Recorde marca o melhor semestre da história do comércio exterior para o agro

Em apenas seis meses de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) abriu 72 novos mercados para produtos agrícolas brasileiros no comércio mundial, beneficiando 30 países. O número supera recordes anteriores e é maior do que o registrado durante todo o ano de 2019 e 2022, que tiveram 35 e 53 novas aberturas, respectivamente.

Junho foi o mês que mais contribuiu para tornar este o melhor semestre da história para o comércio exterior da agropecuária brasileira. Ao longo do mês, foram abertos 26 mercados em 13 países, correspondendo a 32% de todas as aberturas realizadas no ano.

“O Brasil é a bola da vez para produtos de qualidade. Batemos todos os recordes de abertura de mercados – 18 meses, um ano e meio de governo Lula -, 150 mercados abertos para produtos da agropecuária brasileira”, ressalta o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

As aberturas de 2024 já contemplam todos os continentes: África (6) – África do Sul, Botsuana, Lesoto, Nigéria, Zâmbia e Egito; Ásia (13) – Arábia Saudita, Armênia, Butão, Cazaquistão, China e Hong Kong, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Omã, Paquistão, Quirguistão, Singapura e Turquia; Europa (3) – Belarus, Rússia e Grã-Bretanha; Oceania (1) – Austrália; e Américas (7) – Canadá, México, Estados Unidos, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Peru.

PRODUTOS

Entre os principais produtos que tiveram acordos nos requisitos sanitários e fitossanitários estão pescados de cultivo e derivados, sementes de hortaliças, suínos vivos e seus derivados, carne suína, pescados, gelatina e colágeno de várias origens, proteínas processadas de aves, produtos à base de camarões, embriões bovinos, sêmen bovino, alevinos de tilápia, peixes ornamentais, carne e produtos cárneos de ovinos, extrato de carne bovina, café verde, ovos e milho não transgênico.

NÚMEROS

A expansão de mercados internacionais também tem impulsionado as exportações brasileiras, com o agronegócio representando 49,6% do total nos primeiros cinco meses do ano, gerando US$ 67,17 bilhões em receita.

“Atendendo ao pedido do presidente Lula e do ministro Fávaro, temos trabalhado incansavelmente e dialogado com diversos países para oferecer ainda mais oportunidades aos produtores rurais, facilitando a exportação e aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Evolução dos Mercados e Países Atendidos (2019-2024)

2019: 35 mercados | 18 países

2020: 74 mercados | 24 países

2021: 77 mercados | 33 países

2022: 53 mercados | 26 países

2023: 78 mercados | 39 países

2024: 72 mercados | 30 países (até o momento)

​Número de cervejarias no Brasil cresceu 6,8% em 2023

O Brasil registrou um aumento de 6,8% no número de cervejarias em 2023, totalizando 1.847 estabelecimentos, segundo o Anuário da Cerveja divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Cerveja (CBTEC). São Paulo lidera com 410 cervejarias, seguido por Rio Grande do Sul (335) e Minas Gerais (235). A capital paulista é a cidade com mais estabelecimentos registrados, 61 no total. A presença de cervejarias se expandiu para 771 municípios, mostrando uma interiorização do setor, que agora conta com um estabelecimento para cada 109,9 mil habitantes, em média.

Em termos de produção, o Brasil alcançou 15,36 bilhões de litros em 2023, com a maior parte (53,4%) concentrada no Sudeste. O setor, que também teve um crescimento de 6,6% no número de produtos registrados, agora totaliza 45.648 variedades de cervejas. Apesar da queda contínua na importação de cerveja desde 2019, com uma redução de 51,1% em volume em 2023, as exportações cresceram 18,6%, atingindo 231,9 milhões de litros e gerando US$ 155,7 milhões. Isso resultou em um superávit comercial de US$ 147 milhões. No entanto, o setor de cervejas registrou uma leve queda de 1,9% no emprego, mantendo-se acima de 40 mil vagas.

*Com informações de Agência Brasil

Pesquisadores da USP mapeiam sítios arqueológicos no Estado de São Paulo

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um mapa que localiza e detalha os sítios arqueológicos em todo o estado de São Paulo, incluindo o sítio em Ribeirão Preto, situado no distrito de Bonfim Paulista. A ferramenta oferece um panorama abrangente dos vestígios materiais associados aos povos indígenas em aproximadamente 2 mil sítios arqueológicos do estado.

Coordenado pelo professor Astolfo Gomes de Mello Araujo, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, o projeto revela a diversidade de povos que habitavam São Paulo. Araujo explica que o estado foi um ponto de confluência para diferentes grupos humanos, atraídos pela mistura de biomas da região. Esses grupos vieram de várias regiões, como o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, resultando em uma rica diversidade cultural.

O mapa não só mostra a localização dos sítios, mas também destaca a afinidade entre grupos indígenas. Por exemplo, materiais de tradição Tupiguarani e Aratu estão próximos no norte do estado, enquanto no sul, os sítios Tupiguarani estão distantes dos Itararé-Taquara. Essa distribuição levanta questões sobre as relações entre essas tradições, como a possibilidade de convivência pacífica no norte em contraste com uma possível hostilidade no sul.

Araujo destaca que o mapa facilita a visualização dos dados, permitindo que os alunos formulem novas perguntas e hipóteses. Em vez de trabalhar com planilhas, a representação visual oferece uma compreensão mais completa. Além da localização, o mapa fornece informações sobre o tipo de material encontrado, a tradição indígena e a datação dos sítios, junto com referências para estudos adicionais.

