O segundo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra de cana-de-açúcar 2024/25 em São Paulo revela um cenário desafiador para os produtores, com uma redução na produtividade devido à grave escassez de água. Embora haja um leve aumento na produção total comparado à estimativa anterior, o volume final de produção será inferior ao da safra passada.
Apesar de uma expansão na área colhida, a produtividade por hectare sofreu uma queda acentuada. A previsão é de que a produção de açúcar seja priorizada devido aos preços mais elevados, mas a quantidade total de açúcar produzida será menor em relação à safra anterior.
A produção de etanol também deverá diminuir. Apesar da redução no rendimento das lavouras, o ATR (Açúcar Total Recuperável) médio deve se manter próximo ao do ciclo anterior, com uma leve variação positiva.
Embora a safra atual de cana-de-açúcar apresente índices de declínio, São Paulo deve registrar a segunda maior safra desde 2017/2018. A safra anterior estabeleceu um recorde.
No período de janeiro a julho de 2024, o agronegócio paulista obteve um superávit de 9,7%. As exportações do setor representaram 42,8% do total da Balança Comercial do Estado. As vendas externas do agronegócio paulista cresceram 9,6%, totalizando US$ 16,83 bilhões. As importações do setor também aumentaram, com um crescimento de 9,3%, alcançando US$ 3,28 bilhões.
Como resultado, a balança comercial do agronegócio paulista teve um saldo positivo de US$ 13,55 bilhões, marcando um aumento de quase 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS
Entre janeiro e julho de 2024, os principais produtos exportados pelo agronegócio paulista foram:
Complexo sucroalcooleiro: US$ 6,51 bilhões, com o açúcar representando 92,2% e o etanol 7,8%.
Produtos florestais: US$ 1,83 bilhão, sendo a celulose responsável por 54,0% e o papel 38,4%.
Carnes: US$ 1,81 bilhão, com a carne bovina destacando-se com 83,4% do total.
Complexo soja: US$ 1,77 bilhão, com a soja em grão representando 81,4%.
Sucos: US$ 1,36 bilhão, com 97,6% deste valor sendo referente ao suco de laranja.
Esses cinco grupos de produtos representaram 79% das exportações do agronegócio paulista. O café, tradicional no estado, ficou em sexta posição, com vendas de US$ 737,40 milhões, sendo 73,3% desse valor referentes ao café verde.
Comparado ao mesmo período de 2023, os segmentos que tiveram maior crescimento no valor exportado foram: o complexo sucroalcooleiro (+31,8%), o café (+31%), sucos (+20%), produtos florestais (+15%) e carnes (+4,3%). Em contrapartida, o complexo soja teve uma queda significativa de 36,7% nas exportações.
PARTICIPAÇÃO DO AGRONEGÓCIO PAULISTA NO BRASIL
São Paulo respondeu por 17,2% das exportações brasileiras de agronegócio, um aumento de 1,4 ponto percentual em relação ao ano anterior. O estado ocupa a segunda posição entre os maiores exportadores do setor no Brasil, atrás apenas de Mato Grosso (18,5%). Paraná é o terceiro colocado com 11,1%, seguido por Minas Gerais (9,9%) e Rio Grande do Sul (8,2%).
Os produtos do agronegócio paulista que mais se destacaram nas exportações nacionais foram sucos (85,6%), produtos alimentícios diversos (73,2%) e o complexo sucroalcooleiro (59,0%). Esse panorama reflete o desempenho do comércio exterior do agronegócio paulista e nacional nos primeiros sete meses de 2024.
O governo federal firmou um acordo com produtores e a indústria do arroz para acompanhar e regular os preços e o abastecimento do grão em todo o Brasil. O acordo foi formalizado na quarta-feira (03), com a presença dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, além do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.
De acordo com Andressa Silva, diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), os compromissos incluem garantir uma oferta contínua de arroz e preços justos em toda a cadeia, além de manter estoques em centros consumidores e desenvolver alternativas para garantir o abastecimento em áreas mais vulneráveis.
