Com problemas hídricos e incerteza climática, safra de cana em SP enfrenta declínio

O segundo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra de cana-de-açúcar 2024/25 em São Paulo revela um cenário desafiador para os produtores, com uma redução na produtividade devido à grave escassez de água. Embora haja um leve aumento na produção total comparado à estimativa anterior, o volume final de produção será inferior ao da safra passada.

Apesar de uma expansão na área colhida, a produtividade por hectare sofreu uma queda acentuada. A previsão é de que a produção de açúcar seja priorizada devido aos preços mais elevados, mas a quantidade total de açúcar produzida será menor em relação à safra anterior.

A produção de etanol também deverá diminuir. Apesar da redução no rendimento das lavouras, o ATR (Açúcar Total Recuperável) médio deve se manter próximo ao do ciclo anterior, com uma leve variação positiva.

Embora a safra atual de cana-de-açúcar apresente índices de declínio, São Paulo deve registrar a segunda maior safra desde 2017/2018. A safra anterior estabeleceu um recorde.

Recorde marca o melhor semestre da história do comércio exterior para o agro

Em apenas seis meses de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) abriu 72 novos mercados para produtos agrícolas brasileiros no comércio mundial, beneficiando 30 países. O número supera recordes anteriores e é maior do que o registrado durante todo o ano de 2019 e 2022, que tiveram 35 e 53 novas aberturas, respectivamente.

Junho foi o mês que mais contribuiu para tornar este o melhor semestre da história para o comércio exterior da agropecuária brasileira. Ao longo do mês, foram abertos 26 mercados em 13 países, correspondendo a 32% de todas as aberturas realizadas no ano.

“O Brasil é a bola da vez para produtos de qualidade. Batemos todos os recordes de abertura de mercados – 18 meses, um ano e meio de governo Lula -, 150 mercados abertos para produtos da agropecuária brasileira”, ressalta o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

As aberturas de 2024 já contemplam todos os continentes: África (6) – África do Sul, Botsuana, Lesoto, Nigéria, Zâmbia e Egito; Ásia (13) – Arábia Saudita, Armênia, Butão, Cazaquistão, China e Hong Kong, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Omã, Paquistão, Quirguistão, Singapura e Turquia; Europa (3) – Belarus, Rússia e Grã-Bretanha; Oceania (1) – Austrália; e Américas (7) – Canadá, México, Estados Unidos, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Peru.

PRODUTOS

Entre os principais produtos que tiveram acordos nos requisitos sanitários e fitossanitários estão pescados de cultivo e derivados, sementes de hortaliças, suínos vivos e seus derivados, carne suína, pescados, gelatina e colágeno de várias origens, proteínas processadas de aves, produtos à base de camarões, embriões bovinos, sêmen bovino, alevinos de tilápia, peixes ornamentais, carne e produtos cárneos de ovinos, extrato de carne bovina, café verde, ovos e milho não transgênico.

NÚMEROS

A expansão de mercados internacionais também tem impulsionado as exportações brasileiras, com o agronegócio representando 49,6% do total nos primeiros cinco meses do ano, gerando US$ 67,17 bilhões em receita.

“Atendendo ao pedido do presidente Lula e do ministro Fávaro, temos trabalhado incansavelmente e dialogado com diversos países para oferecer ainda mais oportunidades aos produtores rurais, facilitando a exportação e aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Evolução dos Mercados e Países Atendidos (2019-2024)

2019: 35 mercados | 18 países

2020: 74 mercados | 24 países

2021: 77 mercados | 33 países

2022: 53 mercados | 26 países

2023: 78 mercados | 39 países

2024: 72 mercados | 30 países (até o momento)

Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética

Nesta sexta-feira (3), o Brasil e o Japão assinaram três importantes acordos durante o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro japonês, Fumiu Kishida, no Palácio do Planalto. Além desses acordos, estão previstas a assinatura de outros 36 entre empresas brasileiras e japonesas, consolidando ainda mais as relações bilaterais entre os dois países.