O projeto utilizou mais de 2 mil entradas de dados de teses de doutorado e artigos recentes. O próximo passo é aplicar a mesma metodologia no estado do Paraná. Este mapeamento faz parte de um grande projeto de pesquisa multidisciplinar financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Araujo também aponta que o mapa revela áreas onde faltam dados arqueológicos, destacando dois grandes vazios que somam 13% da área do estado. A ausência de dados nessas áreas, como o Vale do Tietê e o Vale do Rio Peixe, é atribuída à falta de estudos arqueológicos. Além disso, para 166 sítios, não há informações sobre a filiação cultural, indicando a necessidade de novos estudos para definir suas tradições culturais.

Reunião interministerial discute estratégias para integrar ações entre agricultura e indústria

Vincular o desenvolvimento industrial com a produção agropecuária foi o tema da reunião entre representantes da Casa Civil e dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MCDIC) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), na sede do Mapa, nesta segunda-feira (7), para discutir as estratégias do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), reestruturado recentemente.

Com foco no desenvolvimento das cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar e nutricional, a ideia do CNDI é unir esforços para que o agricultor brasileiro, independente da sua capacidade produtiva, tenha acesso a maquinário, novas tecnologias, conectividade e a sistemas de logística que permitam agregar valor a seu produto e ampliar os espaços de comercialização obtendo, com isso, mais renda.

Para a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Mapa, Renata Miranda, esse novo modelo de desenvolvimento da agricultura, que prioriza a sustentabilidade ambiental, precisa fomentar a agregação de valor aos produtos. “Faz-se necessária uma apropriação da biodiversidade brasileira para que possamos transformá-la, a partir da agroindustrialização e de recursos inovadores, em atividade rentável para o agricultor. É fundamental, quando se discute desenvolvimento territorial e de cadeias produtivas, que seja considerada a perspectiva das pessoas que estão nesses territórios, bem como suas necessidades”, completou.

Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Felipe Augusto Machado destaca que a reunião teve papel relevante para acabar com a falsa dicotomia que existe entre agricultura e indústria. “Esses dois setores são bastante importantes para o desenvolvimento econômico, e é fundamental que as políticas públicas dos dois lados sejam integradas”.

Ministério da Agricultura e Pecuária

Produção de grãos chegará a 390 milhões de toneladas em 10 anos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê que a produção de grãos no Brasil chegará, nos próximos dez anos, a aproximadamente 390 milhões de toneladas, o que representa um crescimento superior a 24% – ou 75,5 milhões de toneladas. O resultado será alcançado, em especial, nas lavouras de soja, milho e algodão.

A previsão consta do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola da pasta, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o ministério, esse aumento na produção será obtido a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. Em termos de área destinada a plantio de grãos, a expectativa é uma expansão dos atuais 77,5 milhões de hectares para 92,3 milhões de hectares em 2032/33”.

Investimentos em pesquisa

O cultivo da soja deverá responder por 78% da expansão da área plantada. Espera-se que, entre 2032 e 2033, sejam colhidas 186,7 milhões de toneladas da oleaginosa. O número representa aumento de 20,6%, na comparação com a produção de 2022/23.

O levantamento alerta que, apesar de as projeções do agronegócio mostrarem um “enorme potencial de crescimento” do setor, será necessário ampliar os investimentos em pesquisa.

“A adição dos 14,7 milhões de hectares à área plantada de grãos poderá vir da conversão de áreas atualmente degradadas, particularmente, oriundas de pastagens extensivas, entre outras possibilidades, que evitem afetar a cobertura vegetal do país”, informou, em nota, o ministério.

Milho e algodão

A exemplo da soja, o milho também deverá ser influenciado por seu uso crescente para a produção de biocombustíveis (biodiesel e etanol de milho). Segundo o levantamento, a produção total estimada deste grão para 2032/33 é de 160 milhões de toneladas: uma alta de 27% na comparação com a produção de 2022/23.

“As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular o cultivo. O milho adquire importância crescente como matéria prima e como alimento”, detalhou, em nota, o Mapa.

O estudo projeta, em dez anos, uma produção de 3,6 milhões de toneladas de algodão em pluma. Isso representará um aumento de 26,8% do produto que atualmente tem, como origem de 90% da produção nacional, Mato Grosso e Bahia.

“Espera-se que o aumento da produtividade seja impulsionado por melhoramento genético, melhores práticas agronômicas, novas tecnologias e agricultura de precisão”, informou o ministério.

Carnes

Com relação à produção de carnes (bovina, suína e frango), a expectativa é uma alta de 6,6 milhões de toneladas entre 2022/23 e 2032/33. Se confirmadas as projeções, o resultado representará aumento de 22,4% na produção, que sairá das atuais 29,6 milhões de toneladas para 36,2 milhões de toneladas.

“As carnes de frango e suínas são as que devem apresentar maiores índices de crescimento nos próximos anos: frango, 28,1% e suína, 23,2%. A produção de carne bovina deve crescer 12,4%, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do produto, suprindo 28,5% do consumo mundial”, detalha o Mapa tendo, por base, expectativas de “esforço de crescimento em infraestrutura” no país, além de “investimento em pesquisa e financiamento para o setor”.

Segundo pesquisa, o aumento da produção nacional de carnes deverá ser pressionada com o crescimento do mercado interno e das exportações. Cerca de 35,5% da produção de carne de frango; e 14,8% da carne suína terão, como destino, o mercado interno. “Embora o Brasil seja um grande exportador para diversos produtos, o consumo interno será relevante”, prevê o Mapa.

“O mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. Em 2032/33, perto de 33% da produção de soja deve ser destinada ao mercado doméstico, o milho, 65%, e o café quase 43% da produção deve ser consumida internamente”, acrescenta.

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília