Ministério da Saúde assina cooperação técnica que prevê ações conjuntas para fortalecer a agricultura familiar

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou, nesta quarta (19), um Acordo de Cooperação Técnica Interministerial que prevê ações para ampliar as aquisições de alimentos da agricultura familiar com foco na modalidade compra institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

O objetivo do compromisso assinado é fazer valer o que já está previsto na lei que estabelece a destinação para a agricultura familiar de, no mínimo, 30% dos recursos das compras de alimentos feitas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional. O documento prevê ações conjuntas que serão realizadas a partir da criação de um plano de trabalho elaborado pelos representantes dos órgãos envolvidos.

“Participar dessa articulação tão importante é motivo de alegria. Não é possível pensar o futuro do Brasil sem pensar no forte desenvolvimento da agricultura familiar”, disse a ministra Nísia durante o ato de assinatura.

De acordo com Nísia, o Ministério da Saúde poderá contribuir com dados e informações, fomentando indicadores que avaliem o impacto positivo dessa ação para a saúde dos brasileiros. “Temos pensado muito em mecanismos de compras centralizadas de vários itens para os hospitais. Certamente, a agricultura familiar compõe esse conjunto de medidas que estamos estudando fazer”, ressaltou.

Além da Saúde, participam do acordo os ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; da Defesa; da Educação; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, além da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Pelo acordo, caberá ao Ministério da Saúde:

1) executar, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, as ações previstas no Plano de Trabalho;

2) apoiar o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar na realização das ações que são de sua competência, conforme Plano de Trabalho;

3) disponibilizar informações, orientações e conteúdos necessários à execução das atividades do presente Acordo de Cooperação Técnica;

4) instruir e orientar as unidades orçamentárias que adquirem alimentos sobre o normativo referente à aquisição de produtos de agricultores familiares, no percentual mínimo de 30% do total de recursos destinados à compra de gêneros alimentícios, no exercício financeiro;

5) instruir e orientar as unidades orçamentárias que adquirem alimentos sobre a publicização localmente das Chamadas Públicas para aquisição da agricultura familiar; e

6) articular com as unidades orçamentárias que adquirem alimentos a promoção de eventos técnicos (integração, visitas técnicas e de campo, degustação) para ampliação da execução da modalidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos.

Nathan Victor
Ministério da Saúde

Governo de SP investe R$ 6,2 milhões em laboratório criminal de genética

O trabalho de investigação baseado em exames de DNA em São Paulo ganha reforço com as novas instalações do Núcleo de Biologia e Bioquímica da Polícia Técnico-Científica. A unidade ampliada e modernizada foi entregue pelo governador Tarcísio de Freitas nesta quarta-feira (19), em cerimônia na capital. O núcleo é considerado o maior laboratório criminal de genética do país e recebeu R$ 6,2 milhões em investimentos.

“A resolução de crimes é fundamental. Aí entra todo o trabalho da Polícia Técnico-Científica, que vai ajudar na construção de evidências e constituição de provas irrefutáveis para que a gente possa levar a julgamento os criminosos que devem à sociedade e entregar ao cidadão a sensação de que a justiça foi feita”, afirmou o governador.

“Com investimento em tecnologia e equipamentos, reconstituição dos efetivos e valorização das pessoas, eu tenho certeza que nós vamos prestar um excelente serviço à sociedade. O melhor nós temos, que são os nossos profissionais de segurança”, reforçou Tarcísio.

A entrega das novas instalações contou com a participação dos secretários estaduais Guilherme Derrite (Segurança Pública) e coronel PM Helena Reis (Esportes) e do superintendente da Polícia Técnico-Científica, Claudinei Salomão, além de outras autoridades policiais civis e militares, médicos-legistas, peritos e técnicos das forças estaduais de segurança pública.

Comandado pela perita Ana Cláudia Pacheco, o laboratório é responsável por analisar provas e realizar exames de DNA para investigação criminal em São Paulo. Ao todo, 34 profissionais atuam no Núcleo de Biologia e Bioquímica. No primeiro semestre de 2023, a unidade recebeu 1,7 mil requisições de exames periciais, com média entre 250 e 350 testes por mês.

“O investimento é no ser humano, que é o que temos de melhor nas polícias, em tecnologia e recuperar o efetivo. Nós temos 189 médicos-legistas neste concurso em andamento, 116 já autorizados e quase 200 peritos para o próximo concurso. Tenho certeza que essa capilaridade vai aumentar demais e ajudar na resolução de crimes em São Paulo”, disse o secretário Derrite.

O Governo de São Paulo investiu na modernização do núcleo para adequar os espaços físicos e melhorar o fluxo técnico obrigatório das análises, que antes eram feitas em salas diferentes.

Com as novas instalações, a unidade ganha em área para a instalação de novos equipamentos, postos de trabalho e aumenta a capacidade e eficiência de processamento das requisições de exames periciais, que cresce ano a ano.