Os acordos abrangem áreas estratégicas, como recuperação de terras degradadas, segurança cibernética e promoção de investimentos. Segundo Kishida, esses memorandos representam um impulso para elevar as relações entre Brasil e Japão a um novo patamar.

Durante o encontro, o presidente Lula destacou a histórica reivindicação do Brasil para participar do mercado de carne bovina do Japão, ressaltando a qualidade e competitividade do produto nacional. Lula também convidou empresários japoneses a investirem em novas tecnologias no Brasil, como inteligência artificial e indústria de dados.

O Brasil e o Japão mantêm uma relação diplomática sólida, que será celebrada em 2025 com a comemoração dos 130 anos de relações entre os dois países. Lula aceitou o convite de Kishida para visitar o Japão, fortalecendo ainda mais os laços entre as nações.

Além dos acordos assinados, o presidente Lula expressou solidariedade ao estado do Rio Grande do Sul, que enfrenta tempestades e enchentes. O governo federal se comprometeu a fornecer todo o apoio necessário para a recuperação dos estragos causados pelas chuvas, em um momento de dificuldade para milhares de famílias gaúchas.

Agrishow 2024 bate recorde de negócios em Ribeirão Preto

A 29ª edição da Agrishow, que encerra suas atividades nesta sexta-feira, 3 de maio, em Ribeirão Preto, registrou um volume recorde de R$ 13,608 bilhões em intenções de negócios, especificamente no setor de máquinas e implementos agrícolas. Esse número representa um crescimento de 2,4% em comparação com a edição anterior, quando foram registrados R$ 13,290 bilhões em negócios.

Apesar dos desafios enfrentados pelo setor, como o clima desfavorável, altas taxas de juros e escassez de recursos, a Agrishow 2024 superou as expectativas. Com cerca de 195 mil visitantes, a feira atraiu produtores rurais de pequenas, médias e grandes propriedades de todas as regiões do Brasil e do exterior.

“A mobilidade e a infraestrutura da feira foram alguns dos destaques, que permitiram aos visitantes uma melhor experiência, principalmente para aqueles que compõem a agricultura familiar – público ao qual se atribuiu grande parte do crescimento da Agrishow 2024”, afirmou João Marchesan, presidente da Agrishow.

Para o próximo ano, as expectativas são ainda maiores. A Agrishow 2025 está programada para acontecer entre 28 de abril e 2 de maio, com a perspectiva de fortalecer ainda mais o agronegócio brasileiro.

RP Mobi recomenda rotas alternativas para acesso à Agrishow

Com o objetivo de garantir melhores condições de acesso à Agrishow, a RP Mobi recomenda cinco sugestões de rotas alternativas para chegar à feira a partir das ruas e avenidas de Ribeirão Preto.

O Departamento de Operações Viárias da RP Mobi realizou uma nova avaliação técnica pelos possíveis acessos ao evento e manteve as cinco opções de rotas para quem pretende chegar à Agrishow, na rodovia Antônio Duarte Nogueira, Km 321.

Todos os trajetos visam evitar a chegada dos interessados à feira internacional utilizando toda a extensão da avenida Patriarca (da avenida Bandeirantes até o dispositivo de acesso à Agrishow), onde possui um trânsito intenso no período do evento.

As principais avenidas que integram as rotas alternativas já estão sinalizadas com placas na cor laranja com indicações para o direcionamento dos condutores para o local onde será realizada a feira.

Confira a seguir os trajetos alternativos:

Alternativa A (cor Roxa)

Local de partida: avenida Independência

Trajeto: quem vem pela avenida Independência deve virar à direita na pista Bairro/Centro da avenida Coronel Fernando Ferreira Leite, à esquerda no retorno para seguir no sentido oposto da avenida Coronel Fernando Ferreira Leite ao passar pela avenida Mariano Pedroso de Almeida até acessar avenida Presidente Vargas em direção ao Anel Viário Contorno Sul.

Alternativa B (cor Laranja)

Local de partida: avenida Braz Olaia Acosta

Trajeto: da avenida Braz Olaia Acosta a partir da região do Ribeirão Shopping deve seguir a pista Centro/Bairro da via em direção à rotatória da praça Nadyr Freitas Monteiro da Silva (em frente ao Novo Mercadão) e seguir em direção ao Anel Viário Contorno Sul e virar à direita para acessar à rodovia. 