Como parte do acordo, o governo se comprometeu a não realizar leilões para importação do grão, apesar da medida provisória que permite essas importações ainda estarem em vigor até setembro. “O Senado prorrogou a medida provisória por mais 60 dias, portanto, a possibilidade de leilão ainda existe. Contudo, com o novo compromisso, esperamos não precisar recorrer a essa opção”, explicou o presidente da Conab em um vídeo publicado em suas redes sociais após o acordo.
Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), ressaltou que a abertura de diálogo com o governo foi crucial para esclarecer questões do mercado de arroz. “Discutimos os grandes riscos de continuar com a ideia de importações massivas ou a realização de leilões, o que poderia criar insegurança no setor e ameaçar a área plantada para a próxima safra. Vamos orientar os produtores para que abasteçam a indústria e garantam a estabilidade no fornecimento ao consumidor”, disse Velho.
COMO SERÁ FEITO O MONITORAMENTO?
Durante a reunião, foi decidido que a Câmara Setorial do Arroz estabelecerá um grupo de trabalho, em colaboração com a Conab, para acompanhar o mercado do grão. A Câmara Setorial, um órgão consultivo do Ministério da Agricultura composto por entidades do setor privado, realizará levantamentos semanais de preços. Se forem identificadas altas, a Conab comunicará a Câmara Setorial, que mobilizará o setor produtivo e a indústria para corrigir a situação.
O governo, através do Ministério da Agricultura (Mapa), do MDA e da Conab, trabalhará em conjunto com o setor para manter o arroz a preços acessíveis para o consumidor. “Em caso de aumento dos preços do arroz, serão tomadas medidas para controlar a situação”, afirmou o presidente da Conab.
Em apenas seis meses de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) abriu 72 novos mercados para produtos agrícolas brasileiros no comércio mundial, beneficiando 30 países. O número supera recordes anteriores e é maior do que o registrado durante todo o ano de 2019 e 2022, que tiveram 35 e 53 novas aberturas, respectivamente.
Junho foi o mês que mais contribuiu para tornar este o melhor semestre da história para o comércio exterior da agropecuária brasileira. Ao longo do mês, foram abertos 26 mercados em 13 países, correspondendo a 32% de todas as aberturas realizadas no ano.
“O Brasil é a bola da vez para produtos de qualidade. Batemos todos os recordes de abertura de mercados – 18 meses, um ano e meio de governo Lula -, 150 mercados abertos para produtos da agropecuária brasileira”, ressalta o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
As aberturas de 2024 já contemplam todos os continentes: África (6) – África do Sul, Botsuana, Lesoto, Nigéria, Zâmbia e Egito; Ásia (13) – Arábia Saudita, Armênia, Butão, Cazaquistão, China e Hong Kong, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Omã, Paquistão, Quirguistão, Singapura e Turquia; Europa (3) – Belarus, Rússia e Grã-Bretanha; Oceania (1) – Austrália; e Américas (7) – Canadá, México, Estados Unidos, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Peru.
PRODUTOS
Entre os principais produtos que tiveram acordos nos requisitos sanitários e fitossanitários estão pescados de cultivo e derivados, sementes de hortaliças, suínos vivos e seus derivados, carne suína, pescados, gelatina e colágeno de várias origens, proteínas processadas de aves, produtos à base de camarões, embriões bovinos, sêmen bovino, alevinos de tilápia, peixes ornamentais, carne e produtos cárneos de ovinos, extrato de carne bovina, café verde, ovos e milho não transgênico.
NÚMEROS
A expansão de mercados internacionais também tem impulsionado as exportações brasileiras, com o agronegócio representando 49,6% do total nos primeiros cinco meses do ano, gerando US$ 67,17 bilhões em receita.
“Atendendo ao pedido do presidente Lula e do ministro Fávaro, temos trabalhado incansavelmente e dialogado com diversos países para oferecer ainda mais oportunidades aos produtores rurais, facilitando a exportação e aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.