A unidade existe desde a criação da Polícia Técnico-Científica, em 1998, e é a única que realiza exames de DNA em vestígios criminais. O local abriga o Banco de Perfis Genéticos do Estado de São Paulo.

Durante as obras, as atividades foram realocadas para outros espaços no prédio da Superintendência da Polícia Técnico-Científica. O custo operacional para a operação do Núcleo de Biologia e Bioquímica pode chegar a R$ 3 milhões por ano, sem considerar aquisições de equipamentos.

Ministério da Saúde vai investir R$ 242 milhões em pesquisas estratégicas para aprimoramento do SUS

O Ministério da Saúde vai investir R$ 242 milhões na contratação de pesquisas voltadas ao aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS). O recurso será repassado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), considerando sua capacidade técnica. Desse valor, R$ 191,6 milhões vão financiar quatro chamadas públicas ainda no mês de julho e R$ 50,4 milhões serão destinados para novas contratações de pesquisas estratégicas em saúde em 2024.

A iniciativa acontece por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde e está alinhada à prioridade do Governo Federal de valorização da ciência e do desenvolvimento nacional. Uma das ações mais estratégicas desta agenda é a retomada do Complexo Econômico-Industrial da Saúde com medidas para reduzir a dependência do Brasil e assegurar o acesso universal à saúde. A expectativa é que, em até dez anos, 70% das necessidades do SUS em medicamentos, equipamentos, vacinas e outros materiais médicos passem a ser produzidos no país. 

Saiba mais sobre as chamadas públicas: 

  • Estudos Transdisciplinares em Saúde Coletiva 

Orçamento: R$ 80 milhões. 

Linhas de pesquisa: atenção à saúde; equidade em saúde; gestão e políticas públicas; informação e saúde digital; tecnologia, incorporação e inovação em saúde; trabalho e educação em saúde; e vigilância em saúde e ambiente. 

  • Saúde de Precisão

Orçamento: R$ 100 milhões. 

Linhas de pesquisa: terapias avançadas (produtos de terapia gênica, celular e engenharia tecidual e outros); ferramentas de bioinformática aplicadas à genômica clínica e populacional humana e estudos translacionais, intervenções terapêuticas, incluindo pesquisas clínicas, estudos de custo-efetividade e estudos de efetividade. 

  • Evidências Científicas e Pesquisas Avaliativas para qualificar políticas e programas do SUS

Orçamento: R$ 1,6 milhão. 

Linhas de pesquisa: políticas e programas de saúde: política de monitoramento e avaliação do SUS; Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e valorização das trabalhadoras no SUS; Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos; Estratégia de Atenção integrada às Doenças Prevalentes da Infância – AIDPI; estratégia do aplicativo ConecteSUS cidadão; Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde – PQA-VS; e ações de saneamento em comunidades indígenas sob a ótica da Política Nacional de Saúde Indígena. 

  • Ciência de Dados e Impactos das Mudanças Climáticas sobre a Saúde 

Orçamento: R$ 10 milhões. 

Linhas de pesquisa: modelos de predição de agravos em saúde; sistema de alerta de agravos em saúde; integração de sistemas; análise da situação de saúde; e impacto das mudanças climáticas nos serviços de saúde. 

Seleção 

A seleção dos projetos vai considerar temáticas transdisciplinares em saúde coletiva, como a aplicação de ciência de dados em impactos das mudanças climáticas sobre a saúde; evidências científicas e pesquisas avaliativas para qualificar políticas e programas do SUS; saúde de precisão para o diagnóstico e tratamento ou prevenção de doenças na saúde pública brasileira. 

Com essas ações, o Ministério da Saúde reafirma o compromisso de conjugar as prioridades da saúde púbica com o desenvolvimento científico e tecnológico, direcionando os recursos disponíveis para investimento em temas estratégicos que valorizem o conhecimento gerado pela pesquisa nacional. 

As chamadas públicas vão contribuir para promover projetos comprometidos com a equidade em saúde e a sustentabilidade do SUS. 

Ministério da Saúde

Campanha Julho Amarelo oferecerá testagem e vacinação contra hepatites

A Secretaria municipal da Saúde, por meio do programa municipal de DST/Aids, Tuberculose e Hepatites Virais, realizará entre os dias 24 e 28 de julho, como parte da campanha Julho Amarelo, ações que consistem em oferecer à população vacinação contra hepatite B e testes para detecção da hepatite C, além de promover a educação preventiva e levar informação à população sobre as hepatites.

As unidades de saúde promoverão ações de incentivo à testagem e à vacinação, incluindo atividades extramuros nos locais da área de abrangência.

Além disso, a equipe do Programa Municipal de DST/Aids/Tuberculose/Hepatites Virais realizará teste rápido de Hepatite C para a população nos seguintes dias e locais.

  1. de julho, das 8 às 12 horas, no Lar do Idoso/APAE.

28 de julho, das 9 às 14 hora, na Praça Carlos Gomes.