 Alternativa C (cor Verde)

Local de partida: avenida Patriarca

Trajeto: da região da avenida Bandeirantes, quem acessa a avenida Patriarca deve virar à esquerda na avenida Monteiro Lobato, à esquerda na avenida Pio XII, à esquerda na rotatória, à direita para seguir na mesma avenida até chegar na rotatória com a rua Abílio Sampaio; à direita para continuar na avenida Pio XII em direção à rotatória com a avenida Professor João Fiúsa, à direita na avenida Caramuru até seguir até a avenida Adelmo Perdizza; à direita para acessar à rodovia onde fica a feira.

Alternativa D (cor Azul)

Local de partida: avenida Adelmo Perdizza

Trajeto: os condutores que estão nas avenidas Caramuru ou Luzitana devem acessar a avenida Adelmo Perdizza para depois virar à direita na rodovia e seguir em direção à alça de acesso para a Agrishow.

 Alternativa E (cor Vermelha)

Local de partida: avenidas Patriarca e Monteiro Lobato

Trajeto: há duas rotas direcionadas para chegar à feira por quem vem da avenida Luzitana, a primeira a partir da rotatória da avenida Patriarca (na região do bairro Adão do Carmo Leonel), onde se deve virar à esquerda para a avenida Professor Pedreira de Freitas, à esquerda na rotatória para a avenida Casper Líbero, à direita na rotatória para a avenida Luzitana. Já a segunda opção para chegar na Luzitana é a partir da rotatória da avenida Monteiro Lobato (na região do bairro Parque Ribeirão Preto), onde se deve fazer a rotatória em direção à Luzitana. Ao chegar na Luzitana, deve-se virar à direita para acessar à avenida Adelmo Perdizza e seguir o trajeto conforme a rota D (cor Azul).

Devido ao grande fluxo de veículos nas vias de acesso à Agrishow, a RP Mobi orienta a todos condutores que redobrem a atenção e diminuam a velocidade a fim de se evitar acidentes.

Agricultura de SP abre inscrições para o programa de Bolsas de Iniciação Científica

Despertar vocação científica e incentivar novos talentos entre estudantes de graduação estimular uma maior articulação entre graduação e pós-graduação em instituições de pesquisa científica agropecuária. Com este foco a APTA Regional, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, divulga, por meio de edital público, a abertura de inscrições do Processo Seletivo para a seleção de candidatos ao Programa de Bolsas de Curta Duração de Iniciação Científica da APTA Regional, conforme prevista em Lei Estadual e regulamentada em Portaria APTA de 2023. O prazo de inscrições é até dia 21 de agosto.

Podem se inscrever no Processo Seletivo os estudantes que estejam frequentando os cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia, Economia, Biologia, Agroecologia e Engenharia Ambiental.

Serão concedidas 25 bolsas de curta duração de Iniciação Científica da APTA Regional, vinculadas a 25 Projetos de Pesquisa.

A duração das Bolsas será de três meses, ininterruptos e não prorrogáveis, com carga horária de 30 horas semanais, dentro do horário oficial de funcionamento institucional [das 07 às 18 horas].

As 12 unidades de pesquisas da Apta Regional que receberão os alunos são de Andradina, Assis, Bauru, Colina, Itapetininga, Marília, Pariquera-Açú, Pindamonhangaba, Pindorama, Piracicaba, Presidente Prudente, Tietê.

O Programa de Iniciação Científica busca contribuir para a formação e inserção de estudantes em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação; estimular pesquisadores produtivos a envolverem alunos de graduação nas atividades científica, tecnológica e produtiva; proporcionar ao bolsista [orientado por Pesquisador Científico qualificado] a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, além estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa; e ampliar o acesso e a integração do estudante à cultura científica.

Segundo o diretor geral, Daniel Gomes, outro fator muito importante, é que os projetos de pesquisa aos quais os alunos serão atrelados, fazem parte de demandas e contextos socioeconômicos agrícolas regionais, “fortalecendo assim cadeias produtivas, as demandas regionais de mão de obra especializada e induzindo também a interação com a pesquisa científica em regiões onde essa possibilidade é mais escassa”.