Evolução dos Mercados e Países Atendidos (2019-2024)
A Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, encerrou suas atividades na última sexta-feira, 3, com números impressionantes. De acordo com o Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), ligado à Secretaria de Turismo e Viagens de SP (Setur-SP), estima-se que o evento tenha gerado um impacto econômico direto e indireto de R$ 273,2 milhões. Essa cifra inclui gastos com hospedagem, transporte, alimentação, compras e entretenimento, demonstrando o significativo potencial do agronegócio não apenas na região, mas em todo o país.
A análise do perfil do público revelou características marcantes: a maioria dos visitantes era do sexo masculino (67%), possuía curso superior completo (63,2%) e apresentava uma renda média de R$ 11 mil. Aqueles que vieram de outras cidades para prestigiar o evento permaneceram em média dois dias na feira, gastando cerca de R$ 935 durante esse período. Em contrapartida, os moradores locais desembolsaram em média R$ 251.
Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens de SP, comemorou os resultados, destacando a importância do evento para a região. Além do impacto econômico, a Agrishow também atraiu visitantes interessados não apenas nas novidades tecnológicas do setor agrícola, mas também nas atrações culturais e gastronômicas da região. Com um alto índice de satisfação entre os participantes (nota 79), o evento reforça o potencial do turismo como impulsionador da economia local e gerador de empregos.
A 29ª edição da Agrishow, que encerra suas atividades nesta sexta-feira, 3 de maio, em Ribeirão Preto, registrou um volume recorde de R$ 13,608 bilhões em intenções de negócios, especificamente no setor de máquinas e implementos agrícolas. Esse número representa um crescimento de 2,4% em comparação com a edição anterior, quando foram registrados R$ 13,290 bilhões em negócios.
Apesar dos desafios enfrentados pelo setor, como o clima desfavorável, altas taxas de juros e escassez de recursos, a Agrishow 2024 superou as expectativas. Com cerca de 195 mil visitantes, a feira atraiu produtores rurais de pequenas, médias e grandes propriedades de todas as regiões do Brasil e do exterior.
“A mobilidade e a infraestrutura da feira foram alguns dos destaques, que permitiram aos visitantes uma melhor experiência, principalmente para aqueles que compõem a agricultura familiar – público ao qual se atribuiu grande parte do crescimento da Agrishow 2024”, afirmou João Marchesan, presidente da Agrishow.
Para o próximo ano, as expectativas são ainda maiores. A Agrishow 2025 está programada para acontecer entre 28 de abril e 2 de maio, com a perspectiva de fortalecer ainda mais o agronegócio brasileiro.
A 29ª edição da Agrishow entrou na reta final, mas continua sendo palco de grandes negociações e contatos comerciais. Na manhã desta quinta-feira, 2, o Prefeito Duarte Nogueira recebeu, no stand da prefeitura montado na feira, uma comitiva de Taiwan, composta pelo Superintendente do Escritório Econômico e Cultural de Taipei, Kaung Jong Fong, a Diretora, Isabel Hsu, e a Secretária de Economia Rosalinda Chen.
Durante o encontro, o superintendente Kaung Jong Fong destacou a força econômica de Taiwan no ramo do agronegócio, destacou as feiras voltadas ao setor que acontecem no país e demonstrou o desejo de estreitar laços econômicos com Ribeirão Preto, abrindo as portas para futuras negociações e trocas de conhecimentos para o crescimento de ambas economias.
“Nosso objetivo com essa reunião é consultar a opinião do prefeito sobre possibilidades de cooperação entre Taiwan e Brasil e ter a oportunidade de conhecer a feira que, para nós, é um modelo a ser seguido”, afirmou o superintendente Kaung Jong Fong.
Durante a reunião foram debatidos assuntos como o avanço das tecnologias voltadas ao agronegócio e a realização da maior feira de agronegócio da América Latina, em Ribeirão Preto. Também foram abordadas propostas de intercâmbio e bolsas de estudos entre empresários, empreendedores, médicos, professores e jovens estudantes de Ribeirão Preto em Taiwan.