Nesse ano, a campanha Julho Amarelo envolve intensificação da testagem para hepatite C com foco nos maiores de 40 anos /ou população chave de qualquer idade (pessoas LGBT, pessoas em situação de rua, comunicantes sexuais e domiciliares de portadores de Hepatites B e C, profissionais da saúde, manicures, pedicures, podólogos, tatuadores, tatuados e/ou com piercings, usuários de álcool e outras drogas, profissionais do sexo, bombeiros e policiais militares, cuidadores, hipertensos e diabéticos), bem como aconselhamento para todos e, nos casos positivos o encaminhamento para realização de exames complementares e tratamento se indicado.

Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais

Em 2010, foi instituído pela Organização Mundial da Saúde, o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais a ser comemorado em 28 de Julho; e em 2019, foi sancionada a Lei 13.802 de 10/01/19, que institui o “Julho Amarelo”, com o objetivo de promover ações relacionadas à luta contra as hepatites virais.

As Hepatites são doenças de grande impacto na saúde pública brasileira, considerando-se o número de indivíduos atingidos e a possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas.

Em Ribeirão Preto, entre 2013 e 2022, foram diagnosticados 1.252 novos casos de Hepatite C e 695 de Hepatite B, sendo que a grande maioria destes foram em pessoas com mais de 40 anos de idade.

Julho Amarelo

O “Julho Amarelo” visa conscientizar sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento das Hepatites Virais. A hepatite B pode ser prevenida por vacinação. Existe cura para hepatite C e tratamento para hepatite B. Até o momento, não há vacina para a hepatite C.

O grande desafio é o diagnóstico da doença. Por ser uma doença de longa evolução e que, geralmente, não apresenta sintomas, essas pessoas podem ter se contaminado no passado e não sabem que têm o vírus.

Porém, a infecção pode evoluir para formas mais graves como a cirrose ou o câncer hepático. Por isso a recomendação de realização do teste para hepatite C pelo menos uma vez na vida, com o objetivo de diagnosticar e tratar o mais precocemente.

Informações sobre a doença

Estima-se que cerca de 71 milhões de pessoas estejam infectadas pelo vírus da hepatite C em todo o mundo e que cerca de 400 mil vão a óbito todo ano, devido a suas complicações, principalmente por cirrose e carcinoma hepatocelular.

O Ministério da Saúde estima que no Brasil tenha aproximadamente 700.000 pessoas com a doença e que necessitam de acompanhamento e tratamento.

Os mecanismos conhecidos para a transmissão dessa infecção são os seguintes:

1.  Transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis, ou seja, contato com sangue contaminado. As pessoas que receberam transfusão de sangue e/ou derivados, sobretudo para aqueles que utilizaram estes produtos antes do ano de 1993, época em que foram instituídos os testes de triagem obrigatórios para o vírus C nos bancos de sangue em nosso meio, são altamente suscetíveis;

2. Acupuntura, piercings, tatuagem, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos: qualquer procedimento que envolva sangue pode servir de mecanismo de transmissão desse vírus, quando os instrumentos utilizados não forem devidamente limpos e esterilizados.

3. A prática do uso de droga inalada com compartilhamento de canudo também pode veicular sangue pela escarificação de mucosa.

4. Relacionamento sexual: embora não seja um mecanismo tão frequente de transmissão, mas tem que ser considerado, principalmente com múltiplos parceiros ou que tenham outras IST ou com prática sexual desprotegida.

O plano pactuado em 2018 entre o Ministério da Saúde, estados e municípios, alinhado com as metas da Organização Mundial de Saúde (OMS), pretende eliminar as hepatites virais no Brasil até 2030. A meta é ter 90% de redução na incidência das hepatites crônicas B e C e 65% redução da mortalidade associadas às hepatites B e C. Para atingir estas metas temos que nos mobilizar e divulgar ainda mais as informações sobre as doenças.

Via Prefeitura de Ribeirão Preto

Ministério da Saúde libera R$ 151 milhões para apoiar vacinação nos estados e municípios

O Ministério da Saúde vai destinar mais de R$ 151 milhões a estados e municípios para incentivar as ações de multivacinação de crianças e adolescentes em todo o país. Esse recurso faz parte das ações de microplanejamento, voltado a realização de diagnóstico e ações locais para ampliar a vacinação. A medida foi anunciada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta segunda-feira (17), durante o XXXVII Congresso Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, em Goiânia (GO). 

A ação, publicada em portaria nesta terça-feira (18), é inédita e considerada um diferencial para a retomada das altas coberturas vacinais, assim como o planejamento na ponta e a concentração de esforços nos locais onde as taxas de imunização estão mais baixas. A transferência dos recursos vai acontecer em duas etapas: a primeira, com 60% do valor total e a segunda após o fechamento das ações de microplanejamento. Do total, R$ 13 milhões serão destinados aos estados e R$ 138 milhões, para os municípios. 