Informações publicadas no Diário Oficial, podem ser acessadas no link http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v6/index.asp?c=33633&e=20230802&p=1

Apta Regional

A APTA Regional, Instituição de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – ICTESP que tem a missão de alavancar o desenvolvimento tecnológico do agronegócio, atuando em parcerias público-privadas, é uma das sete instituições de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).

São 18 Unidades Regionais de Pesquisa e Desenvolvimento no estado de São Paulo. Com visão multidisciplinar nas áreas de agronomia, zootecnia, pesca continental, sanidade vegetal e animal, e agregação de valor em produtos de origem animal e vegetal.

As tecnologias geradas ao longo de anos, nas unidades de pesquisa (várias centenárias), possibilitam à Instituição seguir como alicerce para a agricultura paulista, sendo referência em diversos setores da agropecuária.

Além de agregar valor socioeconômico com ações interinstitucionais em função das demandas regionais do setor, as tecnologias geram oportunidades de negócios, trabalho e renda ao produtor rural e atendem demandas de consumo da população, que busca por uma cadeia produtiva mais sustentável e pela saudabilidade dos alimentos.

Exportações do agronegócio são recorde com US$ 14,4 bilhões em julho

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio alcançaram, em julho deste ano, o valor recorde de US$ 14,43 bilhões, crescimento de 1,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o aumento do volume exportado foi responsável pelo incremento do desempenho da balança comercial, puxados, principalmente, pelo complexo soja, carnes de frango e suína, celulose e algodão. No geral, os preços médios de exportação dos produtos recuaram.

A participação das exportações do agronegócio no total da balança comercial de julho foi de quase 50%.

China, Argentina, Argélia e México são alguns dos países em que as exportações do agro tiveram aumento absoluto das exportações acima de US$ 100 milhões.

Soja em Grãos

O complexo soja é o principal setor exportador do agronegócio brasileiro, representando 42,2% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio (US$ 6,09 bilhões).

O valor embarcado de soja em grãos foi recorde para os meses de julho, com US$ 4,77 bilhões. O volume embarcado expandiu 29,2%, chegando próximo a 9,7 milhões de toneladas.

A safra brasileira de soja em grãos está estimada, de acordo com o levantamento da Conab, em 154,6 milhões de toneladas na temporada 2022/2023 e explica o expressivo valor embarcado.

Já as vendas externas de farelo de soja subiram 12,4%, suplantando a cifra de um bilhão de dólares (US$ 1,08 bilhão), valor recorde para os meses de julho. O volume embarcado também foi recorde no período, atingindo 2,2 milhões de toneladas (+12,6%).

As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que o Brasil deve se tornar o maior fornecedor mundial de farelo de soja em 2023, ultrapassando a Argentina.

Três mercados foram responsáveis pela aquisição de 73,4% do farelo de soja: União Europeia (US$ 458,83 milhões; +53,4%), Indonésia (US$ 178,88 milhões; +41,6%) e Tailândia (US$ 151,47 milhões; +3,6%).

Carne suína

As exportações de carnes foram de US$ 1,99 bilhão (-15,7%), com expansão de 3,8% no volume embarcado e queda de 18,8% no preço médio de exportação das carnes.

Entretanto, a carne suína foi a única com expansão de volume (+7,5%) e preço (+3,7%), com US$ 245,55 milhões em vendas externas (+11,5%). O maior importador de carne suína brasileira é a China, com participação de 37,8%. As Filipinas, com registro de ocorrência de Peste Suína Africana (PSA) nas regiões produtoras, foi o segundo maior importador de carne suína in natura, com US$ 27,02 milhões adquiridos (+39,0%). Três mercados importaram mais de US$ 15 milhões: Vietnã (US$ 16,41 milhões; +71,9%); Chile (US$ 15,66 milhões; +107,5%); e Hong Kong (US$ 15,48 milhões; +15,3%).

