Cerca de 25% do aço e aproximadamente metade do alumínio consumidos nos Estados Unidos são importados.
Os Estados Unidos anunciaram a imposição de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, gerando preocupações em vários países. Isso porque cerca de 25% do aço e metade do alumínio consumido no país são importados, com o Brasil sendo um dos principais fornecedores. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os EUA, de acordo com dados do Departamento de Comércio americano.
Se a tarifa for implementada, o Brasil pode ser fortemente impactado. Em 2023, os Estados Unidos compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro, aço e ferro fundido. Além do Brasil, outros países fornecedores incluem Japão, Coreia do Sul, Alemanha, e outros aliados próximos dos EUA, como o Canadá, que é o maior fornecedor de alumínio, seguido pelos Emirados Árabes Unidos e China.
Embora a China seja o maior produtor de aço do mundo, suas exportações para os Estados Unidos são limitadas devido a tarifas já impostas desde 2018, representando apenas 1,8% das importações de aço americanas em 2024. Já no caso do alumínio, o Canadá lidera de longe, com 3,2 milhões de toneladas importadas, o dobro da soma dos outros nove principais países fornecedores.
Essa nova tarifa anunciada por Donald Trump é vista como uma intensificação de sua política comercial, após a aplicação de taxas sobre importações da China, México, Canadá e União Europeia. O Brasil, até o momento, ficou fora das primeiras rodadas de tarifas, mas agora poderá ser impactado, especialmente no setor siderúrgico, que é um dos maiores exportadores para os EUA.
Especialistas já previam que o Brasil poderia enfrentar dificuldades com a imposição de tarifas em determinados setores, como o aço. De acordo com Lia Valls, pesquisadora da FGV, o setor siderúrgico brasileiro está sob pressão devido à alta dependência das exportações para os Estados Unidos.