No microplanejamento, o Ministério da Saúde trabalha com estados e municípios para melhorar o planejamento das ações de vacinação. Equipes da Pasta vão aos estados para participar das ações deste método, como a análise da situação dos dados (características geográficas, socioeconômicas e demográficas locais), definição de estratégias de vacinação (intra e extramuro), seguimento e monitoramento das ações e avaliação de todo o processo da vacinação para o alcance das metas. 

A ideia é que o município se organize e se planeje considerando a sua realidade local. Neste sentido, a estratégia de imunização será adaptada conforme a população, a estrutura de saúde, a realidade socioeconômica e geográfica. Entre as estratégias que podem ser adotadas através do microplanejamento pelos municípios, estão a vacinação nas escolas, a busca ativa de não vacinados, vacinação em qualquer contato com serviço de saúde, vacinação extramuros, checagem da caderneta de vacinação e intensificação da vacinação em áreas indígenas. 

Multivacinação

A multivacinação já foi antecipada no Amazonas, no Acre e no Amapá. A escolha dos estados busca conter doenças já eliminadas no Brasil, diante da queda das coberturas vacinais registrada nos últimos anos. O alerta é ainda maior pelo risco de reintrodução da poliomielite, doença que foi notificada em março deste ano no Peru, em região de fronteira. 

Roraima, Maranhão e Pará serão os próximos estados a receber a multivacinação. A previsão é que as ações nas unidades de saúde desses estados comecem no mês de agosto. 

Movimento Nacional pela Vacinação 

O Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em fevereiro pela nova gestão do Governo Federal, tem o objetivo de retomar as altas coberturas vacinais do Brasil. Com a mensagem “Vacina é vida. Vacina é para todos”, a mobilização inclui vacinação contra a Covid-19 e outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação em várias etapas. Essa ação é uma das prioridades do Ministério da Saúde para reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS), da confiança nas vacinas e da cultura de vacinação do país. 

Assessoria de Imprensa
Ministério da Saúde

Idosos são os que mais confiam no farmacêutico

Estudo da CVS Health revela que os idosos que procuram cuidados de saúde têm mais confiança no farmacêutico (55%) e no prestador de cuidados primários (65%) do que em qualquer outra faixa etária. As informações são do Drugstore News.

O relatório Tendências de Saúde: Futuro do Envelhecimento Saudável explora como os cuidados de saúde precisarão evoluir para atender às necessidades crescentes de pessoas com 65 anos ou mais. À medida que as pessoas envelhecem, elas podem enfrentar desafios físicos que podem se beneficiar de suporte adicional, incluindo:

  • Audição (29%);
  • Visão (21%);
  • Cognição (28%);
  • Como se locomover (39%);
  • Autocuidado (8%).

Segundo o vice-presidente executivo e diretor médico da CVS Health, Sree Chaguturu, atender americanos com mais de 65 anos exigirá inovação em todo o setor – e uma sensibilidade sobre como eles desejam receber seus cuidados.

“Nas últimas décadas, os americanos reinventaram essa fase da vida. Eles são mais ativos e engajados em sua saúde do que qualquer geração anterior, e os avanços médicos os ajudaram a viver mais. Como resultado, o país está enfrentando um momento demográfico marcante, no qual uma em cada cinco pessoas estará na idade de se aposentar até 2030. Isso, por si só, é uma prova dos cuidados de saúde modernos”, afirma Chaguturu.

Salientando que uma população envelhecida exige que o sistema de saúde tenha o melhor desempenho, Chaguturu disse que, apesar de sua saúde relativa, três em cada cinco pessoas com mais de 65 anos lidam com duas ou mais condições crônicas.

“É mais provável que eles passem mais tempo em hospitais e tenham mais necessidades no balcão da farmácia. Atender os americanos mais velhos significa repensar as ferramentas que já temos e inovar onde surgem novas necessidades”, afirma o executivo.

“Ao construir uma base de confiança – o primeiro passo inegociável em qualquer atendimento ao paciente – podemos fazer parceria com eles em suas jornadas de bem-estar de uma maneira compassiva, conveniente e eficaz”, explica Chaguturu, observando que sua transformação na saúde cuidado terá muitas formas.

Idosos buscam conveniência do serviço farmacêutico

Um exemplo é a MinuteClinic, que tem feito uma transição constante para oferecer cuidados amigáveis ​​aos idosos. “Usamos uma estrutura baseada em evidências que analisa e avalia os medicamentos atuais, mobilidade, mentalização (saúde mental) para pessoas com mais de 65 anos em termos de metas de saúde e um plano de tratamento”, ressalta.

Os adultos mais velhos estão absolutamente dispostos a mudar a forma como recebem cuidados – se os benefícios valerem o esforço, disse a CVS Health no relatório. “As clínicas de saúde das farmácias oferecem um excelente exemplo. Este canal sempre foi popular entre os mais jovens, com mais de um terço da geração do milênio usando-o como sua forma preferida de atendimento em saúde. Mas pacientes com mais de 65 anos, que adotaram lentamente, agora estão migrando para o serviço motivados pela conveniência.