“A gente tem que intensificar as relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e Taiwan para benefício não só do setor socioeconômico, mas, também para continuarmos compartilhando coisas positivas. Sempre que a gente visita uma feira de tecnologia, não vemos só a parte da inovação digital. A gente vê as consequências da boa aplicação para os serviços públicos, para qualidade de vida, segurança, mobilidade, saneamento básico, destinação final dos resíduos. Estamos sempre aprendendo. A visita de vocês é muito gratificante”, afirmou o Prefeito Duarte Nogueira.
Taiwan é considerado uma potência econômica oriental, com destaque na produção de bens de alta tecnologia. Porém, devido as condições geográficas, o país é altamente dependente da importação de recursos naturais. O Brasil é um dos exportadores de soja para o país oriental.
Começou nesta segunda-feira, 29, a partir das 8h, a 29ª edição da Agrishow em Ribeirão Preto. Os organizadores estimam receber mais de 195 mil visitantes até sexta-feira, 3, vindos de mais de 50 países. A feira é reconhecida como o principal evento do segmento na América Latina.
Ingressos e Estacionamento
Os ingressos podem ser adquiridos no site da feira pelo valor de R$ 70,00, com a opção de escolher o dia da visita. Na bilheteria, o preço diário é de R$ 120,00. O estacionamento também pode ser reservado antecipadamente por R$ 60,00 para carros e motos, e R$ 100,00 para vans, micro-ônibus e ônibus. Durante o evento, o acesso para carros e motos custa R$ 65,00.
Tráfego e Rotas Alternativas
A concessionária responsável pela rodovia Antônio Duarte Nogueira (SP-322), local da feira, prevê um aumento significativo no tráfego, com até 10 mil veículos a mais por dia, nos dois sentidos. A Prefeitura de Ribeirão Preto sugeriu cinco rotas alternativas para acesso à Agrishow. A feira ampliou as áreas de estacionamento e otimizou acessos, incluindo novas saídas para melhorar o fluxo na rodovia e em vias adjacentes.
O ex-jogador de futebol Cafú está confirmado para marcar presença na 29ª edição da Agrishow, que começa hoje, 29, em Ribeirão Preto. O atleta, campeão do mundo pela seleção brasileira, é uma das personalidades que prestigiarão a feira agrícola.
Cafú participará da feira nesta segunda-feira, 29, realizando uma ativação em um estande de uma empresa líder em equipamentos para manutenção de áreas verdes. Além do ex-lateral direito, políticos e outras personalidades também estarão presentes no evento, que é considerado o maior do setor agrícola no Brasil e um dos principais do mundo.
Entre os convidados está o ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja presença está confirmada para o primeiro dia da feira. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também é aguardado para a cerimônia de abertura, que acontecerá no domingo, dia 28, em um evento que promete ser marcante.
O cultivo da cana-de-açúcar é uma atividade de grande importância econômica em mais de 100 países ao redor do mundo. No entanto, é no Brasil que esse setor se destaca, sendo o maior produtor global, com uma movimentação financeira que ultrapassa os R$ 100 bilhões anualmente.
Para garantir uma produtividade satisfatória nesse cultivo, é crucial enfrentar desafios como o bicudo da cana (Sphenophorus levis), uma das pragas mais prejudiciais ao canavial. Estima-se que essa praga possa reduzir a produção em até 25 toneladas de cana por hectare por safra, ou seja, a cada 1% de toco atacado, os danos chegam a 1,6 toneladas de cana por hectare.
Maurício Oliveira, gerente de marketing regional da FMC, ressalta que os prejuízos causados pelo bicudo vão além da quantidade de cana perdida. Essa praga diminui a população de plantas e a longevidade do canavial, afetando diretamente a receita do produtor. Em áreas com alta infestação, o número de colheitas pode ser reduzido pela metade.
A disseminação do bicudo ocorre principalmente por meio das cargas de cana destinadas às mudas, colhedoras mal higienizadas e implementos agrícolas sujos. Essa praga já ultrapassou as fronteiras de São Paulo, principal região produtora do país, e pode ser encontrada também em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Uma característica preocupante do bicudo é sua ocorrência ao longo de todo o ano, com picos de atividade durante períodos específicos. Por isso, é essencial que os agricultores adotem um manejo adequado para interromper o ciclo da praga em diferentes épocas do ano.