Cessar-fogo entre Israel e Hamas entra em colapso iminente com intensificação das ameaças, Netanyahu tem a bênção de Trump para retomar guerra.
O cessar-fogo entre Israel e Hamas, em vigor desde janeiro, está em um momento crítico. A crescente tensão entre as partes, alimentada por ameaças de Donald Trump e acusações mútuas de violação do acordo, coloca em risco a continuidade da trégua, que já é considerada frágil. O Hamas criticou Trump, afirmando que suas declarações, como a sugestão de Israel retomar a guerra caso o grupo atrase a liberação dos reféns, complicam a situação.
Trump afirmou que os EUA deveriam tomar a Faixa de Gaza no pós-guerra e retirar os palestinos para criar uma “Riviera do Oriente Médio”, proposta amplamente rejeitada pela comunidade internacional. O Hamas considerou essa ideia “racista” e alertou para a necessidade de resistência contra os EUA. Tais comentários intensificaram a tensão, levando a críticas sobre o possível avanço de uma “limpeza étnica” e gerando preocupações em relação ao direito internacional.
O governo israelense, por sua vez, segue ameaçando encerrar o cessar-fogo caso o Hamas não libere os reféns até o meio-dia de sábado. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que, caso contrário, as forças de Israel retomarão as operações militares com o objetivo de derrotar o grupo terrorista. O Hamas, por sua vez, justifica a retenção dos prisioneiros israelenses com alegações de violações de Israel ao acordo de cessar-fogo, como ataques aéreos e interferência na ajuda humanitária.
O atraso na libertação de prisioneiros palestinos também é uma das principais razões apontadas pelo Hamas para a suspensão das solturas de reféns. A situação ficou mais tensa em 30 de janeiro, quando Netanyahu criticou o processo confuso de liberação e ameaçou represálias a quem prejudicasse os reféns. Além disso, as imagens de reféns libertados com sinais de desnutrição e os críticos do uso das liberações como uma ferramenta de propaganda pelo Hamas intensificaram as discordâncias.
Com o futuro do cessar-fogo incerto, o governo de Israel reforçou sua presença militar em Gaza, enquanto as negociações da segunda fase do acordo foram adiadas. A segunda etapa incluiria a devolução de todos os reféns e o fim do conflito, enquanto a terceira fase abordaria a reconstrução da Faixa de Gaza e o governo do território. A continuidade do acordo e a resolução da crise dependem de um delicado equilíbrio entre as partes, que segue instável.