“É um desafio conseguir uma consulta com uma clínica tradicional de cuidados saudáveis, pois às vezes pode levar semanas ou até meses para chegar a um prestador de cuidados primários”, disse o diretor médico de varejo de saúde e vice-presidente sênior da CVS Health, David Fairchild.

Em 2022, mais de 650 mil pacientes com 65 anos ou mais procuraram atendimento na MinuteClinic. E os serviços farmacêuticos também podem ajudar com um problema estrutural maior: cerca de 13 milhões de pessoas nos Estados Unidos vivem em “desertos” de prestadores de cuidados primários.

De acordo com um relatório de 2021, um prestador de cuidados primários em tempo integral nessas áreas deve atender a mais de dez mil pessoas – um número de casos mais de três vezes o recomendado. E mais de um terço dos residentes nos EUA enfrentam outros tipos de deficiências de assistência médica em sua área. As farmácias podem se tornar uma tábua de salvação e até sinalizar problemas de saúde antes que se tornem críticos, informa o relatório.

“Os problemas médicos podem piorar rapidamente, principalmente em adultos mais velhos, se as pessoas esperarem muito para se envolver com um médico”, finaliza Fairchild.

Via Panorama Farmacêutico.

Carência ou excesso de alimentos no início da vida pode levar a doenças na fase adulta

Alterações no tecido adiposo materno durante o desenvolvimento fetal, provocadas tanto por carência quanto por excesso de ingestão alimentar, podem levar a doenças metabólicas na fase adulta. Esse é o alerta de um artigo publicado na revista Nature Reviews Endocrinology, que descreve os inúmeros mecanismos envolvidos em um conceito conhecido como programação metabólica – em que células do tecido adiposo (adipócitos) regulam a exposição a nutrientes, trazendo consequências de longo prazo.

“São dois casos opostos, mas que seguem mecanismos idênticos: a reprogramação metabólica. Filhos de mulheres que passaram fome na gravidez tendem a nascer com baixo peso e desenvolver hipertensão, alterações na resposta ao estresse, problemas cardíacos, maior propensão a diabetes e aumento da resistência insulínica. Na outra ponta, filhos de mulheres com obesidade gestacional tendem a nascer com alto peso, mas também a apresentar problemas metabólicos na fase adulta”, explica José Donato Júnior, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

No artigo, a partir de diferentes estudos – alguns deles conduzidos por seu grupo de pesquisa –, o pesquisador junta as peças para esclarecer a intrincada relação entre os adipócitos e a reprogramação metabólica. O trabalho é apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), por meio de um Projeto Temático.

O entendimento desse passo a passo pode auxiliar a estabelecer estratégias futuras para a prevenção e o tratamento de doenças metabólicas, como diabetes, obesidade, hipertensão e dislipidemia (colesterol alto). “Entender esses mecanismos possibilita que intervenções sejam feitas, pois a manipulação de hormônios do tecido adiposo pode ser o embrião de futuras terapias. Veja o caso do diabetes gestacional, por exemplo: a despeito de sua alta prevalência, ainda não existe uma terapia. A indicação é controle da dieta e, se não for suficiente, administrar insulina, o que é extremamente adipogênico [favorece a formação de novos adipócitos] para a mãe e o bebê. A responsabilidade fica muito em cima das mães. Parece que não damos a mesma atenção para os cuidados maternos que damos a outras doenças”, avalia o pesquisador.

Dois lados de uma moeda

Donato explica que, por muitos anos, o tecido adiposo – as famosas gordurinhas – foi considerado um mero depósito de energia, onde a gordura era armazenada para ser usada quando necessário. Essa visão, no entanto, começou a mudar com os estudos que descobriram que o tecido adiposo produz hormônios importantes para o controle do metabolismo, como a leptina e a adiponectina. A essa classe de compostos deu-se o nome de adipocinas. São essas substâncias que fazem a intermediação entre a saúde da gestante e o desenvolvimento dos filhos, sobretudo em uma área de pesquisa chamada “origens desenvolvimentistas da saúde e doença” (DOHaD, na sigla em inglês).

A relação entre alimentação materna e doença dos filhos quando adultos foi observada pela primeira vez durante a chamada “fome holandesa”, que ocorreu na Segunda Guerra Mundial, após o exército nazista cortar o suprimento de alimentos para o país.

Nesses primeiros estudos, sugeriu-se que a carência alimentar das mães levava a um atraso no desenvolvimento dos filhos, como resultado de um processo adaptativo ao baixo nível de nutrientes que recebiam durante a fase fetal e o início da vida.

