre foi de apoio firme à Ucrânia, mas com a chegada de Trump à presidência, houve uma mudança de postura, com uma aproximação de Moscou e até a discussão de um acordo de paz que não envolvesse Kiev.

O desentendimento ocorreu perto do final da reunião, e Zelensky expressou sua desconfiança em relação às promessas de Vladimir Putin, chamando-o de “assassino”. Trump, então, aumentou o tom de voz e acusou o líder ucraniano de estar colocando em risco a vida de milhões, dizendo: “Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial. E o que você está fazendo é muito desrespeitoso com este país, um país que te apoiou muito mais do que muitos disseram que deveria.”

Zelensky, por sua vez, questionou a postura de Trump em relação a Putin e o acusou de fazer concessões ao líder russo. “Não faça concessões a um assassino”, afirmou o presidente ucraniano. Trump, em resposta, enfatizou que os EUA estavam dispostos a se retirar do apoio à Ucrânia, dizendo: “Ou vocês fazem um acordo, ou estaremos fora. E se estivermos fora, vocês terão que lutar sozinhos.”

Após o encontro, Trump usou suas redes sociais para criticar Zelensky, afirmando que o presidente ucraniano desrespeitou os Estados Unidos e só retornaria à Casa Branca quando estivesse pronto para a paz. O conflito entre os dois também girou em torno de um acordo de exploração de terras raras na Ucrânia, especialmente nas regiões do leste, ricas em minerais, que estão sob controle russo. Trump havia elogiado o acordo como um “grande compromisso” para os Estados Unidos, destacando suas boas conversas com Putin nos últimos dias.

A situação também gerou críticas da União Europeia, que apontou a falta de envolvimento da Ucrânia nas negociações para um acordo de paz, assim como a recusa em incluir um mediador europeu nas discussões. Nos últimos dias, as relações entre Trump e Zelensky já estavam tensas, com acusações mútuas de desinformação e críticas pela postura de Trump em relação à Rússia.

Trump confirma tarifas para México e Canadá e anuncia taxa adicional de 10% sobre a China a partir de 4 de março

De acordo com o Presidente americano, as medidas são uma resposta à frequente entrada de drogas no país.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quinta-feira (27) que as tarifas sobre o México e o Canadá, programadas para entrar em vigor no dia 4 de março, serão implementadas conforme o cronograma. Ele explicou que essa medida se mantém devido à continuidade do fluxo de drogas provenientes desses países para os EUA. Trump também anunciou que, na mesma data, uma tarifa adicional de 10% será cobrada da China.

Em uma publicação em sua plataforma Truth Social, Trump enfatizou que a entrada de drogas nos Estados Unidos, especialmente o fentanil, continua em níveis “muito altos e inaceitáveis”. O presidente destacou a urgência em lidar com essa questão e afirmou que não pode permitir que esse problema persista. “Até que isso pare ou seja de forma significativa limitado, as tarifas previstas para entrar em vigor em 4 de março entrarão, sem alterações”, declarou.

Essa posição do presidente americano surgiu após uma certa confusão na quarta-feira (26), quando ele fez comentários em sua primeira reunião de gabinete sugerindo que poderia adiar o prazo das tarifas por um mês, até 4 de abril. No entanto, essa possibilidade foi esclarecida com a confirmação de que as tarifas entrariam em vigor na data previamente estipulada.

De acordo com autoridades da Casa Branca, o prazo de abril seria referente à implementação de “tarifas recíprocas”, e o presidente teria até o dia 1º de abril para avaliar os resultados de um estudo sobre a questão. Kevin Hassett, principal assessor econômico da Casa Branca, explicou à CNBC que, após a conclusão desse estudo, Trump decidiria sobre a continuidade ou ajustes nas tarifas impostas a países como México e Canadá.

Enquanto isso, as autoridades dos países afetados tentam evitar a implementação das tarifas. O ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, se reunirá com Jamieson Greer, o novo representante comercial dos EUA, nesta quinta-feira (27), e com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, na sexta-feira (28), para discutir formas de resolver a situação. O objetivo é encontrar soluções que atendam às preocupações dos EUA, especialmente no que diz respeito ao combate ao tráfico de drogas.