Carne de frango

As vendas externas de carne de frango foram de US$ 845,59 milhões (-3,1%). Houve incremento do volume exportado em 7,8%. A China é a principal importadora da carne de frango in natura brasileira, com aquisições de US$ 124,44 milhões (+16,9%).

Outros importadores foram: Emirados Árabes Unidos (US$ 98,58 milhões; +10,2%); Japão (US$ 87,83 milhões; +4,6%); Arábia Saudita (US$ 78,19 milhões; -22,9%); União Europeia (US$ 37,07 milhões; -8,8%); e Coreia do Sul (US$ 33,08 milhões; -23,1%).

Celulose

A celulose foi o principal produto exportado pelo setor, com exportações recordes de US$ 816,54 milhões para o mês (+20,2%). O volume exportado também foi recorde, com 1,79 milhão de toneladas (+6,0%). As exportações de produtos florestais foram de US$ 1,34 bilhão (-4,3%), em julho deste ano.

A China é o principal país importador de celulose brasileira, com US$ 499,91 milhões (+82,8%). Esta cifra representou 61,2% do valor total exportado pelo Brasil do produto.

Outros mercados importadores de celulose: União Europeia (US$ 98,40 milhões; -49,6% e participação de 12,1%) e Estados Unidos (US$ 88,65 milhões; +22,2% e participação de 10,9%).

Recorde no acumulado do ano (janeiro a julho)

De acordo com os analistas da SCRI, de janeiro a julho deste ano, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 97,12 bilhões, alta de 3,9%. O crescimento nas vendas de soja em grão para o mercado chinês (+US$ 2,91 bilhões) e argentino (+US$ 1,62 bilhão) foi o que mais influenciou no resultado.

O agronegócio representou metade das exportações totais do Brasil nos sete primeiros meses do ano (50%).

Ministério da Agricultura e Pecuária

Conab: produção de grãos deve crescer 17,4% na safra 2022/2023


A estimativa para a produção de grãos na safra 2022/23 é de 320,1 milhões de toneladas. O montante, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa incremento de 17,4% e volume de 47,4 milhões de toneladas a mais que o total colhido no ciclo passado.

Em nota, a Conab destacou que o resultado é reflexo da combinação de ganhos de área e de produtividade das lavouras. “Enquanto a área apresenta alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086”. 

Milho 

A colheita do milho segunda safra, segundo a companhia, segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra ultrapassa 100 milhões de toneladas, maior produção já registrada na série histórica.  

Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. “Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada”. 

Algodão 

A Conab prevê uma produção de 7,4 milhões para o algodão em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando atingia 49,3%. 

Feijão 

Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas, segundo o levantamento, vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estágios de floração, enchimento de grãos e maturação. 

Soja e arroz 

Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, os destaques citados pelo balanço são Mato Grosso, maior produtor do grão no país, com 45,6 milhões de toneladas, e Bahia, estado com a maior produtividade – 4.020 quilos por hectare. 

Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de área 8,5% inferior. 

Trigo 

Entre os produtos de inverno, o trigo registra crescimento na área plantada de 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido na safra anterior. 

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Agricultura e Defesa Civil de SP fazem parceria para combate de incêndios florestais

O tempo seco durante o inverno, em grande parte do Brasil, causa uma série de dificuldades para o agronegócio. A baixa umidade do solo, por exemplo, é uma das maiores causas de atraso no plantio. Mas a estiagem aumenta ainda mais o risco de incêndios em áreas florestais.

Atentas ao problema, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a Defesa Civil estão trabalhando em parceria na Operação São Paulo Sem Fogo, com a finalidade de combater e prevenir incêndios em regiões estratégicas do interior paulista.

Uma das ações é enviar boletins informativos, impressos e via redes sociais, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), aos pequenos e médios produtores rurais de São Paulo.

Além disso, a Secretaria de Agricultura, por meio do programa estadual Agro SP+ Seguro, pretende equipar os municípios com viaturas de combate a incêndios. Além do fornecimento destes veículos, a Pasta já disponibilizou mais de 200 caminhões pipas para diversas prefeituras do interior paulista.