A linha de pesquisa, que começou com estudos sobre desnutrição, avançou nas últimas décadas para a obesidade. “Vamos supor que, anos depois, esse mesmo indivíduo que passou por uma programação metabólica comece a ter acesso a alimentos altamente palatáveis, ultraprocessados e cheios de calorias. O organismo que estava adaptado para lidar com a escassez se depara com o excesso. Talvez isso ajude a explicar a epidemia de obesidade que temos atualmente”, diz.

De acordo com Donato, estudos mais recentes têm mostrado também que a obesidade materna, a diabetes gestacional e o ganho de peso excessivo durante a gravidez produzem no feto um efeito parecido com o da desnutrição, por também afetar a sensibilidade e os níveis de leptina e adiponectina circulantes na mãe e no feto. “Alguns dos hormônios ligados ao tecido adiposo estão baixos ou apresentam alteração em sua ação, como é o caso da leptina, que promove a adaptação do gasto de energia relacionada à escassez ou ao excesso”, comenta.

Donato ressalta no texto que a leptina provavelmente programa o metabolismo do bebê no início da vida, controlando o desenvolvimento de neurônios que regulam o balanço energético, induzindo mudanças permanentes na preferência por alimentos hiperpalatáveis e diminuindo o gasto energético.

Já os efeitos da adiponectina ocorrem na mãe e na placenta, regulando a exposição fetal a nutrientes e, consequentemente, o crescimento e a nutrição fetal, trazendo consequências de longo prazo para o metabolismo e a predisposição a doenças.

É o que os cientistas chamam de mudanças epigenéticas, ou seja, modificações bioquímicas nas células ocasionadas por estímulos ambientais que promovem a ativação ou o silenciamento de genes sem provocar mudanças no genoma do indivíduo. No caso das adipocinas, elas são capazes de alterar a capacidade de alguns genes serem mais ou menos expressos e também fatores de transcrição que, por sua vez, afetam genes relacionados a como as proteínas interagem com o DNA.

“Preencher essa lacuna de conhecimento é particularmente relevante no que diz respeito às alterações epigenéticas em órgãos que controlam o metabolismo, como o cérebro, o tecido adiposo, o fígado e os músculos. Entender e identificar os mecanismos específicos afetados pela sinalização de adipocinas que levam à programação metabólica são de fundamental interesse para orientar o desenvolvimento de estratégias futuras para prevenir e tratar a obesidade, diabetes e suas inúmeras comorbidades”, afirma o pesquisador.

Via Governo de São Paulo

Casos de doenças respiratórias aumentam com queda nas temperaturas

Os casos de problemas respiratórios aumentam com a chegada do período de baixas temperaturas, tempo seco e maior amplitude térmica. Doenças como gripe, Covid-19, rinite e sinusite podem ser confundidas por causa da similaridade de alguns dos sintomas.

“As principais doenças que aumentam com o clima frio são as doenças respiratórias. E outras manifestações também que surgem como complicação dessas doenças, como as infecções, as pneumonias, as bronquiolites. Isso se deve ao frio e ao clima seco, que dificulta a dispersão de poluentes e faz com que as pessoas, principalmente alérgicas, sofram nesta época do ano”, afirma a médica alergista Fátima Rodrigues Fernandes, diretora do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE).

Todas essas doenças têm em comum sintomas respiratórios como tosse, coriza e nariz entupido. “É fundamental procurar ajuda profissional principalmente quando houver piora de sintomas, como febre, fadiga e a secreção mudar de cor para amarela ou verde, pois podem ser sinais de complicações e até de hipóxia, que é a baixa concentração de oxigênio no sangue”, explica a especialista do HSPE.

É importante saber diferenciar as doenças para que a administração correto do tratamento. O uso de remédios não deve ser feito sem orientação médica.

Entenda as principais características e diferenças entre as doenças

Gripe: A gripe, ou influenza, é causada pelo vírus da gripe, que possui centenas de mutações e é uma doença respiratória sazonal. Os sintomas incluem febre, dores musculares, dor de garganta, dor de cabeça, nariz escorrendo e fadiga, muitas vezes acompanhada de tosse inicialmente seca e depois com secreção. Alguns pacientes podem apresentar quadros de vômitos e diarréia, mas esses sintomas costumam ser mais comuns em crianças. A gripe pode ser tratada com antivirais, analgésicos e pode ser prevenida principalmente por meio de vacinação anual.

Covid-19: A Covid-19 é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus SARS-CoV-2, que pode variar de leve a grave e que pode levar à morte. Os sintomas mais comuns incluem dor de garganta, febre, dor de cabeça e dor no corpo. Outros sinais são fadiga, coriza, perda do paladar, do olfato e dificuldade para respirar. O diagnóstico pode ser feito por exame clínico e por testes de laboratório e farmácia com amostras colhidas no nariz ou boca.
O tratamento varia de acordo com a gravidade e pode incluir repouso, hidratação, analgésicos e cuidados intensivos e hospitalares, assim como o uso de medicamentos antivirais em casos mais graves. A melhor maneira de prevenir a doença é por meio do esquema de vacinação, uso de máscara e distanciamento social.