No Canadá, o ministro da Segurança Pública, David McGuinty, argumentou que os esforços do país no reforço da segurança ao longo da fronteira e no combate ao tráfico de drogas deveriam ser suficientes para agradar o governo Trump. Em resposta às tarifas, a China expressou, por meio de uma carta enviada ao representante comercial dos EUA, que tanto os Estados Unidos quanto a China devem resolver suas questões econômicas e comerciais por meio de um diálogo igualitário e consultivo.

Governador Valadares: A cidade mineira que se tornou um dos maiores polos de migração para os Estados Unidos

Governador Valadares, em Minas Gerais, se transformou em um polo migratório devido à crise econômica local e à criação de redes de apoio entre familiares e amigos de migrantes.

Localizada no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, Governador Valadares é um dos principais destinos para brasileiros que buscam uma vida melhor nos Estados Unidos. A cidade, com cerca de 257 mil habitantes, tem uma longa história de migração, com muitos moradores tendo parentes ou amigos que se mudaram para o país norte-americano ao longo dos anos.

A grande onda migratória para os EUA em Governador Valadares é resultado de uma série de fatores, como a estagnação econômica local e a formação de redes de sociabilidade entre os migrantes, que acabam incentivando quem fica a seguir o mesmo caminho em busca de melhores oportunidades.

Causas da migração para os Estados Unidos

Especialistas destacam várias razões que explicam o elevado número de migrantes valadarenses, como a dependência econômica do setor de comércio e serviços e a ausência de atividades industriais e extrativistas. Além disso, a alta demanda por mão de obra nos EUA nas últimas décadas e a criação de redes de apoio entre migrantes ajudaram a perpetuar o movimento de emigração da cidade.

Outro ponto importante é a possibilidade de salários mais altos nos Estados Unidos, o que permite aos imigrantes mandar dinheiro para suas famílias no Brasil, ajudando a melhorar a qualidade de vida dos parentes que permaneceram em Valadares. Isso contribui para a criação de famílias transnacionais, com uma parte vivendo no Brasil e a outra no exterior.

A história da migração e o apelido “Valadólares”

A migração para os Estados Unidos começou a ganhar força a partir da década de 1960, quando jovens da cidade começaram a aprender inglês e a participar de intercâmbios. Em 1964, os primeiros migrantes de Governador Valadares partiram em busca de melhores oportunidades de trabalho e salários nos EUA. Cada um deles, segundo as pesquisas, levou pelo menos mais 20 pessoas para o país, formando grandes comunidades de mineiros nos Estados Unidos.

O aumento da migração e das remessas de dinheiro enviadas pelos imigrantes aos seus familiares fez com que a cidade ganhasse o apelido de “Valadólares”. Nos anos 1980 e 1990, a economia local foi impulsionada pelo envio de dólares, com investimentos em imóveis e negócios, o que ajudou a amenizar a crise econômica da região.

Impactos do endurecimento da política de imigração dos EUA

Nos últimos anos, a política de imigração dos Estados Unidos se tornou mais rigorosa, com o governo do presidente Donald Trump adotando medidas mais severas contra a imigração ilegal. Isso gerou uma onda de medo entre os imigrantes brasileiros, que vivem com a constante ameaça de deportação.

Rosângela Silva, que mora nos EUA há 18 anos, relatou o medo vivido pelas famílias de Governador Valadares, que, ao chegar ao país, encontram dificuldades para se estabelecer e trabalhar de forma regular. O cenário de temor e incerteza é uma realidade para muitos, que buscam sobreviver às repressões da imigração.

O endurecimento das políticas de deportação também afeta as famílias que, além de enfrentarem a possibilidade de perderem seus entes queridos, têm que lidar com a perda de condições de vida adequadas, pois muitos dos imigrantes não têm recursos para voltar ao Brasil.