Operação São Paulo Sem Fogo

A Operação SP Sem Fogo visa, dentre outras ações, diminuir os focos de incêndio no Estado, principalmente durante o período mais seco do ano, que vai de junho a outubro. Neste ano, o Governo de SP está investindo mais de R$ 97 milhões na aquisição de equipamentos anti-incêndio, veículos, limpeza de áreas marginais de rodovias e ampliação do uso de tecnologia de boletins meteorológicos e monitoramento via satélite.

A operação é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. Além disso, conta também com ações e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Fundação Florestal (FF) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento

Do Portal do Governo

Produção de grãos chegará a 390 milhões de toneladas em 10 anos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê que a produção de grãos no Brasil chegará, nos próximos dez anos, a aproximadamente 390 milhões de toneladas, o que representa um crescimento superior a 24% – ou 75,5 milhões de toneladas. O resultado será alcançado, em especial, nas lavouras de soja, milho e algodão.

A previsão consta do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola da pasta, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o ministério, esse aumento na produção será obtido a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. Em termos de área destinada a plantio de grãos, a expectativa é uma expansão dos atuais 77,5 milhões de hectares para 92,3 milhões de hectares em 2032/33”.

Investimentos em pesquisa

O cultivo da soja deverá responder por 78% da expansão da área plantada. Espera-se que, entre 2032 e 2033, sejam colhidas 186,7 milhões de toneladas da oleaginosa. O número representa aumento de 20,6%, na comparação com a produção de 2022/23.

O levantamento alerta que, apesar de as projeções do agronegócio mostrarem um “enorme potencial de crescimento” do setor, será necessário ampliar os investimentos em pesquisa.

“A adição dos 14,7 milhões de hectares à área plantada de grãos poderá vir da conversão de áreas atualmente degradadas, particularmente, oriundas de pastagens extensivas, entre outras possibilidades, que evitem afetar a cobertura vegetal do país”, informou, em nota, o ministério.

Milho e algodão

A exemplo da soja, o milho também deverá ser influenciado por seu uso crescente para a produção de biocombustíveis (biodiesel e etanol de milho). Segundo o levantamento, a produção total estimada deste grão para 2032/33 é de 160 milhões de toneladas: uma alta de 27% na comparação com a produção de 2022/23.

“As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular o cultivo. O milho adquire importância crescente como matéria prima e como alimento”, detalhou, em nota, o Mapa.

O estudo projeta, em dez anos, uma produção de 3,6 milhões de toneladas de algodão em pluma. Isso representará um aumento de 26,8% do produto que atualmente tem, como origem de 90% da produção nacional, Mato Grosso e Bahia.

“Espera-se que o aumento da produtividade seja impulsionado por melhoramento genético, melhores práticas agronômicas, novas tecnologias e agricultura de precisão”, informou o ministério.

Carnes

Com relação à produção de carnes (bovina, suína e frango), a expectativa é uma alta de 6,6 milhões de toneladas entre 2022/23 e 2032/33. Se confirmadas as projeções, o resultado representará aumento de 22,4% na produção, que sairá das atuais 29,6 milhões de toneladas para 36,2 milhões de toneladas.

“As carnes de frango e suínas são as que devem apresentar maiores índices de crescimento nos próximos anos: frango, 28,1% e suína, 23,2%. A produção de carne bovina deve crescer 12,4%, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do produto, suprindo 28,5% do consumo mundial”, detalha o Mapa tendo, por base, expectativas de “esforço de crescimento em infraestrutura” no país, além de “investimento em pesquisa e financiamento para o setor”.

Segundo pesquisa, o aumento da produção nacional de carnes deverá ser pressionada com o crescimento do mercado interno e das exportações. Cerca de 35,5% da produção de carne de frango; e 14,8% da carne suína terão, como destino, o mercado interno. “Embora o Brasil seja um grande exportador para diversos produtos, o consumo interno será relevante”, prevê o Mapa.

“O mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. Em 2032/33, perto de 33% da produção de soja deve ser destinada ao mercado doméstico, o milho, 65%, e o café quase 43% da produção deve ser consumida internamente”, acrescenta.

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília