A investigação trata de recursos enviados para Vitorino Freire, no Maranhão, quando a irmã de Juscelino Filho era prefeita. A defesa nega irregularidades e afirma que ainda não foi notificada da denúncia. O relator, Flávio Dino, deve abrir prazo para os advogados
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, ao Supremo Tribunal Federal (STF) em uma investigação sobre um suposto desvio de emendas parlamentares. A denúncia envolve recursos enviados à cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, onde a irmã de Juscelino, Luanna Rezende, era prefeita. Na época, Juscelino Filho era deputado federal. O ministro nega qualquer irregularidade e se declarou inocente das acusações, afirmando que a denúncia não implica em culpa.
Em nota, a defesa de Juscelino Filho afirmou que ainda não havia sido notificada sobre a denúncia e reiterou a inocência do ministro. O texto também enfatiza que o oferecimento de uma denúncia não significa culpa, e que ele confia que o STF rejeitará a acusação devido à ausência de provas. Além disso, a defesa destacou que o caso não tem relação com o Ministério das Comunicações e que, durante seu mandato como deputado, Juscelino Filho apenas indicou emendas para financiar obras em benefício da população. A fiscalização do uso das emendas, segundo a defesa, é responsabilidade exclusiva do Poder Executivo.
A Polícia Federal identificou que os recursos das emendas foram repassados à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que executou obras de pavimentação com empresas de fachada. A denúncia envolve a suspeita de que essas empresas tenham sido usadas para desviar os recursos destinados às obras. A investigação continua sendo conduzida para esclarecer os detalhes sobre a aplicação desses fundos.
O União Brasil, partido de Juscelino Filho, também se manifestou em defesa do ministro, destacando sua competência e seriedade à frente do Ministério das Comunicações. O partido ressaltou o comprometimento do ministro com os resultados entregues para a população brasileira e reafirmou sua confiança em sua integridade. Embora Juscelino Filho tenha sido indiciado pela Polícia Federal em junho de 2024, o governo federal, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia.
Agora, a denúncia será analisada pelo relator Flávio Dino, ministro do STF, que abrirá prazo para a defesa do ministro apresentar seus argumentos. Após isso, o STF decidirá se aceita ou rejeita a denúncia. Caso seja aceita, o processo seguirá para uma fase de coleta de provas e depoimentos, onde os ministros do STF julgarão se Juscelino Filho é culpado ou inocente pelas acusações de desvio de emendas.