Uma perspectiva de resistência

Embora as políticas de deportação tenham alterado o fluxo migratório, a cultura de emigração em Governador Valadares ainda é forte, e muitos continuam buscando uma vida melhor nos Estados Unidos. Mesmo com a retórica e medidas mais rígidas do governo dos EUA, a realidade de muitos imigrantes é de trabalhadores que buscam sustentar suas famílias e melhorar suas condições de vida.

A história de Governador Valadares é um reflexo de como a migração pode ser uma estratégia de sobrevivência, onde as redes de apoio, o desejo de uma vida melhor e a esperança de uma chance econômica continuam a atrair pessoas para os Estados Unidos. A cidade, marcada pela sua relação com o exterior, é um exemplo de como a imigração molda não apenas as vidas dos indivíduos, mas também as culturas e economias locais.

Dólar cai para R$ 5,69 após Trump afirmar que acordo com a China ‘é possível’;

No dia anterior, o dólar registrou alta de 0,66%, sendo negociado a R$ 5,7261. Por outro lado, o principal índice da bolsa fechou em queda de 0,95%, aos 127.309 pontos.

Nesta quinta-feira (20), o dólar segue em queda, com investidores avaliando as chances de um novo acordo comercial entre os Estados Unidos e a China.

Na véspera, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que um novo acordo com a China “é possível”, mencionando também a possibilidade de uma visita de Xi Jinping aos EUA, sem, no entanto, fornecer mais detalhes sobre a agenda.

Essas declarações reforçam a percepção de que as recentes ameaças tarifárias feitas por Trump podem ser mais uma estratégia de negociação do que um plano concreto de ação.

No cenário econômico, os mercados acompanham com atenção novos dados sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e a divulgação de balanços de grandes empresas brasileiras, referentes ao 4º trimestre de 2024.

Resumo dos Mercados

Dólar
Às 12h15, a moeda americana estava sendo negociada a R$ 5,6954, registrando uma queda de 0,54%.
No dia anterior, o dólar teve um aumento de 0,66%, fechando a R$ 5,7261.
O dólar acumula, até agora:

  • Alta de 0,54% na semana;
  • Queda de 1,90% no mês;
  • Perda de 7,34% no ano.

Ibovespa
Nesse mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,29%, aos 127.680 pontos.
No dia anterior, o índice recuou 0,95%, fechando em 127.309 pontos.
O desempenho do Ibovespa acumulou:

  • Queda de 0,71% na semana;
  • Alta de 0,93% no mês;
  • Crescimento de 5,84% no ano.

O que está movimentando os mercados?

As ameaças tarifárias do presidente Trump voltaram a ser destaque nesta quinta-feira (20). Apesar de Trump ter declarado a intenção de anunciar mais tarifas “no próximo mês ou antes”, a principal atenção está voltada para sua afirmação de que um novo acordo comercial com a China “é possível”.

Esse discurso trouxe a percepção de que as tarifas impostas por Trump são mais uma tática de negociação do que uma ação definitiva, o que trouxe alívio ao mercado, reduzindo as preocupações com uma possível inflação nos Estados Unidos. Isso fez o dólar perder força frente a outras moedas, representando uma correção após as recentes altas da moeda.

Vale destacar que as tarifas de 10% impostas por Trump sobre produtos importados da China continuam em vigor, embora outras medidas tenham sido suspensas ou ainda estejam longe de serem implementadas, deixando espaço para novas negociações.

O mercado segue atento a esses desdobramentos, especialmente após o Federal Reserve (Fed) divulgar a ata de sua última reunião, na qual optou por manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano. A ata apontou que as preocupações com o aumento da inflação nos EUA, causadas pelas tarifas, têm influenciado as expectativas do mercado.

A inflação nos EUA atingiu 3,0% em janeiro, ficando acima da meta do Fed de 2%, impulsionada pela alta demanda e um mercado de trabalho robusto.

Agenda Macroeconômica

Entre os destaques da agenda econômica, os novos dados sobre os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos chamam a atenção. A última semana registrou um aumento de 5 mil solicitações, totalizando 219 mil pedidos, superando a expectativa do mercado, mas ainda refletindo um mercado de trabalho sólido nos EUA, o que pode levar o Fed a manter os juros elevados por mais tempo.