Rinite: A rinite é uma condição inflamatória nasal que pode ser causada por alergias ou infecções virais. Os sintomas incluem nariz entupido, coceira nasal, coriza e espirros. A rinite alérgica pode ser tratada com anti-histamínicos e lavagem nasal com soro fisiológico, além de controle ambiental dos alérgenos. A rinite viral geralmente desaparece por conta própria em alguns dias.

Sinusite: Já a sinusite é uma inflamação dos seios nasais que pode ser causada por infecções bacterianas ou virais. Os sintomas incluem dor de cabeça, dor facial, nariz entupido, coriza e febre. A sinusite bacteriana pode ser tratada com antibióticos, enquanto a sinusite viral geralmente desaparece por conta própria. Medicamentos podem ser utilizados para aliviar os sintomas e a drenagem das secreções.

VIA GOVERNO DE SÃO PAULO

UNIMED RIBEIRÃO – Julho Verde conscientiza sobre câncer de cabeça e pescoço

A campanha Julho Verde tem como objetivo a conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, denominação dada aos tumores que surgem na boca (lábios, língua, gengiva, assoalho da boca, palato), região sinonasal, tireoide, garganta, laringe, faringe, paratireoide, traqueia e pele.

O câncer de cabeça e pescoço está entre os mais incidentes no mundo. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), somente em 2023 devem surgir em média 39.550 casos da doença, incluindo nessa soma o câncer de boca (cavidade oral), tireoide e laringe, que são os mais frequentes.

Além dos números alarmantes, a preocupação está também no fato de ser este um tipo de câncer costumeiramente negligenciado. Na maioria dos casos os sintomas são ignorados, atrasando o diagnóstico – que geralmente é feito num estágio tardio da doença -, dificultando o tratamento e comprometendo a qualidade de vida do paciente.

Mas a boa notícia é que o câncer de cabeça e pescoço possui tratamento eficaz e cura quando descoberto precocemente. Por isso a campanha Julho Verde é tão importante, pois visa conscientizar a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce.

Sintomas do câncer de cabeça e pescoço

Quando falamos de câncer de cabeça e pescoço, é preciso estar atento aos sinais do próprio corpo. Em alguns casos, pode não haver uma manifestação dolorosa da doença, porém, existem outros sintomas que merecem atenção. Tais como:

  • Surgimento de nódulos no pescoço;
  • Aftas;
  • Manchas brancas ou avermelhadas na boca;
  • Ferida que não cicatriza;
  • Dor de garganta persistente;
  • Dificuldade para falar, mastigar e/ou engolir;
  • Alteração persistente na voz (rouquidão);
  • Sangramento ou obstrução nasal.

Estes são apenas alguns dos principais sintomas desse tipo de câncer. Muitos deles podem ser manifestações de outras doenças, no entanto, é extremamente importante consultar um médico ou dentista quando qualquer desses sintomas surgirem e persistirem por mais de duas semanas.

Fatores de risco, prevenção e tratamento

Agora, queremos falar sobre os fatores de risco da doença. Elencamos aqui alguns dos principais fatores de risco do câncer de boca (cavidade oral), tireoide e laringe, que são os mais frequentes. De forma geral, estão nesta lista o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Mas também faz parte da lista a infecção pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano), por exemplo. Confira:

Câncer de boca (cavidade oral):

  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Exposição ao sol sem proteção;
  • Infecção por HPV.

Câncer de tireoide

  • Dieta pobre em iodo;
  • Exposição à radiação;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Histórico familiar de câncer de tireoide.

Câncer de laringe

  • Uso de tabaco de forma geral;
  • Obesidade;
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Exposição a elementos como: pó de madeira, produtos utilizados nas indústrias metalúrgicas e têxteis, petróleo, plásticos e amianto.

A prevenção consiste na adoção de cuidados a fim de evitar os fatores de risco. De modo geral, ela inclui: não fumar; não consumir bebidas alcoólicas em excesso; fazer a higiene bucal corretamente; manter uma alimentação saudável; fazer atividade física; manter o peso corporal adequado; usar protetor solar (inclusive nos lábios); vacinar-se contra o Papilomavírus Humano (HPV) e, claro, consultar o médico regularmente.

A forma de tratamento vai depender das particularidades de cada paciente, além da gravidade, local e estágio da doença, e é feito normalmente por meio de quimioterapia, radioterapia e/ou cirurgia.

Importante mencionar novamente que, quando descoberto de forma precoce, o câncer de cabeça e pescoço possui tratamento e cura. Podemos dizer que a detecção precoce da doença é, sim, fundamental para salvar a vida do paciente.

Por isso, atente-se aos sinais do próprio corpo. Ao perceber qualquer sintoma ou algum desconforto na região do pescoço, boca ou face, procure ajuda imediatamente. Faça parte também da campanha Julho Verde. Seja consciente! Cuide-se!

Conteúdo e foto Unimed Ribeirão

Pandemia de Aids pode acabar até 2030, diz Unaids

O fim da Aids é uma escolha política e financeira dos países e lideranças que estão seguindo esse caminho e estão obtendo resultados extraordinários, o que pode levar ao fim da pandemia de Aids até 2030. É o que mostra um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

O relatório – denominado O Caminho que põe fim à Aids – expõe dados e estudos de casos sobre a situação atual da doença no mundo e os caminhos para acabar com a epidemia de Aids até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

Segundo a entidade, esse objetivo também ajudará o mundo a estar bem preparado para enfrentar futuras pandemias e a avançar no progresso em direção à conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

O Unaids lidera e inspira o mundo a alcançar sua visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à Aids. O programa atua em colaboração com parceiros globais e nacionais para combater a doença. 

Meta: 95-95-95

Países como Botsuana, Essuatíni, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Zimbábue já alcançaram as metas 95-95-95. Isso significa que, nesses países, 95% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu status sorológico; 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estão em tratamento antirretroviral que salva vidas; e 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida.

Outras 16 nações, oito das quais na África subsaariana – região que representa 65% de todas as pessoas vivendo com HIV – também estão perto de alcançar essas metas.

Brasil: 88-83-95

O Brasil, por sua vez, também está no caminho, com suas metas na casa de 88-83-95. Mas o país ainda enfrenta obstáculos, causados especialmente pelas desigualdades, que impedem que pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade tenham pleno acesso aos recursos de prevenção e tratamento do HIV que salvam vidas.

Na visão da Oficial de Igualdades e Direitos do Unaids Brasil, Ariadne Ribeiro Ferreira, o movimento em casas legislativas municipais, estaduais e no Congresso Nacional de apresentar legislações criminalizadoras e punitivas que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, pode aumentar o estigma. “Este movimento soma-se às desigualdades, aumentando o estigma e discriminação de determinadas populações e pode contribuir para impedir o Brasil de alcançar as metas de acabar com a Aids até 2030”, diz ele. 

 Infográfico - Estatísticas de Aids no Brasil e no mundo. Foto: Arte/EBC
Arte/EBC

Lideranças

“O fim da Aids é uma oportunidade para as lideranças de hoje deixarem um legado extraordinariamente poderoso para o futuro”, defende a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

“Essas lideranças podem ser lembradas pelas gerações futuras como aquelas que puseram fim à pandemia mais mortal do mundo. Podem salvar milhões de vidas e proteger a saúde de todas as pessoas”, acrescenta.

O relatório destaca que as respostas ao HIV têm sucesso quando baseadas em uma forte liderança política com ações como respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável.

Investimentos 

O relatório do Unaids mostra, também, que o progresso rumo ao fim da Aids tem sido mais forte nos países e regiões com maior investimento financeiro. Na África Oriental e Austral, por exemplo, as novas infecções por HIV foram reduzidas em 57% desde 2010 e o número de pessoas em tratamento antirretroviral triplicou, passando de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022.

Com o apoio e investimento no combate à Aids em crianças, 82% das mulheres grávidas e lactantes vivendo com o HIV em todo o mundo tiveram acesso ao tratamento antirretroviral em 2022, em comparação com 46% em 2010, o que levou a uma redução de 58% nas novas infecções por HIV em crianças de 2010 a 2022, o número mais baixo desde a década de 1980.

 Infográfico - Estatísticas de Aids no Brasil e no mundo. Foto: Arte/EBC
 Arte/EBC

Marcos legais

Segundo o relatório, o fortalecimento do progresso na resposta ao HIV passa pela garantia de que os marcos legais e políticos não comprometam os direitos humanos, mas os protejam. Vários países revogaram leis prejudiciais em 2022 e 2023, incluindo Antígua e Barbuda, Ilhas Cook, Barbados, São Cristóvão e Nevis e Singapura que criminalizavam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo.

Financiamento

O financiamento para o HIV também diminuiu em 2022, tanto de fontes internacionais quanto domésticas, retornando ao mesmo nível de 2013. Os recursos totalizaram US$ 20,8 bilhões em 2022, muito aquém dos US$ 29,3 bilhões necessários até 2025, afirma o documento.

O relatório expõe, no entanto, que existe agora uma oportunidade para acabar com a Aids na medida em que a vontade política é estimulada por meio dos investimentos em resposta sustentável ao HIV.

Esses recursos devem ser focados no que mais importa, reforça o Unaids: integração dos sistemas de saúde, leis não discriminatórias, igualdade de gênero e fortalecimento das redes comunitárias de assistência e apoio.

“Os fatos e os números compartilhados neste relatório não mostram que o mundo já está no caminho certo, mas indicam claramente que podemos chegar lá. O caminho a seguir é muito claro”, observa a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

Edição: Kleber Sampaio

Foto Arquivo Agência Brasil

Por Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil – São Paulo