No Brasil, o mercado também estava atento aos resultados corporativos. A Vale, por exemplo, reportou um prejuízo de US$ 694 milhões no 4º trimestre de 2024, comparado a um lucro de US$ 2,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Apesar do prejuízo, a empresa aprovou o pagamento de US$ 1,984 bilhão em dividendos, que serão pagos em março de 2025.

Com informações da Reuters

Passageiro causa atraso de 5 horas em voo dos EUA ao renomear Wi-Fi com mensagem de ameaça falsa

Na semana passada, um incidente causou grande transtorno em um voo da American Airlines nos Estados Unidos. Durante o trajeto entre Austin, no Texas, e Charlotte, na Carolina do Norte, um passageiro renomeou o ponto de acesso Wi-Fi de seu celular como “Tem uma bomba no avião”, o que gerou pânico a bordo e provocou um atraso de quase 5 horas.

De acordo com a ABC News, o alerta sobre a mensagem foi dado por outro passageiro, que, assustado, mostrou a rede para uma comissária de bordo. A tripulação rapidamente informou o piloto, e o avião retornou ao portão, alegando um “problema administrativo”. Autoridades de segurança foram acionadas para investigar a situação.

O passageiro Bruce Steen, de 63 anos, contou que um oficial do Departamento de Polícia de Austin subiu a bordo e advertiu os passageiros sobre a gravidade da situação. Ele pediu que o responsável pela brincadeira se manifestasse, mas ninguém se identificou, e todos foram retirados do avião em grupos para passar pela revista.

A TSA, Administração de Segurança no Transporte dos EUA, confirmou que todos os passageiros e suas bagagens foram revistados. Um cachorro especializado foi utilizado para cheirar as bagagens, e o compartimento de carga do avião também foi inspecionado em busca de explosivos.

Após a inspeção completa e sem encontrar nenhuma ameaça, o voo foi liberado pelas autoridades. O voo, originalmente previsto para decolar às 13h42, acabou saindo apenas às 18h15, causando um significativo atraso para todos os passageiros a bordo.

Brasil pode ser afetado por tarifa de 25% dos EUA

Cerca de 25% do aço e aproximadamente metade do alumínio consumidos nos Estados Unidos são importados.

Os Estados Unidos anunciaram a imposição de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, gerando preocupações em vários países. Isso porque cerca de 25% do aço e metade do alumínio consumido no país são importados, com o Brasil sendo um dos principais fornecedores. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os EUA, de acordo com dados do Departamento de Comércio americano.

Se a tarifa for implementada, o Brasil pode ser fortemente impactado. Em 2023, os Estados Unidos compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro, aço e ferro fundido. Além do Brasil, outros países fornecedores incluem Japão, Coreia do Sul, Alemanha, e outros aliados próximos dos EUA, como o Canadá, que é o maior fornecedor de alumínio, seguido pelos Emirados Árabes Unidos e China.

Embora a China seja o maior produtor de aço do mundo, suas exportações para os Estados Unidos são limitadas devido a tarifas já impostas desde 2018, representando apenas 1,8% das importações de aço americanas em 2024. Já no caso do alumínio, o Canadá lidera de longe, com 3,2 milhões de toneladas importadas, o dobro da soma dos outros nove principais países fornecedores.

Essa nova tarifa anunciada por Donald Trump é vista como uma intensificação de sua política comercial, após a aplicação de taxas sobre importações da China, México, Canadá e União Europeia. O Brasil, até o momento, ficou fora das primeiras rodadas de tarifas, mas agora poderá ser impactado, especialmente no setor siderúrgico, que é um dos maiores exportadores para os EUA.

Especialistas já previam que o Brasil poderia enfrentar dificuldades com a imposição de tarifas em determinados setores, como o aço. De acordo com Lia Valls, pesquisadora da FGV, o setor siderúrgico brasileiro está sob pressão devido à alta dependência das exportações para os Estados Unidos.